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Para furar fila, passageiro finge precisar de cadeira de rodas em aeroporto

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Um passageiro que embarcaria em um voo no aeroporto de Heathrow, o maior do Reino Unido, fingiu que precisava usar uma cadeira de rodas para que pudesse evitar as longas filas de espera que a maior parte das pessoas enfrenta ao embarcar e desembarcar.

O homem, identificado como Wolfjenko, postou um vídeo no TikTok na quinta-feira (21). Nele, ele mostra como usou a cadeira de rodas unicamente para furar a fila e embarcar antes dos demais passageiros.

“Fingi ter machucado a perna para poder passar mais depressa pela segurança e entrar no avião”, disse ele na publicação. Com apenas 7 mil seguidores, o homem chegou a atingir 277,9 mil curtidas no vídeo. No entanto, essa fama veio com problemas. Isso porque a administração do aeroporto notou um aumento em pessoas que decidiram repetir o ato.

Heathrow

Segundo o executivo-chefe do aeroporto, John Holland-Kaye, ao jornal britânico The Guardian, o fato do vídeo ter chegado a mais de 2,5 milhões de visualizações é preocupante para as autoridades.

“Para passageiros que precisam de apoio em cadeira de rodas, temos mais demanda do que tínhamos antes da pandemia. Por que isso está acontecendo?”, disse.

“Parte disso ocorre porque as pessoas estão usando o suporte para cadeira de rodas para tentar obter acesso rápido ao aeroporto. Isso é absolutamente a coisa errada a se fazer”, explicou. Além disso, ele orientou que somente pessoas que “realmente precisam” da cadeira de rodas informem com “bastante antecedência para que possamos garantir que haja pessoas suficientes para atender às suas necessidades”.

@wolfjenko

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♬ original sound – WolfJenko

Cadeirantes brasileiras relatam falta de acessibilidade e preconceito em voos

Fonte: Marcus Aurelius

Enquanto Wolfjenko usa da cadeira de rodas para ganhar tempo em aeroportos, cadeirantes brasileiras mostram a realidade de precisar voar com esse aparato. No mês de junho, a imagem de uma passageira tetraplégica chamada Victoria Brignell, que ficou sozinha em um avião por 1h30, viralizou. Isso porque ela estava à espera de uma equipe para se retirar, no aeroporto de Gatwick, em Londres, fato que expõe a falta de acessibilidade.

Representantes do aeroporto pediram desculpas pelo ocorrido e descreveram o tratamento como “inaceitável”. No entanto, o que aconteceu com Victoria não é tão incomum para pessoas com deficiência, segundo a empresária Andrea Schwarz. Natural de São Paulo, ela é referência em palestras sobre inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Assim sendo, cadeirante há 22 anos, Andrea já viajou para 40 países e, na maior parte das vezes, passou pela falta de acessibilidade. Em um voo para o exterior, ela chegou a ficar sozinha no avião por mais de uma hora, assim como Victoria Brignell, aguardando ser retirada.

“Meu marido estava comigo e a cadeira estava no porão. Quando o avião pousasse, ele teria que ir até a porta da aeronave para montar a cadeira e me tirar”, conta.

“Então, assim que o avião pousou, ele já saiu. Quando voltou para me buscar, não deixaram ele entrar alegando que era uma ordem de segurança. Ficou, então, ele explicando que precisava me pegar e eu sozinha, esperando. Foi uma hora e meia até que trouxeram uma cadeira e me tiraram. Ou seja, a gente sempre é esquecida.”

A estudante de direito, Karla Caroline Barbosa, de 34 anos, moradora de Recife, também possui relatos parecidos. Ela conta que ficou dentro do avião esperando alguém para retirá-la, expondo mais um caso de falta de acessibilidade.

“Em março, eu estava vindo de Maceió para Recife quando fiquei mais de 30 minutos no avião esperando a cadeira. Aí eles perguntaram se eu me incomodava de sair carregada. Disse que não porque eu precisava sair do avião. Acontece muito”, relata.

Dificuldades reais

Já Katya Hemelrijk da Silva passou por uma situação chocante, se arrastando pelas escadas para poder embarcar após um voo entre Foz do Iguaçu (PR) e São Paulo, onde mora. O caso, que aconteceu em dezembro de 2014, chegou a chamar atenção de internautas nas redes sociais.

“Na hora de embarcar, a mulher falou que o gerente queria conversar comigo. Ele me deu três alternativas: ou eles me subiam no braço, ou me levavam na própria cadeira, com dois me carregando, ou eu teria que esperar o próximo voo, que daria tempo de carregar o aparelho [que funciona como elevador portátil]”, conta. Ela rejeitou as três opções, isso porque considerou a sua segurança.

“Se fosse para alguém me carregar, seria meu marido, mas mesmo assim não é a solução ideal. A escada estava escorregadia com o sereno. E como eu tenho esse problema dos ‘ossos de vidro’, qualquer forma que me peguem, uma forma mais bruta, acaba me machucando”, explicou na época. “Em 2008, tive que me arrastar na viagem de lua de mel para Maceió. Pensa na situação?”.

Fonte: Aventuras na História

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