Curiosidades

Onda de atividade misteriosa no cérebro de pessoas que estão morrendo foi detectada

0

O cérebro contém todas as informações de nossas vidas e esconde os maiores mistérios. Justamente por ser um dos órgãos mais importantes do corpo humano, ele sempre está sendo estudado, sem contar que é considerado o objeto mais complexo conhecido no universo.

Contudo, o estudo do cérebro também tem alguns problemas com relação à ética científica. Por isso, as oportunidades para estudá-lo precisam ser bem aproveitadas. Felizmente, mesmo assim, novas descobertas sobre ele e seu funcionamento são feitas.

Como por exemplo, essa feita pelos cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA. Eles descobriram que conforme duas pessoas estavam se aproximando da morte existia um aumento estranho na atividade cerebral deles. Esse mesmo fenômeno foi parecido com os picos já vistos em animais depois que eles têm uma parada cardíaca.

Atividade no cérebro

Visão

A descoberta é bem rara e dá aos pesquisadores informações a respeito dos últimos momentos do cérebro antes da morte total e do seu silêncio. Em 2022, eles registraram um pico nas ondas gama, que são um tipo de atividade cerebral, em uma pessoa que estava prestes a morrer. Além disso, eles também viram outras frequências mudar.

Agora, nesse novo estudo, eles observaram uma explosão parecida de atividade gama transitória em dois dos quatro pacientes que foram retirados do suporte à vida.

Com isso, o neurologista Jimo Borjigin e seus colegas analisaram as semelhanças entre os cérebros das pessoas prestes a morrer com os dos ratos depois de uma parada cardíaca induzida. Depois disso, eles sugeriram que os flashes temporários de atividade cerebral vistos nos ratos podem ser indicadores biológicos das experiências de quase morte que as pessoas que sobrevivem a uma parada cardíaca dizem ter tido.

Desde 2014, os pesquisadores estudaram pacientes que estavam na UTI neurológica do Michigan Medicine, centro médico acadêmico da Universidade de Michigan. Em dois pacientes que estavam em coma e tiveram parada cardíaca ou hemorragia cerebral, as gravações eletroencefalográficas (EEG) mostraram que as ondas gama tiveram um aumento em uma parte do cérebro que logo se espalhou em conexões entre os dois hemisférios do órgão.

Estudo

Olhar digital

O local onde aconteceu esse aumento das ondas gama é considerado uma “zona quente” para os correlatos neurais da consciência. Por isso ela pode ser um marcador de consciência potencial. Tanto é que padrões parecidos foram vistos em pessoas que estavam sonhando, tendo alucinações ou experiências durante uma crise epilética.

Contudo, os pesquisadores pontuam que as descobertas feitas não são necessariamente um processo consciente elevado pelos pacientes que estão prestes a morrer. Até porque nenhum deles sobreviveu para contar as experiências que tiveram.

Além disso, em todo tempo de estudo somente dois pacientes tiveram esse aumento das ondas gama. E os pesquisadores disseram que esse aumento pode ser por conta de um processo patológico único durante o estágio da morte e que não tem uma relação com a consciência.

Flashback

Quatro cinco um

Assim como nesses pacientes prestes a morrer, um outro estudo foi feito em um canadense de 87 anos, portador de epilepsia, que estava fazendo um exame de eletroencefalograma (EEG) quando sofreu um ataque cardíaco e morreu.

O acontecido deu aos médicos a oportunidade de fazer uma coisa bem rara, monitorar a atividade elétrica do cérebro de uma pessoa enquanto ela morria. Nesse caso, o paciente tinha assinado um documento afirmando que, em caso de parada cardíaca, não deveria ser submetido a tentativas de ressuscitação.

Depois de fazer isso, os médicos observaram uma coisa intrigante. Nos últimos 30 segundos antes de o coração do paciente parar de bater, e nos 30 segundos depois que ele parou, aconteceu um aumento na atividade cerebral das regiões relacionas à memória e aos sonhos, além de ter a presença de ondas elétricas do tipo gama.

“Pouco antes e depois que o coração parou de funcionar, vimos mudanças em uma faixa específica de oscilações neurais, as chamadas oscilações gama, mas também em outras como oscilações delta, teta, alfa e beta”, afirmou o neurocirurgião Ajmal Zemmar, da Universidade de Louisville, nos EUA.

De acordo com os cientistas, tudo isso indica que o cérebro poderia estar “tocando” lembranças armazenadas ao longo da vida. Até porque, as ondas cerebrais do tipo gama se referem a atividades altamente cognitivas, como sonhos, meditação, concentração, mas também processamento de informações e recuperação de memórias.

Isso tudo leva à conclusão de que o cérebro pode reproduzir lembranças no momento da morte e acessar momentos importantes da vida da pessoa, assim como é mostrado em filmes e séries.

“Algo que podemos aprender com esta pesquisa é: embora nossos entes queridos tenham os olhos fechados e estejam prontos para nos deixar descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que vivenciaram em suas vidas”, afirmou Zemmar.

Entretanto, essa hipótese de que o cérebro pode ter um flashback no fim da vida ainda é inconclusiva. Isso porque essa foi a primeira vez que o processo foi registrado, além de a análise ter se dado sobre um cérebro que havia sofrido lesão, convulsões e inchaços.

Fonte: Mistérios do mundo,  Superinteressante

Imagens: Visão, Olhar digital, Quatro cinco um

Robô ”desmaia” depois de trabalhar 20 horas seguidas

Artigo anterior

Estocolmo inicia operação de primeira balsa elétrica autônoma do mundo

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido