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Neonazistas estão fazendo testes de DNA e ficando furiosos com os resultados

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O neonazismo é um movimento que tenta resgatar a ideologia nazista propagada e instituída por Adolf Hitler na Alemanha, no início da década de 20. Os discursos inflamados de Hitler encontraram ouvidos principalmente da classe operária que estava se sentindo negligenciadA há muito tempo. A pobreza assolada dos alemães, a humilhação da Primeira Guerra Mundial e do Tratado de Versalhes, a inflação em alta no país, a prosperidade judaica, tudo isso contribuiu para o crescimento do sentimento ultranacionalista, bem como das ideias xenofóbicas, que chegaram ao ápice do racista alemão com o holocausto, onde milhares de vidas foram eliminadas pelo pensamento da higienização social: deixar apenas a “raça pura ariana” .

A tese do “arianismo” surgiu de um pensamento inspirado da descoberta de que as línguas indo-europeias provinham todas de uma mesma família. Desse conceito, os etnólogos propuseram um novo pensamento: a de que todos os povos da Europa, sendo da etnia branca-caucasiana eram descendentes de um mesmo povo, os arianos.

O ultranacionalismo alemão em vigência nesse período abraçou a ideia como uma verdade incontestável. Para eles, isso significava que se tratavam de seres “melhores”, em todos os aspectos, tanto fisicamente quanto intelectualmente, moralmente e assim por diante. Aquelas pessoas que não eram consideradas “arianas” eram de uma raça inferior e não deveriam se misturar com eles.

É isso que os  neonazistas tentam recuperar: o ideal de que a supremacia branca é melhor e mais evoluída e, portanto, negros, gays, deficientes, imigrantes e toda e qualquer tipo de minoria que possa desestabilizar o seu ambiente “puro” deve manter distância e serem separados, “o joio do trigo”.

No dia 12 de agosto, o mundo assistiu abismado a manifestação de supremacistas brancos na pacata cidade de Charlottesville, no estado da Virginia, nos Estados Unidos. Entre as pessoas que participaram da marcha, havia bandeiras dos Confederados (que resistiram à libertação dos escravos durante a guerra civil americana), assim como bandeiras nazistas e de outros grupos racistas como o “KKK” (Ku Klux Klan), que também defendem a supremacia branca.

A ideia ariana baseava-se principalmente nas características físicas. Homens altos, atléticos, loiros, brancos e que haviam nascido na Europa poderiam se considerar “arianos.” Hoje, grande parte desse conceito foi reduzido para basicamente o conceito da raça: basta que você seja branco para poder se considerar um “ariano”. Esse era o argumento utilizado pelos manifestantes da marcha “Unir a Direita” que aconteceu em Charlottesville, no último dia 12.

A fim de provarem a sua “superioridade racial”, muitos dos supremacistas que participaram da manifestação estão colocando à prova o quão branco e puro eles são. Para isso, estão se submetendo a testes de DNA que são capazes de identificar toda a ancestralidade de um indivíduo. Comicamente, muitos deles ficaram surpresos por descobrir que não são 100% brancos.

A nova moda dos supremacistas de testarem sua própria raiz genética foi analisada pelos sociólogos Aaron Panofsky e Joan Donovan da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles – EUA) e os resultados foram publicados em um artigo científico. A análise foi baseada em um fórum online chamado “Stormfront” onde se reúnem nacionalistas brancos, supremacistas, neonazistas e outros grupos que adotam a ideia da superioridade da raça caucasiana. Mais de 3 mil postagens discutem testes de ancestralidade que acabaram por revelar que grande parte deles tem alguma porcentagem africana e/ou do Oriente Médio.

Muitos membros do grupo ficaram chocados ou irritados com os resultados. Ao invés do teste provar a eles de que a “raça pura” é um conceito infundado em um período de globalização, eles encontraram desculpas para explicar o porquê do teste de DNA estar “errado”.

“Meu conselho é acreditar na pesquisa da árvore genealógica da sua família e no que os seus avós te disseram, antes de acreditar em um teste de DNA,” disse um dos integrantes no fórum.

“Eu acho que talvez seja uma operação encoberta para pegar o DNA de judeus para usá-los como uma arma biológica contra nós,” atesta outro.

“[Os resultados são ‘forjados’] pela razão e motivo de tentarem espalhar a ideia do multiculturalismo e fazer com que os brancos pensem que eles são racialmente misturados,” explica um dos participantes.

Todas as frases dos membros foram retiradas do fórum “Stormfront” e divulgadas na matéria no jornal britânico Metro.

A vergonha alemã devido ao seu passado obscuro do Holocausto fez com que o país renegasse a corrente ideológica transformando em crime a apologia ao nazismo. No Brasil, o primeiro parágrafo do artigo 20 também prevê o “Crime de Divulgação do Nazismo”. Porém nos Estados Unidos, o direito à Liberdade de expressão, garantido pela ‘Primeira Emenda’ permite a expressão do racismo, e inclusive a do nazismo.

Este é o motivo da prosperação nazista e racista, bem como da supremacia branca, assistida nos Estados Unidos nesses últimos anos e principalmente nesse mês, na Virginia. Três pessoas morreram durante a manifestação e pelo menos outras 34 ficaram feridas. Nem um teste científico é capaz de mudar a ideia preconceituosa dos seres humanos. Há mais de 150 anos os Estados Unidos finalmente celebravam a vitória do fim da escravidão, hoje, infelizmente o país que se considera “grande” e superior ao restante do mundo, apequena-se dando passos para trás, diante de um cenário caótico de horror, racismo e violência.

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