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A história de Nêmesis, o ”segundo sol”

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Cássia Eller já dizia em uma música: “Quando o segundo sol chegar, para realinhar as órbitas dos planetas”. Mas você já parou para pensar que a cantora poderia estar certa, e que exista mesmo um segundo sol? Pois é, existe uma teoria que levanta a hipótese de o nosso Sistema Soltar ter duas estrelas. Não é perceptível a olho nu, mas estudiosos estimam que uma a cada três estrelas da Via Láctea tenha uma parceira. Se isso realmente estiver certo, o nosso Sol poderia fazer parte de uma minoria de estrelas. Mas outras teorias sugerem o oposto disso, e assim, uma pequena estrela-irmã também estaria orbitando a nossa estrela maior.

A primeira vez em que astrofísicos levantaram essa hipótese foi em 1980. Segundo eles, o sol teria uma companheira. Nesse caso, o Sistema Soltar teria um sistema duplo de estrelas, assim como o Alpha Centauro. Eles nomearam essa hipotética companheira do Sol de Nêmesis.

O segundo Sol

De acordo com essa teoria, Nêmesis seria uma pequena estrela escura, do tipo anã marrom. Essa outra estrela teria uma órbita milhares de vezes mais distante do que o planeta anão, Plutão. Sendo assim, ela levaria no mínimo 26 milhões de anos para completar uma volta ao redor do nosso Sol.

Alguns estudos sugerem que essa longa periodicidade faria a estrela atravessar eventualmente a Nuvem de Oort. Isso causaria um arremesso de milhões de asteroides ou cometas que provavelmente se chocariam com o planeta Terra.

Para alguns pesquisadores, mais ou menos a cada 30 milhões de anos, ocorrem enormes eventos de extinção em massa. E muitos deles estariam associados ao aparecimento de uma grande cratera de impacto. Tal como a originada há 65 milhões de anos com a queda de um cometa. Possivelmente esse impacto teria causado a extinção dos dinossauros.

Segundo os teóricos que defendem a ideia de Nêmesis, essa seria uma das evidências da sua existência. Porém, com a ausência de um campo gravitacional inequívoco ou grandes crateras a possibilidade da existência do segundo Sol ainda continua apenas como uma teoria.

Nêmesis

Com a descoberta do planeta anão Sedna em 2003, a possibilidade da existência de Nêmesis voltou à tona. Para o astrônomo americano Michael Brown, autor da descoberta, a órbita de Sedna ainda é um mistério e permanece sem nenhuma explicação conclusiva. Para Brown, o planeta anão está localizado em um lugar que não deveria. Sua órbita não o encaixa próximo o suficiente para ser atingido pelo Sol e nem afastado o suficiente para ser influenciado por outras estrelas conhecidas.

Para alguns pesquisadores, essa órbita incomum poderia possivelmente ser justificada pela presença de um objeto com massa entre 3 e 5 vezes a do planeta Júpiter. Com esse tamanho, esse hipotético objeto não seria observável no espectro visível. No entanto, emitiria uma enorme quantidade de radiação no comprimento de onda do infravermelho.

Uma esperança de talvez encontrar Nêmesis seria o telescópio espacial Wise, lançado em 2009, com o intuito de mapear o céu no espectro infravermelho. O Wise já fez várias descobertas importantes sobre o universo e detectou dezenas de novos cometas. Porém, a enorme quantidade de dados gerados ainda está sendo analisada. Ou seja, a descoberta, ou não, de um possível segundo sol ainda poderá levar muitos anos.

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