As duas pequenas ilhas Diomedes, localizadas no Estreito de Bering, são extremamente famosas porque possibilitam a qualquer pessoa a experiência de poder viajar no tempo. À primeira vista, entender a premissa pode ser um pouco complicado, mas o motivo é simples.
Viajar no tempo nas ilhas Diomedes é possível pelo fato de ambas pertencerem a países distintos – uma é dos Estados Unidos e outra da Rússia -, o que implica uma diferença de fuso de 24 horas.
As ilhas
A Linha Internacional de Data é uma divisão imaginária que corta o Oceano Pacífico. Cruzando a linha de leste para oeste, você, por exemplo, precisaria adiantar o relógio em um dia. Caso realize o caminho inverso, de oeste para leste, você precisaria atrasar o relógio, também em um dia.
Essa linha vai do polo norte ao polo sul, mas, como informa o portal de notícias Gedore, a linha em questão não é reta; em vez disso, zigue-zagueia, levando em consideração várias fronteiras políticas.
Em um determinado limite, a linha passa em meio as ilhas Diomedes, no mar de Bering, a ligação mais estreita entre a Ásia e a América, conectando o Oceano Ártico ao Oceano Pacífico, entre Rússia e Estados Unidos.
É exatamente por conta disso que é possível viajar no tempo.
A mágica de viajar no tempo
Essas duas ilhas – espirituosamente apelidadas de Ilha de Ontem e Ilha do Amanhã – compõem o arquipélago Diomedes Maior, que pertence à Rússia e fica próxima à Sibéria, e o Diomedes Menor, pertencente aos Estados Unidos e próximo ao Alasca.
Teoricamente, apenas 4 km separam uma ilha da outra. De acordo com o portal de notícias Gedore, “a ilha russa está sempre 24 horas à frente da ilha americana”. Ou seja, enquanto a ilha russa comemora o Ano Novo, por exemplo, a ilha americana ainda precisa esperar mais 24 horas para festejar a chegada de um novo ciclo.
Por ambas as ilhas estarem separadas por alguns quilômetros de distância, é possível ver um dos Diomedes do outro, o que, tecnicamente, significa que é altamente possível olhar tanto para o futuro quanto para o passado.
Obviamente, para quebrar essa linha tênue existente entre o passado e o futuro, você teria que navegar ou nadar entre as duas ilhas Diomedes, mas durante o inverno uma ponte de gelo se forma entre ambas terras, o que possibilita uma bela caminhada em uma paisagem gélida.
Infelizmente, somente pessoas autorizadas podem transitar pela região, pois viajar entre as duas ilhas é proibido e os barcos de pesca estrangeiros que se aproximam muito de um dos lados, às vezes, recebem uma saraivada de tiros de advertência por parte dos militares que vigiam o local.
Passado
Conforme informa uma publicação do portal Gedore, as ilhas, na época da Guerra Fria, eram denominadas de Cortina de Gelo. A denominação se deu porque em um determinado período do ano o percurso existente entre os dois pontos mais próximos entre os Estados Unidos e Rússia era dominado pelo gelo, o que, inclusive, possibilita, até hoje, uma travessia a pé.
Antigamente, as ilhas eram habitadas por povos esquimós nativos. A população teve que deixar o local no final da II Guerra Mundial, a pedido da Rússia. Nesse ínterim, alguns dos ex-residentes migraram para o continente e outros para a Diomedes Menor.
As ilhas foram divididas politicamente em 1867, período em que os Estados Unidos adquiriu o Alasca.
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