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O dia em que o cadáver de Charles Chaplin foi roubado

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Em 1978, o corpo de Charles Chaplin foi roubado do cemitério em que estava enterrado. O que muitas pessoas não sabem é que essa ação pode ter sido atribuída a outra subtração de cadáver, que ocorreu anos antes.

No ano de 1946, na véspera do primeiro aniversário de libertação da Itália do fascismo, a obsessão do jornalista neofascista Domenico Leccisi, na época com 25 anos, acabou fazendo com que ele cavasse a sepultura onde o corpo de Benito Mussolini foi enterrado. Naquele mesmo dia, ele e um grupo de jovens roubaram o cadáver, dando início a uma investigação policial até que fosse encontrado.

Se o cadáver de Mussolini e sua própria trajetória não fossem considerados algo ruim, é possível que esse acontecimento tivesse entrado para a história do mundo. No entanto, esse roubo de corpos foi atribuído ao que teria acontecido com Charles Chaplin.

Mesmo que Chaplin tenha sido longe de um anjo, suas atitudes não chegaram minimamente perto das ações do genocida italiano Mussolini. Por isso, o desaparecimento do seu cadáver foi um escândalo histórico, enquanto a do corpo italiano não.

O sumiço do corpo de Charles Chaplin

Fonte: Central Press/Getty Images

No dia 25 de dezembro de 1977, no cemitério da vila suíça de Corsier-sur-Vevey, nas colinas acima do Lago Genebra (Lausanne, Suíça), foi enterrado o corpo de Charles Chaplin. O ator fez história no cinema de Hollywood com “Tempos Modernos”, provocando uma comoção mundial.

Dois meses depois, em 1 de março de 1978, o refugiado polonês e mecânico de automóveis de 24 anos, Roman Wardas, e o búlgaro Gantscho Ganev, de 38 anos, escalaram a colina até o cemitério e roubaram o corpo do ator.

Em seguida, os dois entraram em contato com Oona Chaplin, viúva do ator, pedindo cerca de US$ 600 mil para devolverem o corpo. Mas como ela se recusou a pagar, afirmando que o seu marido teria considerado a exigência ridícula, a dupla começou a ameaçar os filhos dela, considerando sequestros e assassinatos.

A investigação policial foi iniciada assim que a situação ficou séria e os agentes começaram a monitorar a região. Depois de 5 semanas de trabalho, eles conseguiram prender os dois homens, que foram encaminhados ao Tribunal Distrital de Vevey para serem julgados, em 12 de dezembro de 1978.

Motivação para o roubo

Fonte: Central Press/Getty Images

O caixão com o corpo de Chaplin foi encontrado enterrado em um milharal perto do Lago Genebra pela polícia e em seguida devolvido ao cemitério, em uma tumba de concreto à prova de roubo.

De acordo com Wardas, ele decidiu roubar o cadáver de Chaplin para resolver seus problemas financeiros, depois de ser inspirado por uma reportagem retratando um caso similar na Itália. Para isso, pediu a ajuda do amigo Ganev para realizar o crime.

Ele negou ter sentido vergonha pelo crime, justificando que o desespero era maior. “Deixei meu país para ser livre, mas achei difícil conseguir um trabalho estável na Suíça”, afirmou Wardas em resposta a uma pergunta do presidente do tribunal, Roland Chatelain.

Fonte: Central Press/Getty Images

Wardas acrescentou que tinha planos de esconder o caixão mais fundo na cova original, porém as intensas chuvas o impediram, já que a terra ficou muito pesada. Por isso, a solução foi enterrá-lo em outro lugar. Em seguida, a dupla transferiu o corpo para o carro de Ganev até encontrar o milharal, a 20 quilômetros do cemitério.

Enquanto isso, Ganev afirmou que só seguiu com o plano porque acreditava que os riscos de serem pegos eram mínimos, porém ficou alarmado com a repercussão do crime, o que o fez não participar no momento das ameaças.

A sessão de dezembro de 1978 terminou com Wardas condenado a 4 anos e meio de trabalho forçado, e Ganev recebendo uma sentença de 18 meses, porque foi comprovada a sua participação limitada no roubo do corpo de Charles Chaplin.

Fonte: Mega Curioso

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