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Por que devemos nos preocupar com a nova série de Avatar?

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Em janeiro de 2007, a Paramount Pictures e a Nickelodeon anunciaram que tinham contratado M. Night Shyamalan para escrever, dirigir e produzir uma trilogia de filmes live-action inspirada na série Avatar: A Lenda de Aang. Visto que a animação vinha fazendo um grande sucesso com a crítica e com o público, esse projeto parecia promissor. No entanto, apesar da “benção” de Michael DiMartino e Bryan Konietzko, criadores da série original – e do orçamento de 150 milhões de dólares – O Último Mestre do Ar foi um desastre em todos os âmbitos. Como resultado disso, a sequência da produção foi cancelada e até mesmo o lançamento de A Lenda de Korra foi adiado.

Pois bem, a experiência dos fãs da franquia com adaptações live-action não foi das melhores. Sendo assim, foi compreensível quando, em 2018, o anúncio de que a Netflix pretendia desenvolver uma série live-action de A Lenda de Aang foi recebido com receio. Contudo, prevendo a reação do público, a gigante do streaming revelou que DiMartino e Konietzko comandariam a produção. Com os criadores do universo Avatar gerenciando o projeto, acreditamos que não havia motivo para preocupação. Bom, essa alegria durou pouco. Recentemente, a dupla de escritores anunciou seu desligamento da adaptação da Netflix.

Através de cartas abertas, DiMartino e Konietzko justificaram sua saída por “diferenças criativas”. Embora tenham sido corteses em seu pronunciamento, ficou notável que não foi uma decisão agradável. Ao que tudo indica, eles não tiveram tanto controle criativo quanto a plataforma havia prometido. Além disso, ambos disseram que sua visão para a série não estava sendo apoiada e que eles não concordavam com aquilo que a Netflix pretendia fazer com a narrativa. Foi uma tristeza só. Todavia, os fãs não ficaram calados e manifestaram sua insatisfação pedindo o cancelamento da adaptação da Netflix. Um boicote de peso.

O que a saída de DiMartino e Konietzko significa?

Posteriormente, a Netflix também se pronunciou sobre o ocorrido. Um porta-voz da empresa disse: “Nós temos completo respeito e admiração por Michael e Bryan e pela história que eles criaram na animação de Avatar. Embora eles tenham optado por deixar o projeto live-action, estamos confiantes na equipe criativa e em sua adaptação”. Ao passo que a indústria do entretenimento é marcada por impasses entre criadores de obras originais e suas adaptações, isso não deveria ser uma surpresa. Todavia, o grande problema aqui está naquilo que não foi dito. A cortesia de DiMartino e Konietzko ocultou os detalhes sobre sua saída e a Netflix tampouco falou sobre. Sendo assim, tendemos a nos apoiar em rumores, e eles são preocupantes.

De acordo com o We Got This Covered, fontes anônimas ligadas ao serviço de streaming deram detalhes sobre esse desentendimento. Apesar de nenhuma dessas informações ter sido confirmada por nenhum dos lados envolvidos, elas tem ganhado força na internet. Além do orçamento para a produção ter sido aquém do esperado pelos showrunners, a Netflix insistiu no famoso whitewashing – embranquecimento do elenco – e solicitou a adição de elementos mais adultos na narrativa, como sexo e violência.

Coincidentemente, a questão do embranquecimento do elenco é a maior crítica em torno de O Último Mestre do Ar. Visto que a narrativa de Avatar apresenta uma mescla de culturas asiáticas, incluindo seus personagens, nada mais justo que realmente fazer jus à bandeira de representatividade frequentemente levantada. Contudo, esse nem é o único problema. Apesar de ser voltada para o público infantil, Avatar aborda inúmeras temáticas importantes, incluindo questões políticas e socioculturais. Sendo assim, não há necessidade de “envelhecer” os personagens para poderem incluir elementos como sexo e violência na narrativa.

Assim como dissemos acima, isso são apenas rumores. No entanto, se o motivo por trás da saída dos criadores realmente for relacionado à isso, é totalmente plausível. Tais alterações significariam a perda da essência de Avatar.

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