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O impostor de 30 anos que se passou por estudante do ensino médio

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Alguns casos da vida real parecem ter sido retirados de roteiros de filme. Na verdade, algumas vezes o oposto acontece, com situações reais, inspirando produções cinematográficas, como no caso de um impostor de 30 anos que se passou por um estudante de 17. A história real foi contada no filme My Old School (“Minha velha escola”, em tradução livre).

O homem, que se identificava como Brandon Lee, convenceu seus professores e colegas do ensino médio que era apenas um aluno comum. No entanto, algum tempo depois ele foi desmascarado e sua verdadeira identidade foi revelada: tratava-se de Brian MacKinnon, um homem de 30 anos que havia estudado na mesma escola em que se passou por adolescente, mas isso havia acontecido há mais de uma década.

A história do impostor

Em 1993, quando se matriculou como estudante da Academia de Bearsden, perto de Glasgow (Reino Unido), Brian MacKinnon afirmou ser canadense e ter apenas 17 anos. Se passando por adolescente, ele obteve cinco notas máximas no exame Higher, que é adotado na Escócia para avaliar os formandos do ensino médio que desejam entrar na universidade.

Um ano mais tarde, quando ele já havia entrado na faculdade de medicina da Universidade de Dundee, sua vida dupla foi revelada por um jornal da região. Com a repercussão, MacKinnon foi expulso da Universidade.

The Times

A história chamou a atenção de pessoas em diversas partes do mundo. Muitas mães e pais ficaram preocupados com a possibilidade das filhas, que estiveram na mesma sala de aula de MacKinnon, terem se envolvido amorosamente com ele, já que o impostor tinha quase o dobro da idade dos demais.

O filme

O filme My Old School foi escrito e dirigido por Jono McLeod, que foi colega de classe de MacKinnon (ou Brandon, como ele ainda o chama). McLeod tinha 16 anos quando esteve próximo do impostor e, ainda hoje, ele não acredita que Brandon quisesse fazer mal. Segundo a BBC, ele entrevistou, para o filme, outros colegas e professores que têm a mesma opinião.

“Muitas pessoas da classe têm sua própria opinião sobre o que Brandon fez, mas a maioria tem apreço por ele”, afirma McLeod. “Sei que não é geral. O filme não é uma crítica a ele, mas não concordo com todas as decisões que ele tomou naquela época”, completou o roteirista da produção audiovisual.

Daily Record

Segundo McLeod, MacKinnon era “um pouco nerd” quando chegou na escola, mas, com o tempo, se tornou bastante popular entre as turmas do ensino médio. Ele chegou até a estrelar uma produção teatral do musical South Pacific.

À BBC da Escócia, McLeod afirmou que MacKinnon concordou que sua história fosse contada, mas não queria aparecer em frente às câmeras. Por isso, o homem, que atualmente tem 58 anos, é representado pelo ator escocês Alan Cumming, que faz a sincronização labial da entrevista real.

No filme, MacKinnon afirma através de Cumming: “O que você precisa se realmente quiser triunfar é fazer o inimaginável”. Na entrevista, MacKinnon descreve que sua família mudou-se para Bearsden, um distrito nobre ao norte de Glasgow, nos anos 1970, quando ele estudou na Academia de Bearsden pela primeira vez. Ele se formou no ensino médio em 1980.

As motivações para voltar ao ensino médio e a descoberta da farsa

MacKinnon ingressou na Universidade de Glasgow, mas foi expulso depois de ser reprovado nos exames. Em 1995, ele alegou ao jornal escocês The Herald que não estava bem na época da reprovação e que se sentiu arrasado quando foi expulso. “Eu me senti enganado e como se meu lugar na Universidade tivesse sido roubado”, afirmou.

A frustração fez com que, muitos anos depois, MacKinnon se matriculasse novamente no ensino médio para ter uma nova chance. Em entrevista a Jackie Bird, apresentadora da BBC Escócia, logo após ter sido descoberto, o impostor contou que havia se matriculado no ensino médio com 30 anos de idade apresentando dois “documentos falsos”: uma carta falsa do seu pai, que ele afirmava ser professor, e outra de um tutor no Canadá.

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Glasgow Live

Segundo ele, sua mãe era uma cantora de ópera que viajava pelo mundo e ele havia voltado para a Escócia para viver com sua avó doente. Na época, MacKinnon declarou à BBC que a primeira vez em que ele atravessou os portões da escola no seu retorno foi “desesperadora”.

“Eu sabia que, a qualquer momento, poderia surgir uma pergunta que eu não saberia responder. Poderiam ter perguntado pela minha certidão de nascimento, mas não aconteceu”, contou ele.

O homem explicou que só se lembrava de encontrar um professor que estava na escola durante a primeira vez em que ele estudou lá. “Simplesmente mantive minha cabeça baixa, com aparência tímida e infantil, e era tudo o que podia fazer – e não houve nenhum problema”, afirmou ele.

Segundo MacKinnon, as tarefas escolares eram muito simples, considerando que ele já conhecia todo o conteúdo. No entanto, ele precisava fingir que não estava tão à frente dos colegas. “Eu não queria ganhar muitos prêmios no primeiro semestre e acabar no jornal local”, relembrou ele.

Quando foi denunciado, MacKinnon já havia saído da escola e estava na faculdade de medicina. A denúncia ocorreu por meio de um telefonema anônimo destinado às autoridades da educação e aos jornais e fez com que o homem fosse expulso da Universidade pela segunda vez. Agora, quase 30 anos depois, MacKinnon evita os holofotes e prefere permanecer no anonimato, recusando-se a dar entrevistas e a ser fotografado.

Fonte: BBC

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