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Como o real se tornou a moeda mais desvalorizada de 2020?

Como o real se tornou a moeda mais desvalorizada de 2020?
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Desde o início da pandemia de Covid-19, dezenas de países viram suas moedas desvalorizarem e o dólar ficar mais caro. Contudo, entre tantos cifrões e valores, um nome se destaca de maneira negativa. Afinal, como o real se tornou a moeda mais desvalorizada de 2020?

Para se ter uma ideia do tamanho da desvalorização da moeda brasileira, comparamos seu valor atual com o do ano passado. Assim, desde de 31 de dezembro de 2019, o real perdeu 28% de seu valor perante o dólar. No final de outubro, o dólar chegou a R$ 5,68. Hoje, seu valor é de R$ 5,46, o que representa um valor extremamente elevado. No entanto, separamos alguns fatores que podem explicar essa questão.

Apenas neste ano, o real perdeu quase 30% do valor

De acordo com um levantamento feito por professores da Fundação Getulio Vargas (FGV), esse é o pior desempenho dentre as 30 moedas mais negociadas no mundo. Desse modo, Henrique Castro e Claudia Yoshinaga, responsáveis pela pesquisa, explicam que o real está mais desvalorizado que moedas como o peso argentino. “Decidimos incluir o peso porque as pessoas vinham perguntando: ‘E o peso? A Argentina não está pior? Não, não está”, afirma Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV-EAESP. Vale lembrar também, que esses valores são medidos com base na depreciação cambial.

De forma resumida, isso acontece porque a moeda brasileira é muito dependente de capital estrangeiro. Logo, uma vez que o mundo está de cabeça para baixo, investidores costumam tomar menos riscos e retiram seus dólares de mercados emergentes, como é o caso do Brasil. Ao invés disso, eles levam seu dinheiro para mercados mais estáveis e seguros. Dessa forma, mesmo que o lucro seja menor, pelo menos ele é garantido. Por fim, temos menos dólares circulando em território nacional, o que significa que o preço da moeda estrangeira acaba subindo.

Alguém sai ganhando nessa história toda?

Com o real desvalorizado, aqueles que precisam de dólares ou costumam comprar importados sentem, logo de cara, o aumento. Porém, eles não são os únicos afetados. Isso porque, a indústria nacional também sai perdendo. No caso do segmento eletrônico e de outras áreas, insumos importados e essenciais para esse tipo de produção se tornam mais caros. Por isso, produtos como o arroz se tornam mais caros, ainda que ele seja produzido no Brasil, é afetado por questões de polícia internacional.

Nesses casos, os únicos que saem ganhando por aqui são os que vendem para fora e que costumam gerar uma receita maior. Produtos que costumavam vender internamente, passando a vender para fora, o que aumenta ainda mais o preço dos produtos. Isso explica o aumento repentino de produtos como soja, milho e açúcar.

Desde setembro de 2019 até setembro do ano seguinte, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 25,26%. Em resumo, esse é um dado que mostra o tamanho da mudança de preços em relações a eletrônicos, produtos importados e até alimentos. Por conta da pandemia, políticas públicas que não são bem executadas e situação interna do próprio país, o preço de tudo acaba indo parar nas alturas. O jeito é pergunta se “há troco para 200”.

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