Ciência e Tecnologia

Estudo aponta altas chances do Zika se tornar mais contagioso

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Quantas vezes você ouviu a palavra “variante” nos dois últimos anos? Pois é, esse termo trata das várias versões que um vírus pode assumir por meio de mutações genéticas. Nesse sentido, com o Zika não é diferente.

Afinal, cientistas do Instituto La Jolla de Imunologia (LjI), nos Estados Unidos, divulgaram um estudo que aponta alta capacidade deste agente contagioso mudar seu código genético. Dessa forma, ele pode criar versões que  passarão despercebidas pelo sistema imune de quem já contraiu a doença. Com isso, autoridades sanitárias do mundo todo se colocaram em alerta.

Fonte: Laboratório Oswaldo Cruz

Vírus Zika

A princípio, este agente de infecção se transmite pelo Aedes Aegypt, mesmo vetor do vírus da dengue. Aliás, esses dois flavivírus se parecem tanto que uma exposição a um deles pode gerar resposta imune ao outro, justamente pelo nosso organismo reconhecê-los como iguais.

A propósito, os sintomas do Zika também se parecem com os da dengue. Entre eles, estão febre baixa, erupções cutâneas, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, mal-estar geral e conjuntivite não purulenta que aparecem entre 2 a 7 dias após a picada do mosquito vetor.

Vale lembrar que apenas uma em cada quatro pessoas manifestam estes incômodos. Estes, quando ocorrem, costumar ser leves. Todavia, o Zika tem uma outra forma de se tornar danoso na vida de um ser humano.

Em maio de 2015, autoridades de saúde brasileiras relataram uma forte transmissão deste vírus pelo Nordeste do país. Além de causar os incômodos que citamos, o vírus estava gerando outros dois problemas: Síndromes de Guillain Barré e microcefalia em crianças recém-nascidas.

O primeiro se trata de um distúrbio que faz o sistema imune do indivíduo atacar parte do sistema nervoso dele próprio. Logo, o paciente começa a apresentar dificuldades de se mover. No segundo efeito do Zika, a mulher grávida que se contamina tende a gestar uma criança com o crânio menor do que deveria ser.

Fonte: Shutterstock

Mutação genética

Nos dias atuais, o Zika já se espalhou por todas as Américas. Logo, surgiram suspeitas de que ele poderia desenvolver variantes nesse processo de infecção em massa. Sendo assim, os cientistas do Instituto La Jolla de Imunologia (LjI) usaram células de ratos para criar um cenário de amplas infecções, o que favorece as mutações.

Posteriormente, a equipe avaliou os resultados e se surpreendeu com a descoberta. No código genético do Zika, que é um RNA, basta uma mínima mudança de aminoácido para que o vírus apresente uma versão mais contagiosa do que a anterior.

Ou seja, ele possui uma facilidade enorme de criar variantes com maior capacidade de contaminar. Sendo assim, os pesquisadores estão receosos com a jornada deste flavivírus daqui para frente.

Por isso, Sujan Shresta, líder do estudo, alerta: “o mundo deve monitorar o surgimento dessa variante do vírus Zika”. Afinal, em casos como o brasileiro, pode ser que as defesas imunológicas formadas nos contágios de 2015 não sirvam mais para frear o contágio.

Fonte: Bioblog

Olhando para o passado…

Com base nesse estudo, surgiram discussões sobre os pequenos surtos de Zika que o Brasil registrou após o auge da epidemia, que foi em 2015. Afinal, o país saiu do estado de emergência em 2017, no entanto, em 2019, os casos voltaram a se multiplicar de forma eficaz

Isso gerou suspeitas de que o vírus iria gerar uma pressão estrondosa sobre os sistemas de saúde, em especial no Nordeste.  “Percebemos como a ocorrência do Zika está um pouco fora da sazonalidade, mostrando que temos um potencial importante e precisamos ficar atentos novamente com a ocorrência de grande magnitude de casos de Zika no país”, disse à CBN na época o coordenador geral de vigilância de arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.

Portanto, uma vez que os estudos apontam uma alta chance do vírus assumir formas mais contagiosas, aumenta a necessidade de se combater o vetor do Zika em nosso cotidiano. Por isso, é fundamental evitar o acúmulo de água parada em nossas residências, a fim de cessar o ciclo reprodutivo do mosquito Aedes Aegypt.

Fonte: Tecmundo, Organização Panamericana de Saúde.

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