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Pesquisadores identificam lesão em dinossauro através de suas pegadas

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Encontrar uma pegada de dinossauro é sempre uma alegria enorme para os paleontólogos. Isso porque o rastro demonstra que por ali passou um exemplar desses répteis pré-históricos.

No entanto, pesquisadores da Universidade Autônoma de Madrid fizeram ainda mais conclusões. Durante uma escavação em Cuenca, na Espanha, eles perceberam que as pegadas encontradas eram de um dinossauro manco. Logo, o animal devia estar com alguma lesão ou portar alguma deficiência física.

Em seguida, os estudiosos publicaram os caminhos dessa descoberta na revista científica de acesso aberto Plos One. Neste post, você confere um pouco desse trajeto!

Fonte: Mega Curioso

Um caminhar diferente

De início, os pesquisadores fizeram escavações no sítio arqueológico Las Hoyas. Durante o processo, eles se depararam com seis pegadas fossilizadas que datavam de 129 milhões de anos atrás.

Dessa forma, os estudiosos identificaram a presença de um dinossauro terópode, que viveu naquela parte da Europa no período Jurássico. Além disso, a equipe do paleontólogo Carlos M. Herrera-Castillo utilizou as pegadas para entender como era a vida do réptil.

Vale lembrar que essa análise é comum dentro da comunidade científica que estuda os dinossauros. Afinal, os pés dessas criaturas podem revelar suas espécies e seus hábitos alimentares. No caso da amostra de Cuenca, o que se escancarou foi a condição de saúde do animal.

Em suma, os pesquisadores perceberam que no pé direito do dinossauro na terra estavam pegadas extremamente bem desenhadas. No entanto, na pata esquerda, a história era um pouco diferente. Nela, o dedão do bicho deixou uma marca muito curta, além de pouco visível.

Então, os cientistas chegaram à conclusão de que o réptil estava colocando mais peso em uma de suas patas. Consequentemente, eles avaliaram que a amostra foi deixada por um dinossauro manco. A propósito, mancar é justamente uma forma de colocar mais peso no pé saudável, a fim de aliviar o peso do membro com algum problema.

Ainda não se sabe se o ser pré-histórico de Cuenca estava com alguma lesão ou se portava alguma deficiência física. O que se sabe é que sua marcha de seis pegadas demonstram o padrão dele de contra-balancear a carga de seu próprio corpo.

Fonte: José Antônio Peñas

Diagnóstico brasileiro

Anteriormente, o Brasil também hospedou um diagnóstico parecido com este feito pela Universidade Autônoma de Madrid, porém, sem usar pegadas. Na década passada, quatro paleontólogos resolveram investigar melhor a vértebra de um titanossauro, um réptil herbívoro de quatro patas com um longo pescoço.

Há 20 anos, a amostra se encontrava no Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa, cidade do interior de São Paulo. No entanto, somente em 2016 estudiosos notaram anomalias na peça. O que se notou foi que havia orifícios decorrentes de processos infecciosos, por onde o pus derramava.

Além disso, os pesquisadores identificaram um crescimento desastrado do osso na tentativa de reparar a lesão. Portanto, eles concluíram que o animal investigado possuía um sério problema de mobilidade nas patas traseiras, com as quais a vértebra se liga.

Na época, o paleopatologista Fernando Barbosa avaliou o impacto desse problema na sobrevivência do réptil. “Obviamente, no mundo animal, tal restrição do movimento poderia ter sido fatal, já que o indivíduo com essas condições teria enorme dificuldades de obter água, alimentos e se defender dos ataques de predadores”, disse ele.

Ainda conforme os paleontólogos, diagnósticos como estes revelam dados úteis também aos seres humanos. Através de fósseis de dinossauros, podemos entender como nossas doenças ósseas evoluíram com o passar dos séculos.

Sendo assim, a tendência é que mais estudos busquem extrapolar a mera classificação de espécies jurássicas. Enquanto a sociedade usa mãos para ler o futuro, os paleontólogos usam patas de dinossauro para entender o nosso passado.

Fonte: Olhar Digital, Rápido No Ar.

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