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Nascida duas vezes! Bebê é tirada do útero, operada, e colocada de volta

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Gerar um filho e dar à luz uma nova vida é uma das emoções mais intensas que alguém pode viver. Durante as primeiras semanas após a fecundação, a mãe ainda não sente os efeitos da gravidez, mas isso não quer dizer que o bebê não esteja se desenvolvendo, muito pelo contrário, ele continua crescendo a cada segundo.

A data provável para um bebê nascer, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é de 40 semanas depois do primeiro dia da última menstruação. Um bebê que nasce de 37 semanas é considerado prematuro, após a 42º semana, pós-termo. Nos dois casos, os riscos de complicações aumentam e muito.

No entanto, ainda existem outras coisas que podem acontecer no nascimento de um bebê, como por exemplo, ele nascer duas vezes. Isso pode soar estranho, até porque não é o comum de se ver, mas não quer dizer que não possa acontecer.

Caso

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Esse foi o caso da pequena Lynlee Boemer. Em outubro de 2015, sua mãe, Margaret Boemer, descobriu que estava grávida de gêmeos. Contudo, a mulher sofreu um aborto espontâneo, mas um dos bebês sobreviveu.

Então, quando ela estava em sua décima semana de gestação, o casal descobriu que o seu bebê era uma menina. “Fiquei bem feliz. Já tinha duas meninas. Mais uma seria divertido”, disse Margaret.

Quando soube que teria outra filha, a mãe escolheu o nome de Lynlee em homenagem às avós da sua futura bebê. Embora tudo estivesse bem, uma notícia impactante logo seria dada à futura mãe durante um ultrassom.

“Ficamos animados de ver nossa filha se mexendo, mas eu e meu marido notamos algo estranho. Parecia haver uma cabeça de outro bebê na imagem. A técnica apenas disse que o coração dela estava bem, mas falou que precisava chamar o médico”, relembrou Margaret.

O problema era que Lynle tinha um teratoma sacrococcígeo crescendo na sua coluna, na região do cóccix. Ele é um tipo de tumor que é visto mais em bebês. Ele é um tumor raro, acontecendo em uma a cada 35 mil gestações. O que causa esse tumor ainda é desconhecido, mas se sabe que ele é quatro vezes mais comum em meninas do que em meninos.

Nesse caso, o tumor estava competindo com a bebê por sangue, o que por sua vez elevava o risco de a criança ter uma falência cardíaca. “O médico disse que era sério, porque o tumor já podia ser visto com apenas 16 semanas de gestação. Normalmente, ele só é identificado mais tarde ou depois de o bebê nascer. Como era muito grande, fomos aconselhados a abortar”, disse a mãe.

Solução não tão simples

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Com esse diagnóstico, Margaret lembra de ter ficado devastada, principalmente por já ter tido um aborto durante a gravidez. Além disso, a mulher também já tinha tido complicações quando sua filha mais velha ainda era bebê.

“A gente já havia tido um milagre com uma de nossas bebês. Ficamos nos perguntando por que aquilo estava acontecendo conosco”, indagou ela.

O casal então resolveu procurar por soluções na internet. Como resultado, eles descobriram uma solução nada simples: fazer uma cirurgia fetal. Ela consistia em o bebê ser tirado do útero para que se removesse a maior quantidade possível do tumor e então o colocar de volta.

Depois de acharem essa solução, o casal saiu em busca de um hospital que fizesse esse procedimento. Segundo Margaret, nos EUA, apenas quatro hospitais conseguiam fazer a cirurgia. Um deles era o Hospital Infantil do Texas, Estado americano onde a família vive.

Procedimento

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O casal foi até o hospital e encontraram o médico nigeriano Oluyinka Olutoye, especializado em cirurgia fetal. “Sem uma intervenção, ela provavelmente morreria. Esse tipo de procedimento é sempre arriscado, porque você opera duas pessoas ao mesmo tempo e pode perder ambas”, relatou Olutoye.

Outro ponto de risco, segundo o médico, é que naquele estágio de vida, o corpo do bebê é muito gelatinoso. O que faz com que o procedimento seja ainda mais delicado.

Para salvar sua filha, o casal fez uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar dinheiro, usou todas suas economias, fizeram um bazar e pediram ajuda aos pais.

Quando o momento da cirurgia chegou, Margaret se despediu de suas filhas e foi para a sala de cirurgia, onde 20 médicos a esperavam. No procedimento, somente a parte inferior do corpo da bebê foi exposta para que os médicos conseguissem retirar a parte do tumor e colocá-la de volta.

Como a bebê ainda era bem pequena, tendo somente 11 centímetro e pesando 500 gramas, os médicos usaram lentes de aumento para operá-la. Felizmente, a operação foi um sucesso.

“Foi um privilégio e uma honra estar envolvido em algo que as pessoas nem sabem que é possível. Mas, em casos assim, as mães é que são as verdadeiras heroínas, porque colocam seu corpo em risco em nome de suas crianças”, ressaltou o médico.

A bebê então nasceu, de novo, no dia seis de junho de 2016 na 36ª semana de gravidez.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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