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Por que arraias e peixes brasileiros estão migrando para o Atlântico Norte?

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Recentemente, pesquisadores da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, descobriram novos padrões de migração da vida marinha no Oceano Atlântico. Dessa forma, pela primeira vez, arraias e peixes brasileiros estão migrando para a parte norte do oceano.

De acordo com os cientistas, arraias da espécie Rhinoptera brasiliensis e peixes Menticirrhus littoralis foram encontrados no norte do Golfo do México e em Chesapeake Bay, no estado norte-americano da Virgínia, respectivamente. Segundo os especialistas, os animais estão indo para essas regiões nas estações mais quentes do ano no Hemisfério Norte. Contudo, o motivo da migração pode ser resultado de uma série de fatores.

Mudanças de temperatura, clima e poluição

Pelo que sabemos, há muito que precisa ser analisado para explicar o fenômeno. Com isso, é possível que essas migrações aconteçam por conta da mudança na temperatura da água ou mudanças do próprio ambiente. Dentre essas mudanças, podemos citar clima, poluição química, detritos, ruído e iluminação noturna. Além disso, outra teoria afirma que os peixes podem ter simplesmente escapado de redes de arrasto, utilizadas na pesca.

Portanto, para realizar o estudo, publicado na revista científica Frontiers in Marine Science, os cientistas analisaram o DNA encontrado na água do mar. Dessa forma, eles coletaram o líquido do oceano duas vezes por mês. Isso aconteceu entre os anos de 2017 e 2019. Para isso, estudantes do ensino médio e universitários ajudaram no processo de coleta. Segundo Mark Stoeckle, autor da pesquisa, o processo é simples e serviu como um exercício educativo.

Novos padrões de migração da vida marinha

Depois disso, o material foi filtrado a fim de concentrar o material genético liberado pelos animais. Isso acontece quando eles nadam, defecam, se machucam ou morrem. Por fim, foi feita a análise desse material em software que conta o número de cópias de cada sequência genética. Com isso, os pesquisares puderam buscar correspondentes em um biblioteca de referência online.

Conforme afirma Tony MacDonald, diretor do Urban Coast Institute da Universidade de Monmouth, a migração pode ser positiva. “O recenseamento de peixes e outros animais marinhos que se movem normalmente envolve pesquisas caras e demoradas com equipamentos e pessoal especializado”, afirma. “A ciência do eDNA (ADN ambiental) está concedendo à humanidade um desejo muito antigo: uma maneira fácil de estimar a distribuição e abundância de diversas espécies de peixes. Além de também, outras formas de vida aquática nas águas de rios, lagos e mares”, completou o pesquisador.

Segundo Stoeckle, o próximo passo é relacionar a concentração do DNA de uma espécie com sua abundância na água. “Também estão em andamento trabalhos promissores para confirmar uma relação entre a concentração do DNA de uma espécie em água salgada e a abundância dessa espécie na água. Se as amostras de água puderem fornecer um índice do número ou peso total de peixe de uma dada espécie em uma área oceânica definida, é possível prever um potencial salto para a pesca sustentável e o monitoramento dos oceanos”, afirmou. “Isso melhora a racionalidade com a qual as cotas de peixes são definidas e a qualidade e confiabilidade de seu monitoramento em todo o mundo”, completou o pesquisador.

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