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Em agosto, a austríaca Marlene Engelhorn, herdeira da multinacional química Basf, teve um grande destaque na mídia mundial por supostamente dizer que não tinha a intenção de ficar com a herança da sua família e que doaria 90% da fortuna. Contudo, agora a herdeira explicou que isso não é verdade.
Na realidade, Marlene não irá abrir mão da sua herança. Em entrevista ao jornal catalão “ARA”, da Espanha, a herdeira que se tornou ativista por mais impostos em grandes fortunas, negou que irá rejeitar sua herança da família como tinha sido bastante divulgado em toda imprensa. Além disso, Marlene também informou que o valor real da herança é bem menor do que o divulgado, de aproximadamente 20 bilhões de reais.
Destino da herança
Bhaz
De acordo com a herdeira, a fortuna da família gira na casa das dezenas de milhões de euros, e não bilhões, o que se difere da versão divulgada previamente e da realidade. Fato é que Marlene quer redistribuir ao menos 90% do valor através de pagamento de impostos ou doações, e não rejeitá-lo.
“Herdarei uma soma de dois dígitos em milhões de euros, e não rejeito esse dinheiro. Quero poder distribuir pelo menos 90% dele, idealmente através de impostos. Se não, buscarei minhas próprias maneiras de fazê-lo”, disse ela ao jornal.
Ativista
Folha
Como dito, Marlene faz parte de uma associação internacional de jovens ricos chamada “Millionaires for Humanity” (Milionários para a Humanidade, traduzido). A entidade pede aos governos que aumentem a carga tributária sobre heranças e grandes fortunas.
Em um vídeo compartilhado no site da associação, ela declara que “os bilionários não deveriam ter o direito de decidir se e como vão contribuir com a sociedade, pois a justiça social é o maior interesse de todos”.
A jovem também é uma das fundadoras do movimento “Tax Me Now” (Me taxe agora, traduzido). Esse grupo de pessoas se autodenomina “milionários patrióticos” e exige mais impostos sobre o dinheiro dos ricos.
Além disso, no Fórum Econômico de Davos realizado em maio deste ano, Marlene se manifestou pelas estradas da pequena cidade suíça com uma placa onde estava escrito “In Tax We Trust” (Em impostos nós acreditamos), uma referência ao lema dos Estados Unidos (In God We Trust).
Origem do dinheiro
Pfarma
A herdeira também aponta que desconhece a origem do dinheiro da sua família. Em uma entrevista recente, ela afirmou: “Não sei a história exata e a origem do dinheiro, nem mesmo quanto trabalho deu para acumular. O que posso dizer é que não é meu trabalho”.
O grupo Basf, ou Badische Anilin & Soda Fabrik (Fábrica de Anilina e Soda de Baden, rtaduzido), foi criado na cidade de Ludwigshafen am Rhein, no länder do Renânia-Palatinado por Friedrich Engelhorn, o tataravó da herdeira, em 1865.
No ano de 1925, a empresa se tornou monopolista logo após a fusão com outros grupos químicos, formando a Ig Farben. Esse conglomerado ficou conhecido por ter construído a fábrica de Auschwitz, na qual era produzido o Zyklon-B, usado nas câmaras de gás.
No entanto, de acordo com a Exame, não foi escolha ou uma decisão deliberada da empresa. Isso porque durante o regime nazista o grupo e seus acionistas não tiveram a possibilidade de contestar Adolf Hitler.
Depois da guerra, em 1952, a Basf foi refundada com o nome original e cresceu bastante. Atualmente, a empresa tem mais de 200 filiais e unidades de produção em 50 países espalhados pela Europa, Ásia, América do Norte e do Sul. Somente em 2021, a empresa faturou 7,8 bilhões de euros, cerca de R$ 41 bilhões.
Assim como Marlene, sua avó, Traudl, é conhecida por ser uma grande filantropa, com uma fundação que financia pesquisas médicas. Além disso, ela também salvou do fechamento uma pesquisa do centro Max Plank Gesellschaft, que estuda os sistemas jurídicos islâmicos em relação às famílias e à herança.
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