Pai de quíntuplos rebate críticas por usar coleira infantil nos filhos

Gêmeos sempre atiçam a curiosidade das pessoas. Agora pense gêmeos quíntuplos. Aproveitando dessa curiosidade para saber como é a vida com cinco crianças gêmeas, o estadunidense Jordan Driskell conta nas redes sociais a sua vida como pai de quíntuplos. No entanto, ele foi alvo de críticas depois de ter postado um vídeo usando coleira infantil.

O pai usou a coleira para conduzir seus filhos em um passeio. Driskell publicou o vídeo tanto em seu TikTok como no Instagram, e nas duas redes sociais vieram vários comentários negativos.

Para muitos usuários, o pai dos quíntuplos limitou a liberdade das crianças e a capacidade cognitiva delas usando a coleira. No entanto, vários usuários também defenderam a atitude do pai. Mesmo assim, Driskell também se defendeu dos ataques.

Coleira

Um pai de quíntuplos polemizou ao divulgar um vídeo “andando” com seus filhos, de 5 anos, presos numa chamada “coleira infantil”. Nos vídeos, Jordan Driskell registra os desafios e a diversão na criação dos filhos. O vídeo viralizou, mas recebeu muitas críticas #FolhaVitoria pic.twitter.com/RyTdHQa1YJ

— Jornal Folha Vitória (@folha_vitoria) August 10, 2022

“As crianças são tão curiosas. Elas querem correr e explorar. Para nossa própria paz de espírito e sanidade, usamos uma coleira. Também nos permite sair de casa e fazer coisas divertidas em família sem nos estressarmos”, disse o pai em suas redes sociais.

Entretanto, algumas psicólogas especializadas em desenvolvimento infantil criticaram Driskell. “O problema não é a guia em si, mas o motivo de os pais estarem usando. Pode atrapalhar quando inibe a mobilidade da criança ou gerar desconforto físico e emocional, ou ainda quando os pais usam a coleira como conforto para não ficarem atentos aos filhos”, disse a psicóloga Fabiana Gauy.

Já na visão da psicóloga Alessandra Araújo, a coleira infantil pode ser substituída por uma relação de maior confiança entre as crianças e os pais. “Ter esse espaço de diálogo e psicoeducação forma sujeitos mais estruturados e seguros. O mais importante é estabelecer vínculos afetivos saudáveis com os pais ou responsáveis”, disse ela.

Perigos e benefícios

Clínica humaninhos

Como foi visto nos comentários do vídeo de Driskell, as opiniões sobre o uso da coleira infantil são bem divididas. Mas será que ela causa algum dano físico à criança? Como por exemplo, ela corta a pele? Provoca assadura? Comprime o pulmão?

Não existem muitos dados sobre machucados causados pelo acessório. No entanto, a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos Estados Unidos, onde cuidadores tendem a usar mais a coleira, nunca ordenou um recolhimento do produto. E também não há casos de complicações físicas originadas pela coleira.

Mesmo assim, Benjamin Hoffman, médico e membro da Academia Americana de Pediatria, não apoia o uso da coleira infantil. “Nós não temos dados sobre machucados associados com as coleiras, mas também não temos informação sobre a razão pela qual os pais as usam e qual benefício poderia ter”, disse.

Na visão dele, é muito ruim ver as crianças sendo tratadas como animais de estimação. “Sou pai de três, então sou muito ciente de como são rápidos, impulsivos e imprevisíveis. Mas pela ótica dos perigos que a coleira pode causar, me preocupo mais com a possibilidade de enforcamento”, ressaltou.

Para Adam Spanier, médico e professor de pediatria da Universidade de Maryland, usar ou não a coleira infantil é uma escolha pessoal. Ela pode ser útil para crianças que têm uma tendência a fugir, para ambientes lotados onde ela pode se perder, para crianças com atrasos de desenvolvimento e para quem enfrenta problemas com controle de impulsos.

Nesses casos, se os pais optarem por usar a coleira, Spanier dá algumas dicas. Primeiro, escolha uma coleira de colete ou mochila no lugar de um que seja preso em alguma extremidade ou na cintura. “Existem coleiras de mão em que um cuidador segura de um lado e a criança do outro, mas isso requer cooperação”, explicou.

Outro ponto é seguir as instruções do produto e se certificar de que se está usando o tamanho certo para a criança. E por último, sempre ler as avaliações de outros usuários e procurar notícias sobre o produto.

Fonte: Hypeness, Metrópoles

Imagens: Twitter, Clínica humaninhos