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Quais os riscos para a saúde em enterrar o pet no quintal de casa?

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As pessoas que têm animais de estimação sabem o amor que esses animais dão aos seus donos. O amor é tanto que o pet acaba sendo considerado um membro da família. Justamente por isso que quando ele morre, muito sentimento está envolvido e os tutores não querem ficar longe do seu animalzinho que foi tão amado. Por conta disso, várias vezes eles acabam enterrando o pet no quintal de casa.

“Do ponto de vista da saúde mental, o luto precisa ser vivenciado até se chegar à aceitação. Mas quando ele demora muito para passar, pode se tornar patológico, pois a pessoa fica presa e sofre muito”, informou Yuri Busin, psicólogo pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Quando o pet está enterrado na casa do tutor, essa situação pode favorecer episódios depressivos, de ansiedade por conta da saudade incontrolável, de angústia, desespero e traumas se o animal de estimação acabar sendo desenterrado por outros bichos ou pelo tempo.

Justamente por conta dessas coisas, é preciso que a pessoa enlutada se distancie dos gatilhos que irão disparar o seu sofrimento. E mesmo que ela esteja com dificuldades, procurar uma ajuda profissional logo no começo para que o processo não se alongue e acabe favorecendo outros riscos, vistos também na saúde física da pessoa.

Riscos

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Na visão de alguns tutores, enterrar o seu pet no quintal de casa é uma opção rápida, econômica e segura. Contudo, a realidade não é bem essa. Até porque essa forma de enterro é totalmente desaconselhada e o tutor pode até ser denunciado e punido com multas grandes e sanções.

Isso acontece porque o cadáver do pet pode acabar contaminando os lençóis freáticos e, por consequência, a água que as pessoas consomem. Isso é uma violação das questões de saúde pública e ambiental porque oferece riscos potenciais para a integridade física de terceiros.

“Existem diversos riscos, especialmente se o animal possui zoonoses (doenças transmitidas entre animais e pessoas), como raiva ou tuberculose. Sem que haja um diagnóstico da causa da morte, as pessoas ficam sujeitas à contaminação, por bactérias e também fungos”, disse Cláudia Momo, veterinária e professora responsável pelo laboratório de patologia animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Ainda de acordo com a veterinária, à medida que a putrefação vai avançando, as bactérias no intestino do pet morto começam a se proliferar e colonizam todo o cadáver e ambiente à sua volta, como o solo, água e plantas.

Outro ponto que acontece nesse processo é a formação do chorume, o líquido escuro que contém alta carga poluidora e odor forte nauseante. Por causa das chuvas, esse líquido tende a se espalhar junto com sangue e secreções do pet, o que atrai baratas, ratos e moscas.

“Muito comum também é a prática do descarte indevido dos restos mortais de animais em lixeiras, considerada crime ambiental, que tem como pena reclusão de 1 a 4 anos e multa”, advertiu Sylvia Lemos Hinrichsen, infectologista e professora em biossegurança, controle de infecções e risco sanitário hospitalar da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Dando um fim digno ao pet

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Se o pet morrer em uma clínica veterinária, o tutor pode pagar uma taxa para que o corpo do animal seja mandado para um serviço de cremação. Se a morte acontecer em casa, o recomendável é que “caso haja suspeita de zoonose, o tutor se dirija a uma clínica veterinária que possua serviço de patologia animal para se fazer uma necropsia”, disse Momo. Ela ainda pontuou que “a Divisão de Vigilância de Zoonoses realiza esse exame apenas quando há relevância para a saúde pública”.

Agora, se o tutor quiser somente dar um fim nos restos mortais, as prefeituras têm um serviço gratuito de cremação para os pets. Contudo, é necessário se informar a respeito dos pontos de coleta ou retirada domiciliar com o Centro de Controle de Zoonoses.

“A cremação é a opção mais viável para o animal de estimação. Para coleta domiciliar, o animal deverá ser devidamente acondicionado em caixa de papelão, saco plástico, ou outro material resistente”, recomendou a infectologista Hinrichsen.

Se o tutor quiser que o corpo do seu pet seja velado e depois sepultado ou incinerado em algum lugar que ele possa ser visitado, ou que as cinzas sejam entregues depois, existem cemitérios para animais que funcionam como as funerárias e os cemitérios de pessoas.

No caso de áreas rurais, o pet pode ser enterrado em um local longe de fontes de água.

“Não se deve deixar o cadáver ao ar livre, tampouco queimá-lo. O mais recomendado é fazer sua compostagem, que é simples, econômica e ambientalmente correta. Ela destrói os microrganismos do cadáver, gerando um material rico em nutrientes, que pode ser utilizado como fertilizante em pastagens”, concluiu Momo.

Fonte: VivaBem

Imagens: VivaBem

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