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A cada dia que passa no Brasil, colocar gasolina no tanque de um carro está se tornando um ato de luxo. Afinal, este combustível está batendo a casa dos 7 reais por litro, o que encarece as necessárias enchidas de tanque dos brasileiros. Como consequência disso, toda a cadeia produtiva de bens e alimentos também é afetada pelas altas dos combustíveis.
Ao mesmo tempo, a renda média do brasileiro é R$ 1.950,38, bem abaixo de países como os Estados Unidos (R$ 16.748,61), por exemplo. Nesse sentido, uma gasolina cara com ganhos baixos tende a fazer com que as pessoas busquem se questionar se só aqui que o ato de pôr gasolina tem se tornado um sacrifício cada vez maior.
Por isso, trouxemos um levantamento da Super Interessante que relaciona o preço deste combustível com a renda média de outras nações. Assim, é possível visualizar a porcentagem do orçamento doméstico que vai para o tanque de gasolina. Nesse critério, os brasileiros são um dos povos que mais sacrificam seus rendimentos para colocar petróleo no automóvel.
Fonte: Skitterphoto
Brasil: uma das gasolinas mais caras, proporcionalmente
De cara, trazemos a notícia de que a nação está Top 11 dos países com a gasolina mais cara em relação à renda média. Por aqui, a gasolina tem o preço em torno de R$ 7,21 por litro. Logo, para encher um tanque de 60 litros, a conta fica R$ 432,60.
Em uma população que ganha em média R$ 1950,38, isso significa que por volta de 22,18% do nosso orçamento vai para um abastecimento. Agora, pense no caso de alguém que precisa fazer dois ou mais pit stops no mês…
Nesse sentido, só 10 países apresentam essa relação preço/renda em uma proporção ainda mais desfavorável ao consumidor. São eles:
- 10º Macedônia do Norte (22,95%)
- 9º Turquia (22,95%)
- 8º Moldávia (23,01%)
- 7º Peru (23,01%)
- 6º República Dominicana (25,23%)
- 5º Paquistão (26,31%)
- 4º Gana (27,03%)
- 3º Filipinas (27,46%)
- 2º Nepal (36,89%)
- 1º Sri Lanka (40,14%)
Vale lembrar que em nenhum destes países a gasolina é mais cara do que aqui. Ou seja, os fatores que os colocam a frente do Brasil são suas rendas médias aquém das brasileiras. Portanto, se tivéssemos um litro de gasolina mais barato, com certeza passaríamos longe da parte de cima deste ranking.
Alto preço por litro
Afinal, o que tem deixado a gasolina daqui tão cara? A propósito, produzimos 3,3 milhões de barris de petróleo, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Em síntese, isso dá e sobra para abastecer o mercado interno, no entanto, não conseguimos garantir um preço acessível aos próprios brasileiros.
Fonte: Alexandre Mils
Nesse sentido, o economista da FGV André Braz traz algumas respostas em sua contribuição com o jornal Estado de Minas. “O petróleo é uma commodity internacional, então o preço dele é definido no mercado internacional. Um conflito geopolítico da extensão do que está acontecendo entre a Ucrânia e a Rússia, e as sanções impostas à Rússia vem trazendo muita volatilidade ao preço do petróleo, que é aquele sobe e desce.”
Esse atrelamento aos valores internacionais começou em 2016, quando a Petrobrás passou a aplicar o Preço de Paridade Internacional (PPI). Dessa forma, o preço cobrado internamente reflete custos de transportes e taxas portuárias do mundo todo. Além disso, estes fatores se calculam em dólar, moeda que apresenta alta valorização frente ao real.
Por fim, entra na conta a importação de petróleo refinado, uma vez que a gasolina surge de um processo de refino. Este, no Brasil, ainda se apresenta com uma estrutura insuficiente para abastecer o mercado interno. Logo, importamos o combustível fóssil refinado e, ao mesmo tempo, exportamos nosso excedente bruto justamente por não conseguirmos refinar.
Portanto, todos esses fatores, somados com a alta taxa tributária, fazem do Brasil o 11º país com a gasolina mais cara em relação aos ganhos médios de seu povo.
Um sonho distante
Ademais, trazemos aqui a parte da frente do ranking positivo, ou seja, o top 10 de países com a gasolina mais barata em relação à renda média:
- 10º Singapura (3,11%)
- 9º Canadá (2,52%)
- 8º Omã (2,31%)
- 7º Austrália (2,23%)
- 6º Estados Unidos (2,09%)
- 5º Arábia Saudita (2,09%)
- 4º Suíça (2,06%)
- 3º Emirados Árabes (1,62%)
- 2º Kuwait (1,05%)
- 1º Catar (0,97%)
Fonte: Super Interessante, Estado de Minas.
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