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Simulação de viagem no tempo mostra que ‘efeito borboleta’ quântico não existe

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Todo mundo já quis voltar no tempo para corrigir alguma coisa, não é mesmo? Uma atitude que teve, algo que falou, ou simplesmente reviver um bom momento. Se não para o passado, pelo menos para o futuro quase todos nós já tivemos a vontade de viajar.

Mas em praticamente todos os filmes que mostram viagens no tempo, vemos que se mexermos em algum fato do passado, mesmo que mínimo, isso pode acarretar mudanças bruscas no  futuro. Essas consequências não desejadas no estilo “efeito borboleta” são um verdadeiro problema nos filmes de ficção científica.

E agora, os físicos tem motivos para acreditar em uma paisagem quântica. E ajustar a história dessa forma não deve ser um grande problema. Voltar a um momento que já passou ainda está na categoria “muito difícil”. Mas os físicos do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos EUA, criou uma simulação usando um computador quântico IBM-Q.

“Em um computador quântico não há problema em simular a evolução oposta no tempo ou em executar um processo ao contrário no passado”, disse o físico teórico Nikolai Sinitsyn.

Efeito borboleta

Claro que isso não tem a mesma complexidade que um universo com pessoas e eventos históricos. Mas uma etapa pequena feita de estados quânticos correlacionados foi o suficiente para os pesquisadores reproduzirem eventos com pequenas mudanças para ver com as coisas acontecem.

“Para que possamos realmente ver o que acontece com um mundo quântico complexo, se voltarmos no tempo, adicionarmos pequenos danos e voltarmos. Descobrimos que nosso mundo sobrevive. O que significa que não há efeito borboleta na mecânica quântica“, explicou Sinitsyn.

Em 1952, Ray Bradbury se referiu ao chamado efeito borboleta em seu conto “A sound of thunder” onde seu personagem mudou o futuro pelo simples fato de ter pisado em uma borboleta.

Fora da ficção, a física da teoria do caos tem sua própria referência ao poderoso efeito borboleta em uma palestra feita pelo meteorologista Edward Lorenz, em 1972. Essa versão da teoria tem consequências de longo alcance que não conseguiríamos prever por conta da complexidade desses eventos.

Universo quântico

Os estados quânticos tem um conjunto de regras totalmente diferente. E até agora ninguém sabia ao certo como o efeito borboleta se comportaria em um mundo quântico. Por isso, Sinitsyn e seu colega Bin Yan queriam saber o que aconteceriam se eles voltassem as interações que envolvem ondas quânticas de possibilidade e depois introduzissem a analogia quântica de um efeito borboleta.

“Descobrimos que, mesmo que um invasor realize medições que danifiquem o estado no estado fortemente emaranhado, ainda podemos recuperar facilmente as informações úteis. Porque esse dano não é ampliado por um processo de decodificação”, explicou Yan.

O efeito borboleta não tem sentido no mundo quântico. Com isso, os pesquisadores especularam que a história emaranhada do qubit não é um grupo delicado de variáveis. Mas sim exatamente o que preserva o seu futuro. E quanto mais complexa sua jornada no tempo, mais determinado ele é de voltar ao presente com suas informações intactas.

“Descobrimos que a noção de caos na física clássica e na mecânica quântica deve ser entendida de maneira diferente”, concluiu Sinitsyn.

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