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Saiba a história por trás dos desfiles de moda

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Os desfiles de moda a cada ano ficam maiores do que o anterior. Mas você já pensou sobre como eles os realizavam antes e como chegaram ao formato atual? Quais são suas raízes? Entre as principais influências para essa mudança das marcas na hora de mostrar seus novos lançamentos está a relação direta com as transformações que a sociedade passou ao longo dos anos.

Então, como surgiram os desfiles de moda? Considera-se que começou em 1860, quando o designer de moda inglês Charles Frederick Worth, o “pai da alta costura”, usou modelos humanos no lugar de manequins para apresentar sua coleção em Paris.

A origem dos desfiles

Aimee Crocker

Nesta época, não era só o estilista Charles Worth que buscava novas formas de mostrar suas roupas em Paris. Paul Poiret, no começo do século XX, também apresentava suas roupas em ação. Assim como Lady Duff-Gordon, apelidada de Lucile, também estava fazendo em Londres.

Poiret teve, então, a ideia de combinar o comércio com a socialização e começou a organizar diversos bailes luxuosos em que os convidados deveriam se vestir da melhor forma. Uma das festas mais notáveis foi The Thousand and Second Night, em 1911. No evento, Poiret apresentou vestidos com abajures e calças de harém.

Sem conhecimento dos 300 convidados, Poiret planejou realizar um desfile de moda na festa, fazendo com que os convidados servissem de modelos.

Nos convites das festas era especificado qual estilo de roupa eles deveriam vestir. Quem se recusasse a utilizar roupas estilo persa ou chegassem em outros trajes deveriam sair imediatamente ou vestir alguma das roupas projetadas pelo estilista.

Desta forma, Poiret separou diversas opções para os convidados com os vestidos de abajur e calças de harém que ele havia projetado. O estilista também presenteava cada pessoa com uma garrafa de sua nova criação de fragrâncias, “Nuit Persane”.

Os Desfiles no Século XX

No início do século XX, os desfiles se espalharam para Londres e Nova York, porém de maneira sutil. Eram realizados pequenos eventos somente para compradores. Destarte, acrescenta-se o fato de que os fotógrafos eram proibidos por medo de seus trabalhos serem copiados.

Décadas de 1920 e 1930

Vancouver 125

Neste período, Paris era considerado o local com maiores talentos, que variavam das produções discretas de Coco Chanel ao experimentalismo de Elsa Schiaparelli, e os plissados de Madeleine Vionnet.

Para acompanhar o ritmo da população, nesse momento, os desfiles também se modificaram. Eles deixaram de ser grandes festas e se tornaram menores e exclusivos. Cada estilista apresentou suas coleções em eventos exclusivos para compradores. Nesta época, iniciam-se os desfiles como conhecemos.

Outro contribuinte para a moda nessa época foi o cinema. Por causa da “perfeição” de grandes atrizes, elas se tornaram manequins vivos das grifes.

1940 – Pós Segunda Guerra Mundial

Associations Willy Maywald

Os desfiles de moda de Paris começaram a ser mais regulamentados após a Segunda Guerra Mundial. No ano de 1945, o Chambre Syndicale de la Haute Couture definiu que todas casas de alta costura deveriam apresentar pelo menos 35 peças noturnas e diurnas. Nessa época, os eventos também começaram a ser abertos ao público com o objetivo de alcançar novos clientes.

Estilistas parisienses estavam nervosos com a alta da influência da indústria da moda em Nova York. Isso aconteceu devido ao apoio que estilistas norte-americanos receberam na sua primeira Semana da Imprensa, em 1943. Mas eles não esperavam a arma secreta francesa: Christian Dior.

Em 1947, a primeira coleção da Dior – Corolle contou com um grande número de editoras de moda e foi autorizada a ser fotografada. Afastado das tendências quadradas de guerra, o Look da Dior era todo volumoso, saias, cinturas pequenas e feminilidade deliberada.

Anos 1950 e 1960

Pot, Harry

Os desfiles começaram a estar entre os assuntos mais falados a partir deste momento. Na maioria dos desfiles, os fotógrafos seguiram sem permissão para participar e os desfiles eram exclusivos para clientes especiais. Devido à concorrência entre os costureiros, cada um deles adotou um estilo de manequim. Com isso, nessa época também surgiu a diferença entre  “manequins de desfile” e “modelos fotográficas”.

Na década de 1960 surgia a Yves Saint Laurent. A grife lançou a linha de prêt-à-porter e seu icônico smoking. Essa coleção mudou o foco para a cultura jovem. Os modelos eram incentivados a se moverem naturalmente.

Anos 1980 e 1990

Pool ARNAL/GARCIA / Getty Images

Entre os anos 80 e 90 os desfiles se tornaram grandes produções, com efeitos de luz, som e cenários.

Nos anos 80, os desfiles acompanharam o glamour da época e aumentaram a liberdade nas passarelas. Os eventos começaram a ser chamados de shows e se tornaram espetáculos cada vez mais inovadores. Destacaram-se nomes como Jean-Paul Gaultier, Viviene Westwood, Christian Lacroix, Giorgio Armani entre outros.

Enquanto isso, nos anos anos 90 Linda Evangelista, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford e outras, tornaram-se ícones de moda da época. Neste período, o estilista francês Thierry Mugler fez, no teatro parisiense “Ópera Comique”, um dos desfiles mais caros da moda, com inúmeras top models e personalidades da mídia desfilando nas passarelas.

Já em 10 de julho de 1996, Yves Saint Laurent e os modelos de sua coleção foram apresentados no Fashion Live. Essa foi a primeira vez que foi permitida a transmissão de um desfile de moda em tempo real.

Anos 2000 e os desfiles atuais

Divulgação Chanel

Neste momento, os shows são considerados super profissionais e feitos para surpreender os telespectadores. Os desfiles podem ser classificados em comerciais ou conceituais. Assim como as passarelas, que devem passar o ambiente imaginado pelo estilista para expor suas criações.

Hoje em dia, as marcas utilizam influenciadores para disseminarem o conteúdo de seus desfiles em mídias sociais e gerar publicidade para a grife. Para gerar o impacto necessário na vida de quem está assistindo, os desfiles contam histórias através das músicas, cenários e roupas.

Fonte: Fashion Bubbles, Archtrends Portobello

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