Curiosidades

Nave espacial ”tocou” o sol pela primeira vez

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O sol é um dos grandes responsáveis pela existência da vida em nosso planeta. Além de nos manter aquecidos, existem várias vantagens relacionadas com a exposição aos raios solares. Ademais, ele é a estrela central do nosso sistema solar. Por isso, vários estudos foram e são feitos para entender melhor seu funcionamento e até mesmo quando ele pode deixar de existir.

Como resultado, várias já foram as expedições e estudos para tentar entender o sol e como ele funciona. Este astro tem um ritmo e passa por diferentes ciclos de atividade. Desses ciclos, o mais conhecido é o ciclo de Schwabe, que tem a duração de 11 anos.

Nesse ínterim, mesmo com vasto conhecimento acerca da estrela central, ela ainda guarda muitos mistérios e é objeto de curiosidade. Por isso, novas missões sempre são mandadas para a estrela central do nosso sistema.

Sol

Day to news

Com isso, a espaçonave que passou mais perto do sol fez uma estreia histórica. No dia 28 de abril desse ano, a Parker Solar Probe da NASA voou para dentro e através da coroa solar. Ou seja, na sua atmosfera superior.

O voo feito pela espaçonave foi tão próximo que ela “tocou” o astro. Além de também ter feito medições in loco e sobrevivido para contar a história. Como resultado, os pesquisadores tiveram uma riqueza de dados nunca vistos antes a respeito dele.

“Parker Solar Probe ‘tocando o sol’ é um momento monumental para a ciência solar e um feito verdadeiramente notável. Este marco não apenas nos fornece percepções mais profundas sobre a evolução de nosso sol e seus impactos em nosso sistema solar, mas tudo que aprendemos sobre nossa própria estrela também nos ensina mais sobre estrelas no resto do Universo“, disse o astrofísico Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretório de Missões Científicas na sede da NASA.

Espaçonave

Live Science

Essa espaçonave tem o tamanho de um carro e passou perto da nossa estrela central algumas vezes e cada vez foi ficando mais próxima. Ela usa a atração gravitacional de Vênus como uma espécie de estilingue que ajuda a espaçonave a se aproximar dela, e também impulsiona a velocidade para ficar cada vez mais alta.

Esse “estilingue” feito com Vênus está funcionando tão bem que a espaçonave quebrou dois recordes durante a sua abordagem solar mais recente. O primeiro foi a velocidade que a Parker conseguiu atingir. Ela atingiu a velocidade máxima de 330.000 MPH, que é rápida o suficiente para dar 13 voltas em torno da Terra em apenas uma hora. Com isso, ela se tornou o objeto de viagem mais rápido já feito pela humanidade.

O segundo recorde foi o objeto que viajou mais perto do sol. A espaçonave conseguiu chegar a 18,6 milhões de quilômetros de distância de sua superfície. Essa foi a menor distância já conseguida na história de missões enviadas para lá.

Nas suas quase cinco horas dentro de sua atmosfera, Parker mediu a flutuação no campo magnético do sol e pegou amostras de partículas. Tudo isso foi um grande marco. Visto que, anteriormente, as estimativas feitas sobre essas propriedades dependiam de informações externas.

“Voando tão perto do sol, a Parker agora detecta condições na camada magneticamente dominada da atmosfera solar – a corona – que nunca podíamos antes. Vemos evidências de estar na coroa em dados de campo magnético, dados do vento solar e visualmente em imagens. Podemos realmente ver a espaçonave voando através de estruturas coronais que podem ser observadas durante um eclipse solar total”, pontuou o astrofísico Nour Raouafi, cientista do projeto Parker, no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins.

Observações

Air space mag

A espaçonave também investigou um fenômeno que se conhece como ziguezague solar. Ele nada mais é que várias torções no formato de Z no campo magnético do vento solar. Atualmente, não se sabe onde ou como eles se formam.

Os pesquisadores sabem dos ziguezagues desde a década de 1990. Contudo, apenas depois que Parker os investigou, em 2019, é que eles descobriram que o fenômeno é bastante comum. Agora, a espaçonave os detectou dentro da atmosfera solar. Isso sugere que, pelo menos alguns deles vêm da coroa inferior do astro.

“A estrutura das regiões com ziguezague combina com uma pequena estrutura de funil magnético na base da coroa. Isso é o que esperamos de algumas teorias, e isso aponta uma fonte para o próprio vento solar”, explicou o astrônomo Stuart Bale, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

“Temos observado o sol e sua coroa por décadas e sabemos que há física interessante acontecendo lá para aquecer e acelerar o plasma do vento solar. Ainda assim, não podemos dizer exatamente o que é essa física. Com a Parker voando para a corona dominada magneticamente, teremos as tão esperadas percepções sobre o funcionamento interno desta região misteriosa”, concluiu Raouafi.

Fonte: Science Alert

Imagens: Day to news, Live Science, Air space mag

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