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Modelo brasileira viralizou faxinando casa de pessoas com depressão

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Fazer faxina não é uma das coisas preferidas de quase ninguém. Mas todos sabem como a organização de um ambiente pode afetar a vida de quem vive nele. Isso se eleva a uma outra potência quando o morador sofre com depressão. Por conta disso, essa modelo brasileira teve uma ideia para ajudar essas pessoas.

Nas últimas semanas, a modelo Ellen Milgrau visitou algumas casas para faxiná-las. O seu objetivo era limpar as casas para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Com isso, ela encontrou louças acumuladas, roupas sujas, restos de comida nos cômodos, incontáveis baratas e até mesmo larvas.

Os moradores das casas visitadas pela modelo enfrentam a luta contra a depressão. Por conta disso, muitos deles não conseguiam sequer limpar os cômodos. “Às vezes a pessoa não consegue sequer levantar para tomar banho. Tem situações em que não é nem justo chamar uma faxineira porque a sujeira está muito crítica”, disse Ellen.

Faxina

G1

Essa faxina que a modelo dá na casa das pessoas faz parte de uma série de vídeos que ela começou a compartilhar em seu TikTok no começo de março. Logo, as publicações viralizaram e somam mais de 30 milhões de visualizações.

O projeto da modelo se chama “Faxina Milgrau” e, de acordo com ela, surgiu da relação que ela tem com limpeza desde que é pequena. Para a modelo, o lugar onde se vive tem que estar livre da sujeira para que as coisas fiquem bem. “Parece que a vida só funciona quando a casa tá limpa”, pontuou ela.

Ellen diz que costumava limpar apenas sua casa, mas o projeto surgiu quando ela teve que ajudar um amigo com depressão que estava tendo dificuldades para limpar a própria casa.

“A gente costumava falar: vamos fazer uma intervenção, chegar com as vassouras e tudo na sua casa. A gente só falava, mas chegou um momento em que ele realmente pediu ajuda”, contou.

Ideia

G1

Nesse momento, a modelo e sua amiga, a publicitária Lua Rodrigues, decidiram registrar a limpeza em um vídeo no TikTok. Além de modelo, Ellen também é influenciadora digital, então, o vídeo seria um teste sobre o que o público gostaria de ver, já que ela ainda está avaliando a melhor forma de usar a rede social.

“Eu pensava em alguns nichos, como maquiagem, porque queria crescer no TikTok. E o que desse certo, seguiria nesse nicho. Quando falamos sobre gravar a faxina, pensei: é um conteúdo que eu gosto e pode dar certo”, explicou.

Para fazer os vídeos, Ellen se inspirou na finlandesa Auri Katariina, que se tornou um fenômeno mundial por fazer faxinas nas casas de pessoas que enfrentam problemas de saúde mental ou que tenham outras dificuldades que não as deixam limpar sua casa.

O primeiro vídeo de faxina que Ellen postou fez muito sucesso na rede social e em poucos dias passou dos dois milhões de views. Com todo esse sucesso e boa aceitação do público, a modelo continuou com o conteúdo. Para ela, foi uma maneira de ajudar os outros e ao mesmo tempo fazer com que o público a conhecesse melhor.

“Com isso, consigo sair da minha zona de conforto e também mostrar um lado que muitas pessoas não têm ideia sobre mim. Acham que por ser modelo sou intocável ou nasci rica. Não sou nada disso. Não nasci rica ou herdeira”, pontuou ela.

Pessoas

@ellenmilgrau Domingo e veio aí mais um episódio completo! Já estamos no EP 05 e fomos até diadema ajudar uma jovem ✨🙏 conta aqui nos comentários o que você achou 🥺 #faxinamilgrau #depressioncleaning #saudementalimporta #limpezadacasa #wuweicreators @jadycarvalho @fgarroux @luajuana @wuweicreators ♬ som original – ellenmilgrau

Depois do sucesso do primeiro vídeo, a modelo e sua amiga publicitária começaram a procurar uma outra pessoa que se encontrasse em uma situação parecida. Para encontrar essa pessoa, Lua publicou anúncios em vários lugares nas redes sociais até conseguir achar um outro caso.

A segunda pessoa foi uma mãe e uma filha que moram juntas e enfrentam uma crise de depressão. Nos vídeos de Ellen, somente seu amigo do primeiro vídeo teve sua identidade revelada. Depois dele, todos os participantes têm suas identidades protegidas.

Com os vídeos ficando cada vez mais populares, Ellen e Lua começaram a receber várias mensagens e e-mails pedindo ajuda. Para definir para onde elas vão, elas olham as fotos do lugar e conhecem mais a história de quem mora ali.

“A gente já consegue identificar quem são aqueles que buscam a gente e realmente precisam da nossa ajuda”, ressaltou a modelo.

No começo, a faxina era feita apenas por Ellen e Lua. Mas com a popularidade dos vídeos, elas conseguiram vários voluntários para ajudá-las.

Até o momento, as casas que elas limpam são todas em São Paulo, até por conta de questões financeiras. A modelo diz que tudo é feito independente e que até agora elas não têm nenhum patrocinador.

Elas também fazem apenas uma faxina por semana, visto que não tem horário estipulado para acabar. Para se ter uma ideia, nos últimos vídeos gravados, a faxina durou aproximadamente sete horas.

Além dessa limpeza, Ellen se dedica à sua carreira de modelo e faz publicidade nas suas redes sociais. “Não é com a faxina que a gente ganha dinheiro, por isso não conseguimos viver só disso no momento”, ressaltou.

Depressão

Saúde bem estar

Além de ajudar pessoas com depressão, a modelo também sofre com ela. “Eu faço tratamento e entendo as dificuldades que essas pessoas enfrentam”, contou.

Segundo o psiquiatra Higor Caldato, é comum que as pessoas com depressão não consigam ter os cuidados que são considerados simples. “Um dos principais sintomas da depressão, assim como a tristeza e a irritabilidade, é a perda de energia e a perda de prazer nas coisas. Isso faz com que as pessoas não consigam, muitas vezes, fazer as tarefas mais simples do cotidiano, como as domésticas e também as de autocuidado como banho e exercício físico. E isso não é porque a pessoa não quer, é porque ela não consegue e está sem energia para fazer suas atividades”, explicou.

Contudo, ele ressalta que nem todas as pessoas com depressão têm esses sintomas. “Hoje é muito comum a gente perceber aquilo que chamamos de depressão funcional, que é o paciente que mesmo deprimido faz suas atividades rotineiras, mas à custa de muito esforço, de um sofrimento muito grande”, pontuou.

Por fim, Caldato diz que é fundamental procurar ajuda através de um psiquiatra ou psicólogo para fazer o tratamento adequado.

“Tem muitos sintomas de depressão que são vistos como bobagem, como besteiras. O ideal é buscar ajuda especializada. Por serem sintomas emocionais, as pessoas não conseguem identificar em exames de sangue, de raio-X”, concluiu ele.

Fonte: G1

Imagens: G1, TikTok, Saúde bem estar

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