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Pandora, a maior joalheria do mundo, não usará mais diamantes extraídos

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Para Pandora, os diamantes feitos em laboratório também são para sempre. A maior fabricante de joias do mundo anunciou, nesta terça-feira, 04/05, que não usará mais, em suas produções, diamantes extraídos. A decisão, de acordo com uma reportagem publicada pela CBS News, resultou parcialmente na demanda por parte dos consumidores.

Decisão

O Grupo Pandora, com sede em Copenhagen, anunciou na terça-feira, 04/05, que sua próxima coleção será projetada exclusivamente com diamantes fabricados em laboratórios. A mudança visa tornar as joias da empresa mais acessíveis e sustentáveis. Segundo a reportagem publicada pela CBS News, a coleção será lançada primeiro no Reino Unido e deverá se expandir globalmente em 2022.

“Os diamantes criados em laboratório também são um símbolo de inovação e progresso e também projetam a mesma beleza que os diamantes. Além disso, são, agora, um testemunho que reflete o compromisso estabelecido em nossa agenda que visa valorizar a sustentabilidade – de forma contínua e ambiciosa”, disse Alexander Lacik, CEO da Pandora, referindo-se à nova decisão. “Os diamantes precisam, mais do que nunca, serem acessíveis para todos”.

Em entrevista à BBC News, Lacik revelou que os diamantes produzidos em laboratório exigem menos esforços do que os que são extraídos e, por isso, são, atualmente, mais desejados pelo mercado. Para o Grupo Pandora, conhecido por suas icônicas pulseiras de prata, bem como seus berloques, os diamantes criados em laboratório “têm as mesmas características ópticas, químicas, térmicas e físicas e são classificados pelos mesmos padrões conhecidos, como, por exemplo, a regra dos 4Cs – corte, cor, clareza e quilate”.

Os diamantes cultivados nos laboratórios que atuam em parceria com o Grupo Pandora utilizam 60% de energia renovável. A empresa espera utilizar 100% de energia livre no próximo ano – para diminuir as emissões de gases – e usar apenas metais reciclados na fabricação dos diamantes até 2025.

“Queremos ser exemplo”, disse Lacik à BBC. “Tenho quatro filhos, estou deixando esta terra um dia, espero poder deixá-la em uma situação melhor do que a que criamos nos últimos 50 anos ou mais”.

Uma nova indústria

O mercado global de joias tem mudado lentamente. Tais mudanças começaram a se mostrar mais palpáveis por conta de relatos de abusos que infringem os direitos humanos. Em 2019, a Tiffany & Co., por exemplo, anunciou que divulgaria a todos os clientes as etapas que seus diamantes percorrem até chegar à loja física. A empresa, desde então, mantém a decisão.

Não obstante, de acordo com um relatório de novembro de 2020, emitido pela Human Rights Watch, “as principais joalherias, que demonstraram seguir investindo em melhorias em suas fontes de extração de ouro e diamantes, revelaram não poder garantir aos consumidores que a extração de suas joias não infrinjam certos apontamentos dos direitos humanos”.

O relatório aponta que muitos mineiros de diamantes continuam a trabalhar em condições extremas. O cenário piorou com a chegada da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Conforme revelou a reportagem da CBS News, os maiores abusos ocorrem na Venezuela, Zimbábue, Gana, Mali, Filipinas e Tanzânia.

O relatório da Human Rights Watch não classificou nenhuma das 15 empresas que avaliou como “excelente”, mas classificou duas – Tiffany & Co. e Pandora – como exemplos promissores de corporações que têm se empenhado a adotar medidas significativas que as levem a produzirem de forma responsável.

Nos últimos anos, várias empresas especializadas em diamantes cultivados em laboratório ou pedras alternativas ganharam popularidade, oferecendo aos consumidores joias mais acessíveis, sem as mesmas questões ambientais e éticas que cercam os diamantes tradicionais e os chamados diamantes de sangue, que são extraídos em zonas de guerra e vendidos para financiar esforços de guerra.

Não mais tão procurados

De acordo com uma recente pesquisa realizada pelo Antwerp World Diamond Center e pela Bain & Company, as receitas globais de diamantes diminuíram de 15% a 33% em 2020. A produção de diamantes em bruto, nesse ínterim, caiu 20% e as vendas caíram 15%.

Em contrapartida, a produção de diamantes cultivados em laboratório atingiu 6 a 7 milhões de quilates, enquanto a produção de diamantes extraídos caiu para 111 milhões de quilates, após atingir o pico de 152 milhões em 2017.

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