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Sigiriya: Conheça o resort natural de 1.500 anos

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Na Sigiriya, uma antiga fortaleza de pedra e antigo palácio real, possui um resort de 1.500 anos. Esse é um dos pontos turísticos mais visitados e conhecidos do Sri Lanka.

Tendo origem em 477 d.C., Sigiriya é considerado um dos exemplos de preservação do planejamento urbano do Sul da Ásia. Além disso, é um dos sítios arqueológicos mais importantes da região.

Devido ao seu elaborado palácio, sua construção imponente no topo da pedra e sua obra de arte ousada, o local recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1982.

Porém, o que torna o local um tesouro nacional é o engenhoso jardim e sistemas hídricos ao pé da rocha. Vale reforçar que o local possui os jardins aquáticos com melhor preservação no Sul da Ásia, assim como um dos jardins paisagísticos mais antigos do mundo.

O Sigiriya

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Os jardins do Sigiriya teriam sido percorridos por convidados importantes no século 5. Assim, os mais de 1.200 degraus que levavam ao palácio seriam utilizados para fazer uma grande entrada.

Em seu ensaio Sigiriya: City, Palace and Royal Gardens (Sigiriya: Cidade, Palácio e Jardins Reais), Senake Bandaranayake, diretor fundador de arqueologia de Sigiriya, informou que a região é uma combinação de simetria e assimetria deliberada, tendo formas naturais e geométricas.

“Os jardins de Sigiriya consistem em três seções distintas, mas interligadas: os jardins aquáticos simétricos ou geometricamente planejados; a caverna assimétrica ou orgânica e o jardim de pedras; o jardim em degraus ou socalcos que circundam a rocha, o jardim aquático (em miniatura) e os jardins do palácio no cume da rocha”, explicou ele.

Nos jardins haviam piscinas, fontes, riachos e plataformas artisticamente projetadas, que antes abrigavam pavilhões e artistas.

“Para efeito de comparação, seria semelhante a um resort de luxo moderno com belos jardins e piscinas”, afirmou Sumedha Chandradasa, guia turística.

Porém, esse design não é o que mais surpreende, mas sim como ele funciona. Isso porque os sistemas de água utilizam energia hidráulica, sistemas de túneis subterrâneos e força gravitacional, formando um sistema visual espetacular de piscinas e fontes que ainda funcionam quase 1,5 mil anos depois.

A água do complexo vem de um reservatório próximo. Além disso, canais subterrâneos usam a força gravitacional e a pressão hidráulica para enviar água do tanque Sigiriya para as piscinas fontes e riachos do jardim, de forma organizada.

Além disso, as piscinas no cume da rocha enchem com a água da chuva. Assim como uma série de drenos feitos na pedra se conectam a uma grande cisterna. Isso alimenta o sistema de canais subterrâneos, auxiliando no abastecimento de água dos jardins.

Surgimento de Sigiriya

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Mesmo que a origem do local remeta ao século 5, a sua história remete a uma novela. Isso porque antes de Sigiriya, a capital real do Sri Lanka estava em Anuradhapura, a mais de 70 km a noroeste. Porém, o filho bastardo do Rei Dhatesena deu um golpe, o que fez o monarca ter uma morte, enquanto o filho assumiu o trono como Rei Kasyapa.

Kasyapa mudou a capital do país para Sigiriya, ou “Simha-giri”, que significa “Montanha do Leão”, ele construiu um palácio no topo da pedra.

“A teoria é que, de acordo com The Ancient Chronicles [as crônicas históricas do Sri Lanka], ele construiu o palácio para se parecer com um leão”, disse Jagath Weerasinghe, professor emérito do Instituto de Pós-graduação de Arqueologia e diretor de arqueologia de Sigiriya.

“As patas do leão são a entrada principal que o levará ao topo da montanha.”

Após o abandono do rei Kasyapa, que governou de lá até 495 d.C, o local foi transformado em um mosteiro budista.

Os jardins aquáticos

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Mesmo que os jardins aquáticos em miniatura não sejam tão incríveis quanto no final dos anos 400, níveis baixos da água e as plataformas no lago fizeram os arqueólogos estimarem que eram utilizados ​​para apresentações musicais.

Nos jardins aquáticos também tem um riacho em forma de serpente. Além disso, as fontes naturais, feitas de placas de calcário com orifícios simétricos, funcionam mesmo após 1.500 anos, durante as chuvas de monções anuais.

“Abaixo da fonte há uma pequena câmara onde a água é pressurizada, forçando a água a borbulhar na fonte cerca de dez ou doze centímetros quando o nível da água está alto”, informou Chandradasa.

Vale lembrar que essas fontes e piscinas eram usadas pela família real para aliviar o forte calor do sul da Ásia. Porém, além da beleza e praticidade, os jardins aquáticos possuem outro objetivo. “Kasyapa queria apresentar a água de uma maneira particular”, afirmou Weerasinghe.

Isso porque ele representava uma forte mensagem de poder e engenhosidade do rei Kasyapa, principalmente para os monges Mahavihara, que construíram o mosteiro mais poderoso de Anuradhapura e estavam do lado do antigo rei, o pai de Kasyapa.

“Quando você olha para esta forma elaborada e bastante intrigante de usar a água no complexo real de Sigiriya, ele está dizendo algo a essas pessoas sobre seu poder”, explica Weerasinghe.

Fonte: BBC

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