O ator Johnny Depp e a atriz Amber Heard foram condenados por difamar um ao outro, na última quarta-feira (01/06). No julgamento, o magistrado avaliou seis declarações, três feitas por Amber Heard e outras três feitas por um advogado de Johnny Depp.
Os atores, que ficaram casados entre 2015 e 2017, se processavam mutuamente por difamação. Depp alegou que a ex-esposa o difamou em um artigo do jornal “The Washington Post” sobre abuso doméstico publicado em 2018. Já Heard afirmava que havia sido difamada por um antigo advogado do ator.
Mesmo que os dois tenham sido condenados, a sentença foi mais desfavorável a Amber Heard. Isso porque o júri concordou com os três pontos que Johnny Depp considerava difamatórios, o que fez a atriz ser condenada a pagar US$ 10,35 milhões, por causa dos limites legais da Virgínia.
No entanto, entre as três declarações do advogado de Depp, Adam Waldman, apenas uma foi considerada difamatória pelo júri. Por causa disso, o ator foi condenado a pagar US$ 2 milhões, valor inferior ao determinado para a ex-esposa do ator.
Além disso, o júri considerou que Amber Heard estava difamando Depp nos três trechos do artigo ao acusá-lo de abuso doméstico. Eles também afirmaram que ela agiu com “malícia”, sabendo que as declarações eram falsas.
Por causa disso, as duas declarações em que o advogado de Depp afirma que Heard estava mentindo não foram consideradas difamatórias.
A única vitória de Amber Heard foi em relação à declaração do advogado que acusava a atriz de ter criado uma emboscada para incriminar o ex-marido durante uma briga em 2016.
Confira abaixo quais foram as declarações apresentadas e as decisões do júri.
Declarações de Amber Heard no jornal que Johnny Depp considerava difamatórias
Os advogados de Johnny Depp apresentaram as três declarações abaixo para o júri. A primeira foi a manchete do artigo, que afirmava “Eu me manifestei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”.
O júri também analisou a declaração da atriz de que ela seria uma figura pública que representa o abuso doméstico. “Então, dois anos atrás, tornei-me uma figura pública representando abuso doméstico e senti toda a força da ira de nossa cultura pelas mulheres que se manifestam”, afirma um trecho da matéria publicada no jornal “The Washington Post”.
A última alegação analisada foi a afirmação da atriz de que: “tive a rara vantagem de ver, em tempo real, como as instituições protegem homens acusados”.
Como citado anteriormente, o júri considerou as três declarações como difamação contra Johnny Depp.
Declarações do advogado de Depp que Amber Heard considerava difamatórias
Amber Heard também apresentou ao júri três alegações feitas pelo advogado de Depp, Adam Waldman.
A Primeira foi feita no dia 08 de abril de 2020, quando o advogado afirmou que “Amber Heard e seus amigos na mídia usam alegações falsas de violência sexual como espada e escudo, dependendo de suas necessidades. Eles selecionaram alguns de seus ‘fatos’ de fraude de violência sexual como a espada, infligindo-os ao público e ao Sr. Depp”. A declaração não foi considerada difamatória pelo júri.
O tribunal também não considerou difamação a declaração feita em 27 de abril, quando o advogado afirmou “chegamos ao início do fim da farsa de abuso da Sra. Heard contra Johnny Depp”.
O jurí só considerou difamação contra Heard a afirmação de que a atriz armou uma farsa.
“Simplesmente isso foi uma emboscada, uma farsa. Eles armaram para o Sr. Depp chamando a polícia, mas a primeira tentativa não funcionou. Os policiais chegaram às coberturas, revistados e interrogados minuciosamente, e saíram depois de não verem nenhum dano ao rosto ou à propriedade. Então, Amber e suas amigas derramaram um pouco de vinho e desarrumaram o lugar, colocaram suas histórias diretamente sob a direção de um advogado e publicitário e, em seguida, fizeram uma segunda ligação para o 911”, disse o advogado no dia 27 de abril, ao falar sobre uma suposta briga entre Depp e Heard em maio de 2016.
Fonte: G1