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Quais animais ”falam” mais?

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O mundo animal é algo fascinante e amplo. Uma simples e rápida observação no meio nos faz ficar com diversas pulgas atrás da orelha. Isso porque há tanto o que aprender, que estudar ou apenas ver, que não sabemos por onde começar. Estudiosos do mundo inteiro dedicam suas vidas aos estudos dos animais. Alguns chamam a atenção por causa de suas aparências um tanto exóticas. Outros, se destacam pelo comportamento, alimentação, forma de reprodução ou de comunicação.

Para os humanos, a comunicação é a base dos relacionamentos e parte de como interagimos de forma bem sucedida na vida. Já os animais emitem sons para alertar, atrair companheiros, sinalizar perigo, encontrar uns aos outros e defender o seu território. E da mesma maneira que nós, as cordas vocais deles cumprem uma infinidade de propósitos que estabelecem as bases sociais e garantem a sobrevivência deles.

Mas qual será o animal que mais vocaliza? E qual a importância de ele ser tagarela se ao mesmo tempo fazer sons também pode atrair predadores? Em termos humanos, é possível medir a “conversação” de duas formas. A primeira é pela quantidade de tempo gasto vocalizando, e a segunda é pela diversidade do que é comunicado pelos sons.

Comunicação

Aplicando isso em espécies não  humanas os pesquisadores identificaram algumas tendências comuns em espécies que vocalizam muito. E também viram tendências comuns naquelas que preferem vidas mais calmas.

Um fator determinante para a comunicação animal é o quão social o animal é. Algumas espécies são altamente sociáveis e também são mais volúveis, como por exemplo pássaros em bando. Depois deles vem alguns mamíferos, como o suricato que vive em grandes comunidades e criam seus filhotes de modo coopertativo, buscam  alimentos e procuram predadores.

“Quando estão forrageando, estão sempre cantando, para que todos saibam: ‘Estou aqui; sou eu; está tudo bem; não há predadores por perto.’ Eles estão constantemente fazendo essa chamada de contato suave e gentil”, disse Arik Kershenbaum, zoólogo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que estuda a comunicação vocal de animais e usa algoritmos para analisar e comparar seus sons. 

Contudo, Kershenbaum pontua  que isso não é uma regra. O animal ser social não significa necessariamente que ele se comunique muito. Até porque, essa vocalização também tem um custo. “A maioria dos animais tenta não vocalizar muito, porque na verdade requer muita energia”, disse ele.

Animais

Um outro fator é a predação. Já que os sons que os animais emitem os colocam em risco de serem potencialmente capturados. Esses dois pontos colocam pressões fortes na comunicação vocal até nas espécies que são altamente sociáveis, como por exemplo os chimpanzés.

“Os chimpanzés vocalizam muito pouco, não tanto quanto você esperaria, dada a complexidade de seus grupos sociais”, disse Kershenbaum. E para que a comunicação audível seja a mínima possível, eles se comunicam usando gestos.

“Os animais estão constantemente transmitindo informações, seja vocal, olfativa, por meio da postura. Tudo está sendo avaliado por outros animais, que formam uma ideia integrativa do que fazer e como interagir com esse indivíduo. Quando se trata de comunicação vocal, as espécies sociais tendem a ter uma maior diversidade nas mensagens que transmitem”, explicou.

Necessidade

Como regra geral, os animais solitários comunicam mensagens mais simples para o resto do mundo. Já os que vivem em grupos cooperativos precisam da comunicação para manter hierarquias sociais, localizar e compartilhar alimentos e alertar os outros sobre possíveis ameaças.

Segundo Erich Jarvis, neurobiólogo da Universidade Rockefeller em Nova York que estuda pássaros canoros como um modelo de como os humanos aprendem a falar, os animais podem ser divididos em dois grandes grupos. Os aprendizes não-vocais e os aprendizes vocais, que são os animais que aprendem a vocalizar imitando sons.

Na categoria de aprendizado vocal, somente alguns grupos de animais entram nesse campo. Como por exemplo, os humanos, espécies de pássaros canoros e alguns mamíferos não humanos, incluindo golfinhos, baleias, elefantes,  focas e  morcegos.

“O que é curioso é que os animais que têm aprendizagem vocal também são alguns dos animais que mais vocalizam”, disse Jarvis.

Falantes

De acordo com uma hipótese levantada por Jarvis, os animais mais vocais são, geralmente, aqueles que se preocupam com predadores. Então quem é o mais falador?

“Ninguém que eu conheço realmente foi lá e quantificou todas as espécies para dizer que este é o caso. Mas a resposta curta seria que é um membro da espécie de aprendizagem vocal”, concluiu Jarvis.

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