História

Relembre a curiosa história da múmia encontrada no Pão de Açúcar

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A famosa história da múmia do Pão de Açúcar pode não ser conhecida de todo mundo. Afinal, quando pensamos em múmias, nossa mente costuma ir direto para a imagem de corpos envoltos em bandagens, como nos filmes, ou às tradicionais múmias egípcias, que eram preparadas para a vida após a morte através de complexos rituais.

No entanto, múmias também estiveram em diversas partes do mundo além do Egito.

Ao contrário do que muitos imaginam, a mumificação não acontece apenas em ambientes controlados. Existem registros de múmias em diferentes contextos, desde aquelas preservadas pelo gelo e em pântanos até em locais inesperados, como à beira de uma linha ferroviária na Bulgária.

No Brasil, apesar de nosso clima ser bastante favorável à decomposição de materiais orgânicos, também foi descoberta uma múmia intrigante.

Via UOL

Múmia do Pão de Açúcar

Na manhã de 19 de setembro de 1949, cinco amigos alpinistas — Antônio Marcos de Oliveira, Laércio Martins, Patrick White, Ricardo Menescal e Tadeusz Hollup — se encontraram na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, para começar uma ambiciosa aventura: escalar o Pão de Açúcar, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro.

No entanto, eles optaram por um caminho menos convencional. Enquanto outros montanhistas escolhiam entre três rotas conhecidas, o grupo decidiu explorar uma quarta trilha, considerada mais perigosa.

De acordo com Rodrigo Milone, presidente do CEC, “durante anos, foi considerada a mais difícil escalada do montanhismo brasileiro”, conforme reportado pela BBC em 2018.

No entanto, ao chegar na clareira que dá acesso ao paredão, Tadeusz Hollup — então com 19 anos — notou algo estranho na trilha: um sapato feminino, já bastante deteriorado.

Ele conta que não deu importância no momento. Ele apenas jogou o sapato fora e continuou a subir. Hollup foi o último do grupo a falecer, em agosto de 2018, aos 88 anos.

O mais jovem do grupo, Antônio Marcos de Oliveira, com apenas 18 anos na época, liderava a expedição pelo morro. Por volta das 11h30 daquele dia, ele teve uma grande surpresa ao encontrar, no meio de uma fenda estreita da rocha — conhecida como “chaminé” Gallotti entre os alpinistas — um cadáver preso pela garganta.

Para sua surpresa, o corpo estava desidratado e praticamente “mumificado”, em vez de estar em putrefação.

Quando o vento soprou mais forte, o cabelo comprido dele chegou até mesmo a encostar no seu ombro. Foi então que ele percebeu que era uma pessoa. Na época, conta que todos ficaram apavorados.

Ele imediatamente chamou seus amigos, alertando-os sobre a descoberta de um cadáver. Inicialmente, eles pensaram que poderia ser uma brincadeira, especialmente depois do sapato encontrado anteriormente.

Contudo, ao chegar ao local, o grupo se deparou com a aterrorizante descoberta e acionou a polícia. Infelizmente, não conseguiram concluir a escalada naquele dia, embora tenham retornado e completado a subida com sucesso cinco anos depois, em 1954.

Via UOL

Investigações

No dia seguinte, os cinco retornaram à Urca, desta vez acompanhados por policiais, repórteres e legistas.

Equipados com grampos, martelos e brocas, desceram o cadáver até a clareira, onde o aguardavam os bombeiros. A notícia da múmia no Pão de Açúcar rapidamente se espalhou por todos os jornais da região.

O laudo médico revelou que o cadáver não era de uma mulher, como muitos haviam presumido devido ao cabelo comprido, mas sim de um homem.

De acordo com uma nota publicada na época pelo O Globo, tratava-se de um “indivíduo de cor branca, com cerca de 35 anos, de compleição franzina e com 1,60 m de altura”.

O laudo também indicava que o corpo estava vestido com um suéter e uma camisa sem mangas de algodão, e não apresentava sinais de fraturas, facadas ou tiros.

Os legistas concluíram que o cadáver estava ali há pelo menos seis meses, relatou Oliveira. Ele acrescentou que a mumificação aconteceu por conta da maresia.

Destino

Além disso, chamou a atenção o fato de que não encontraram documentos no local da múmia do Pão de Açúcar. Apesar da ampla repercussão do caso, nenhum amigo, parente ou familiar compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para tentar identificar o corpo.

Com o tempo, criaram várias teorias sobre o cadáver e sua história, indo desde suicídio até assassinato. Até hoje, sete décadas depois, a identidade do falecido permanece um mistério, e o corpo é mais conhecido como a Múmia de Gallotti.

O destino da múmia do Pão de Açúcar também foi relativamente triste. Segundo o g1, o corpo foi sepultado como indigente devido à falta de documentação e reconhecimento familiar. Assim, ele finalmente descansou.

 

Fonte: Aventuras na História

Imagens: UOL, UOL

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