Ciência e Tecnologia

Origem da Vênus de Willendorf, uma das estátuas mais antigas do mundo

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A arqueologia fez uma descoberta em 1908 que mudou a história da arte. A Vênus de Willendorf é, possivelmente, uma das estátuas mais famosas e enigmáticas da história da humanidade. Esculpida entre 25 e 30 mil anos atrás, finalmente temos as respostas sobre sua origem.

A figura tem aproximadamente 11 centímetros de altura e foi encontrada no início do século XX próximo à vila de Willendorf, na Áustria, de onde ganhou seu nome. Assim, o responsável foi o explorador chamado de Johann Veran ou Josef Veram.

Dessa forma, a estátua sempre despertou discussões na comunidade científica por ser feito de um material que não é comum em lugar algum da Áustria. O material em questão é chamado de oólito e é poroso.

Novas descobertas da Vênus de Willendorf

O novo estudo foi conduzido pelo antropólogo Gerhard Weber, da Universidade de Viena, com os geólogos Alexander Lukeneder, Mathias Harzhauser, e o historiador pré-histórico do Museu Natural de Viena,  Walpurga Antl-Weiser.

Assim, a pesquisa desenvolveu um método de tomografia computadorizada que permitiu examinar o interior da estátua pela primeira vez desde sua descoberta há mais de 100 anos.

Esse novo método possibilitou também fazer observações na escala dos nanômetros (nm), especificamente 12 nanômetros. Essa é uma aproximação visual que só é possível por meio de um microscópio.

Como é uma peça de imenso valor histórico, em exibição no museu austríaco, perfurar a Vênus de Willendorf estava fora de cogitação. Sendo assim, o ponto interessante dessa estátua é que ela é diferente de outras que são chamadas de Vênus, que são feitas de marfim ou até mesmo de ossos na maior parte dos casos.

Isso confere uniformidade em seu interior. No entanto, no caso da Vênus de Willendorf, uma das peças mais antigas da história das artes plásticas já descobertas, temos o oposto: ela é completamente desigual de várias formas.

Descobertas

Reprodução

Então, os pesquisadores usaram outros objetos de oólito para comparar alguns aspectos específicos da Vênus de Willendorf. Com isso, mostraram que a sedimentação da composição se depositou em diferentes densidades e formatos. Ou seja, além do oólito, existem outros minerais como a limonita.

“As limonitas mais duras provavelmente se quebraram quando o criador da Vênus a estava talhando”, disse Weber. “No caso desta estátua, ele provavelmente seguiu por essa composição por causa da necessidade, não da criatividade”.

Dessa forma, também encontraram outro ponto interessante de que os milhões de oóides, núcleos presentes no oólito, se dissolveram com o passar do tempo. Por isso, o material é poroso. Então, foi uma decisão inteligente por parte do autor da estátua, já que oólito é um material muito mais fácil de trabalhar em comparação com outros minerais.

Por fim, os pesquisadores encontraram um pedaço fossilizado de mineral do período Jurássico, o que elimina qualquer teoria de contaminação natural posterior do período Mioceno. Esse seria o caso da bacia paleontológica onde encontraram a Vênus de Willendorf.

Problemas persistentes

No entanto, ainda existe a questão da localização. Nenhuma amostra de oólito de outros locais se parecia com o material da Vênus de Willendorf. Seria necessário expandir a busca por mais de 200 quilômetros para começar a encontrar semelhanças.

Finalmente, as pesquisas chegaram ao Lago Garda, no norte da Itália, onde as amostras são praticamente idênticas. Então, agora sabemos que a estátua misteriosa fez uma jornada do sul dos Alpes até o rio Danúbio.

“O povo do período cultural gravetiano – a cultura artística da época – favorecia a habitação de locais favoráveis”, disse Weber. “Quando o clima da área ou a disponibilidade de caça se alterava, eles se realocavam, preferencialmente próximos a rios. Uma jornada assim pode ter levado gerações”.

Contudo, não temos muitas evidências de presença humana nos Alpes na época da criação da Vênus de Willendorf. Assim, os cientistas vão prosseguir para ter avanços tanto na área da paleontologia quanto na antropologia.

Fonte: Olhar Digital

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