O nascimento de um bebê é um dos momentos mais lindos já presenciados pelos futuros pais. No entanto, existem coisas ruins que podem acontecer durante um parto. Talvez, a mais desanimadora seja dar à luz um bebê natimorto. Isso porque são nove meses esperando, admirando, fazendo promessas e planos, que podem ser frustrados de uma hora para outra.
Como se esse fato já não fosse ruim o suficiente, essa família do Paraná passou por uma situação pior. Depois de um parto de emergência em um hospital de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, a família recebeu serragem no lugar do corpo do seu bebê natimorto.
O caso aconteceu no último sábado e já está sendo investigado pela Polícia Civil. Ela começou a recolher depoimentos na terça-feira dessa semana. As imagens da entrega da serragem foram registradas pela tia do bebê, quando ela e a avó, junto com o serviço funerário, abriram um saco entregue pelo hospital.
Segundo a família, no sexto mês de gravidez, a mãe deixou a cidade Imbaú e foi buscar atendimento no município depois de complicações na gestação. Ela teve que passar por um parto de emergência, mas a bebê Helena já nasceu sem vida.
Como o casal era bem jovem, 18 e 19 anos, foram a avó e a tia paterna que se responsabilizaram por organizar o sepultamento da criança. As duas foram até o hospital para fazer a retirada do corpo do necrotério, mas elas estranharam o pacote branco totalmente lacrado.
“A gente foi numa salinha do hospital que tinha três bercinhos e um pacote branco. Só que eu não vi nada, achei que só tinha o berço, até achei que o pacote era o travesseirinho do bercinho. Estava o recepcionista e perguntei cadê o bebê. Ele olhou para mim e falou ‘mas você está achando que é grande o bebê?’, e apontou com o dedo o pacote, branco, tipo quadrado bem lacrado. Daí eu falei que eu queria pedir para ele abrir o pacote, e ele falou ‘eu não toco’. Eu estava muito nervosa ainda mais de ver o bebê, não lembro de mais nada”, contou a avó.
Ao lado da avó o tempo todo estava a tia paterna de Helena e um funcionário do serviço funerário contratado em Imbaú.
A família retirou o saco do necrotério e seguiu viagem para fazer o sepultamento em Imbaú. Quando elas chegaram na cidade, a avó e a tia, junto à funerária abriram o pacote para que a bebê fosse preparada para o sepultamento. Foi nesse momento que a família descobriu que o corpo do bebê não estava lá.
“Quando meu cunhado saiu da funerária foi esse tempo que minha sogra falou vamos aproveitar e ver. A gente queria ver o rostinho. Queria ter aquele adeus com ela. Aí a gente pediu para ele estar abrindo lá, foi a parte que eu gravei. Só tinha serragem, não tinha o corpo da minha sobrinha, tinha papel de bala, era lixo, não é humano isso”, contou a tia Julie Glufka.
A família ligou para o hospital e, depois de um tempo, eles foram informados que a bebê continuava na instituição. Então, a tia e a avó voltaram a Ponta Grossa. Com isso, a Polícia Militar foi acionada e acompanhou todo o processo de retirada do corpo do local.
Através de uma nota, a Unimed, responsável pelo hospital, disse que “equivocadamente o corpo da recém-nascida não foi retirado do necrotério e permaneceu lá até o fim da tarde do mesmo dia”. Além disso, a empresa disse que se compadece com a dor da família e que está prestando esclarecimentos à polícia.
Por fim, Helena foi sepultada ainda na noite de sábado.
Na terça-feira dessa semana, a polícia começou a ouvir testemunhas e familiares no inquérito que foi aberto para esse caso. Tanto a tia, como a avó e o serviço funerário já prestaram depoimento.
O delegado disse que, na tarde da terça-feira a polícia ouviu os representantes do Hospital Geral da Unimed sobre o caso. A polícia disse que não se pronunciará até que seja feita toda a apuração.
Fonte: G1
Imagens: GMC online, YouTube,PMPR