Relacionamentos abusivos acontecem com mais frequência do que imaginamos. Isso porque o parceiro(a) dominante (os que abusam) são indivíduos dotados de inteligência manipuladora e muitas vezes, a pessoa mal tratada não consegue perceber que está envolvida e presa dentro desse tipo de relacionamento. Assim, como o comportamento não é identificado, é como se ele não existisse, e assim o ciclo de violência é perpetuado.
Segundo a psicóloga Brenda Rocco, em entrevista ao jornal A Tarde, “uma relação abusiva é aquela onde predomina o excesso de poder sobre o outro”.
Ou seja, essa pessoa não precisa ser agredida fisicamente, basta que ela “invada o seu espaço, sua privacidade, comece a mandar nas suas escolhas, limite o seu contato com outras pessoas e use de qualquer poder […] para te coagir”, a psicóloga explica.
Quando você reclama de algo, você está exagerando ou sendo sensível demais? Seu relacionamento como um todo pode até não ser abusivo, mas essa atitude é e deve ser podada logo no princípio.
Com base na campanha governamental #NãoéAmorQuando realizado pela “Secretaria de Políticas” a Fatos Desconhecidos traz para você uma lista com sinais de comportamento abusivo para ajudar as pessoas a identificarem relacionamentos deturpados.
Veja se você se identifica com um ou mais tópicos dessa lista:
O seu parceiro(a) faz piada em relação à sua aparência ou tudo que você fala, pensa e/ou sente, não apenas quando estão a sós, mas diante de terceiros e até familiares. Pense bem: uma brincadeira contada mil vezes perde a graça.
Não é você que não tem senso de humor ou é sensível demais, é essa pessoa ao seu lado que está te humilhando, propositalmente. E esconde seu comportamento abusivo dizendo que é apenas uma “brincadeira”, como se não fosse nada.
Ou por outra: se os seus sonhos, projetos e planos são motivos de chacota. E todas as suas conquistas não são comemoradas, você precisa se questionar qual o motivo que uniu você à essa pessoa.
Afinal, seu companheiro(a) torce por você ou prefere ver o seu fracasso, para que você seja eternamente dependente dele(a)?
Se toda vez que você expressa ou tenta expressar sua opinião você é interrompida(o), chamada(o) de louca(o) ou burra(o). Não aceite esse comportamento.
Com o passar do tempo, todo relacionamento abusivo tende a naturalizar as atitudes opressivas.
Perceba: se você pensa mil vezes antes de abrir a boca para emitir sua opinião, se você coloca essa pessoa num pedestal de inteligência e você como o “estudante” que tem que ouvir tudo calado(a)…
Esse relacionamento não está balanceado, e não faz bem para a sua saúde, bem como, para a sua felicidade.
Se você deixa de fazer alguma coisa por medo da reação do seu parceiro(a) ou faz coisas contra sua própria vontade, entenda que esse relacionamento está minando a sua própria liberdade.
Existe uma grande diferença entre fazer concessões, tomar decisões em comum acordo, e ser oprimido apenas pela ideia de desagradar o seu companheiro(a).
O medo nos aprisiona, e se você tem medo da reação do seu parceiro(a), isso significa que essa pessoa é frequentemente agressiva e/ou violenta.
Se você precisa pedir permissão para todas as suas ações, mesmo as mais banais, e costuma ouvir com frequência um “não”. Se até mesmo os seus gastos financeiros são controlados…
E mesmo quando você deixa de ir ou de fazer o que deseja, apenas o questionamento é motivo para discussões terríveis…
Pense outra vez: você é parceiro dessa pessoa – e isso significa companheirismo e compreensão – ou ela é seu dono e está tomando posse da sua independência?
Quem disse que o amor é apenas sorrisos? Nem sempre. O amor é dificultoso, também dói e pode magoar.
Mas será que isso é mesmo amor? Talvez você apenas esteja dando um nome errado para o seu sentimento.
Você acredita que ama essa pessoa, e sabe que um relacionamento envolve todo tipo de adversidade. Mas o amor também é alegre, também inspira confiança e felicidade.
E esses momentos são raros, ou praticamente inexistentes para você, ao ponto de você ficar feliz apenas quando o outro está satisfeito, ou quando não há brigas durante o dia.
Você precisa se perguntar porque vive sempre tão tensa(o), com medo e triste pelos cantos. Insistir na dor também mostra que você precisa de ajuda e que esse relacionamento está fadado ao fracasso.
Se essa pessoa foi agressiva, se ela reagiu mal em determinada situação, a culpa é sua. É isso que parceiros(as) abusivos fazem para manipular a situação.
Em um relacionamento assim nem sempre é fácil enxergar a realidade. Tendemos a acreditar na mudança das pessoas e esperar o melhor delas, por causa do “amor”.
Mas a verdade é que você não pode esperar por essa mudança. Além de perigoso, esse tipo de relacionamento deixa marcas profundas que podem se arrastar por anos, mesmo após a separação.
Não podemos forçar a mudança no outro. Essa mudança só acontecerá quando acontecer por vontade própria.
Fuja desse tipo de relacionamento. Ele não faz bem a você, incentiva a perpetuação do comportamento abusivo do outro, e afeta todas as outras pessoas ao seu redor.
Você merece mais.
O mais comum são os relacionamentos abusivos verbalmente e psicologicamente, isso porque eles tendem a passar despercebidos.
Mas se você já chegou no ponto em que seu parceiro(a) te agride fisicamente, fuja! Procure apoio das autoridades e busque refúgio com os familiares e pessoas de confiança.
O próximo estágio desse ciclo de violência pode ser fatal. Não se engane, essa pessoa passou de todos os limites, não demonstra o mínimo de respeito por você e a próxima vez pode ser a última.
Se esse indivíduo fez uma vez, ele é capaz de duas, três… e assim por diante.
O ideal seria reconhecer o comportamento abusivo do seu parceiro(a) logo nos primeiros sinais de agressividade e violência, mas nem sempre isso acontece e a tendência é deixar que o relacionamento se arraste como uma teia viciante de dor e sofrimento.
Quanto mais você é enrolado nessa teia, mas difícil fica para se livrar dela.
As mulheres sofrem mais com esse tipo de comportamento, devido à cultura machista propagada ao longo de milhares de anos.
Além de mais sensíveis fisicamente, elas estão mais expostas à violência doméstica e relacionamentos abusivos devido a própria cultura, o meio, e a sociedade em que foram criadas.
Mas é preciso reconhecer que há exceções e que relacionamentos podem ser abusivos das duas partes. Não interessa o gênero, se você se identificou com um ou mais itens dessa lista, fuja! Não insista no erro.
O amor é melhor do que isso e você merece estar com uma pessoa que reconheça o seu valor, a sua liberdade e te admire do jeito que você é. E vice-versa.
Não esqueça de deixar o seu comentário pontuando outros itens a fim de aumentar ainda mais essa lista.
Se você já foi vítima de um relacionamento abusivo, e se sentir confortável, divida a sua história para que outras pessoas também possam identificar novos detalhes.
Além disso, compartilhe essa matéria com outras pessoas, nunca se sabe se elas estão passando por isso e precisam da sua ajuda nesse momento. Não se cale!