As pessoas são diferentes entre si e isso pode ser explicado por vários fatores, já que as experiências que elas vivem em seus primeiros anos de vida têm um efeito a longo prazo. Por exemplo, de acordo com o psicólogo Manuel Hernández Pacheco ao Infosalud, os traumas acompanham as pessoas na vida adulta. Talvez por conta disso existam comportamentos comuns entre quem cresceu com poucos recursos.
“Mesmo sendo adultos, ainda temos dentro de nós uma criança que sofreu medos ou inseguranças, por exemplo. Essa criança ainda está conosco e os traumas que não foram superados continuarão a nos afetar na vida adulta”, explicou o especialista.
Além dos traumas, crescer com poucos recursos também pode moldar a pessoa de forma profunda e deixar vestígios para o resto da vida. Isso pode até mudar o cérebro. Tanto que a pobreza, ou a escassez de recursos, pode ser causa ou consequência do desenvolvimento de comportamentos que estão presentes até na vida adulta.
Comportamentos de quem cresceu com poucos recursos
1 – Valorizar a simplicidade
Segundo um artigo da repórter Anabel Palomares do site Trendencias, ela contou que sua mãe cresceu em uma época quando a pobreza era comum. Por conta disso, ela percebeu o valor da simplicidade e, mesmo a filha podendo pagar luxos para a mãe hoje em dia, ela preferia a praticidade. “O fato de, quando criança, ela ter apenas o suficiente, e às vezes nem isso, fez com que ela agora valorizasse muito mais o que tem”, afirmou.
Esse comportamento pode ser ensinado a uma criança sem que ela seja privada de nada. Visto que o excesso de presentes estimula as crianças de forma excessiva e diminui o nível de tolerância à frustração. De acordo com María Gómez, terapeuta infantil, isso acaba limitando a fantasia e faz com que as crianças percam a esperança e desenvolvam antivalores.
2 – Desenvolvem engenhosidade
Um dos comportamentos de quem cresceu com poucos recursos é a engenhosidade. Segundo Anabel, quando ela era criança, seu pai consertava os brinquedos que estavam quebrados ao invés de comprar novos. E a mãe dela criava vários pratos a partir de uma refeição só.
“Essas experiências me ensinaram que é possível conviver com o que já temos, que sempre podemos usar algo de uma forma diferente e que, com um pouco de imaginação (e engenhosidade), podemos prolongar a vida útil do que possuímos sem entrar em um ciclo de consumismo que nos devora”, afirmou a repórter.
3 – São empáticos
Conforme um estudo feito pela Universidade de Berkeley, pessoas que cresceram em famílias de baixa renda leem de forma melhor as emoções dos outros quando comparadas com pessoas com origens mais ricas. Por conta disso, as pessoas que cresceram com menos recursos viram adultos mais empáticos.
4 – Demonstram gratidão
Outro dos comportamentos vistos em quem cresceu com poucos recursos é a tendência em valorizar o que tem, mesmo que seja pequeno ou insignificante na visão dos outros. “Minha mãe sabe disso e agradece todos os dias por tudo”, disse Anabel.
A gratidão nesse caso não é somente agradecer por coisas materiais, mas também pelas pequenas coisas do dia a dia, como por exemplo, jantar com a família, o animal de estimação, ou ter saúde para enfrentar a vida.
5 – Ética de trabalho forte
Geralmente, quem cresceu com poucos recursos tem que começar a trabalhar cedo e com isso a pessoa aprende desde nova o valor do trabalho duro e da determinação. Ela entende que nada é de graça e que é necessário trabalhar muito para conseguir qualquer coisa.
Como o sucesso vem através do esforço, perseverança e determinação é importante que as crianças tenham autonomia para entender o valor do próprio esforço e que sejam ensinadas a lidar com frustrações e não desistir na primeira dificuldade.
6 – São resilientes
Todos sabem que a vida não é fácil, mas para quem passou pela pobreza acaba criando uma resiliência excepcional porque teve de enfrentar adversidades desde a infância. Na maior parte das vezes, tal resiliência continua até a fase adulta e é vista como a capacidade de enfrentar os desafios da vida e de se recuperar dos contratempos.
7 – Perspectiva diferente de riqueza
Mais um dos comportamentos de quem cresceu com poucos recursos é sua visão sobre riqueza. Para essas pessoas, ela não está ligada somente ao dinheiro. A riqueza também é o sentimento de segurança e estabilidade, nas oportunidades que se apresentam e na liberdade.
8 – Praticar frugalidade
Quem cresce com poucos recursos aprende a importância de administrar o dinheiro de forma sábia. A pessoa é mais consciente dos gastos, faz uma economia maior e tende a ser mais cuidadosa com as finanças. E isso não tem relação com ser super econômico, mas em tomar decisões conscientes que tenham as necessidades como prioridade ao invés dos desejos.
Fonte: Minha vida
Imagens: Cielo