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Os ácaros que vivem nas profundezas do seu rosto estão ameaçados

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Os ácaros são o segundo grupo animal mais diverso da Terra, perdendo apenas para os insetos. Eles podem ser microscópicos ou milimétricos. Geralmente, os ácaros medem de 0,25 a 0,75 milímetro. Por conta do seu tamanho, eles são capazes de ocupar uma variedade incrível de habitats, além de terem distintos hábitos de vida.

De acordo com especialistas, podemos encontrar, por exemplo, ácaros de vida livre, aquáticos, terrestres, parasitas, fitófagos, os que se alimentam de plantas, e predadores que obtêm energia de outros ácaros, seus ovos e larvas de insetos. No meio de todos esses hábitos e habitats existem os ácaros que vivem na pele do seu rosto.

Geralmente, as pessoas relacionam os ácaros com coisas ruins ou que fazem mal à saúde. Contudo, existem aqueles que limpam os poros do nosso rosto, como por exemplo, os Demodex folliculorum. Eles passam sua vida toda no fundo do rosto das pessoas.

Quando chega a noite, esses organismos de 0,3 milímetro de comprimento saem dos poros em busca de um novo folículo da pele para acasalar com um parceiro. Contudo, de acordo com a descoberta de um novo estudo, esses pequenos ácaros podem estar enfrentando um problema bem grave. O problema é que o DNA deles está erodindo, ou seja, eles estão perto da extinção.

Ácaros

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Esses ácaros vivem nas camadas bem profundas da pele, que não podem ser lavadas com água e sabão. E eles são comuns em mais de 90% dos seres humanos. Isso porque, as pessoas são o lar para eles desde o momento em que nascem. E esses ácaros são transmitidos pela própria mãe durante a amamentação.

Na visão da bióloga Alejandra Perotti, professora da Universidade de Reading, no Reino Unido, e coautora do estudo, as pessoas devem ser “gratas” por serem o lar desses ácaros e ter um relacionamento tão íntimo com eles.

“Eles são muito pequenos e fofos. Não há nada para se preocupar em tê-los. Eles limpam nossos poros e os mantêm em ordem. Não se preocupe. Fique feliz por ter uma pequena criatura microscópica vivendo com você, pois eles não causam nenhum dano”, pontuou ela.

O estudo feito mostrou o quão próximo é o relacionamento das pessoas com esses ácaros. No entanto, ele também mostrou como os ácaros têm um número menor de genes em comparação com insetos, aracnídeos ou crustáceos. Por exemplo, o gene que protege o corpo do ácaro da luz ultravioleta foi perdido. O que faz sentido, já que eles ficam ativos à noite.

Outro ponto visto pelo estudo foi que, conforme a diversidade genética dos ácaros diminui, a dependência deles aumenta. Isso quer dizer que eles correm o risco de uma possível extinção.

Ameaça

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O estudo esperava encontrar um gene que acordasse os ácaros e os fizesse dormir, contudo, ele não estava presente nas amostras que os pesquisadores analisaram. Ao invés de um gene, o Demodex folliculorum consegue detectar uma quantidade pequena de hormônios secretados pela própria pele humana enquanto as pessoas dormem. É justamente isso que faz com que eles acordem.

Entretanto, são essas adaptações que causam os problemas para os ácaros. Isso porque, quanto mais eles se adaptam às pessoas, mais genes eles perdem e, eventualmente, eles irão se tornar completamente dependentes em sua existência.

Essa dependência, por sua vez, fará com que os ácaros nunca possam sair dos poros para encontrar um novo parceiro e se acasalar. Como resultado, isso representa uma ameaça ao futuro dessa espécie e uma possível extinção.

E qual o problema das pessoas perderem esses ácaros para sempre? “Eles estão associados a uma pele saudável. Então, se forem extintos, poderemos enfrentar mais problemas dermatológicos”, concluiu Perotti.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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