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Todos acreditamos em teorias da conspiração, mas existe um ponto em que isso sai do controle

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Teorias da conspiração sempre existiram e sempre existirão. Enquanto algumas fazem um pouco de sentido, e até nos deixam com a pulga atrás da orelha, outras teorias da conspiração, definitivamente, ultrapassam os limites do bizarro. Talvez, isso seja reflexo do atual momento em que vivemos, onde tudo está estranho e nada mais faz sentido.

“Todos acreditam em pelo menos uma teoria da conspiração. Esses exemplos ativam os mesmos mecanismos que entram em ação quando nossos pensamentos se desenvolvem em si mesmos e se transformam em crenças conspiratórias mais arraigadas”, explicou o sociólogo Asbjørn Dyrendal, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU).

Um novo estudo foi feito, analisando preditores de crenças na teoria da conspiração. E os pesquisadores concluíram que, em pequenas doses, esse tipo de pensamento é normal para todas as pessoas.

“Tornou-se cada vez mais claro que a crença em teorias da conspiração é parte da psicologia humana normal e construída sobre as capacidades humanas necessárias. Crenças de conspiração podem ser evocadas por fatores situacionais, como resposta ao medo e incerteza, e parecem amplamente ligadas à apreensão, comportamento de aversão e pensamento mágico”, explicaram os pesquisadores em seu artigo.

Teorias da conspiração

As pessoas são particularmente vulneráveis a acreditar no que elas pensam ser certo quando as emoções estão altas e a identidade delas está em jogo. Contudo, existem vários níveis de pensamento conspiratório. E alguns deles podem ser bem perigosos.

Por conta disso é bem importante entender o motivo de algumas pessoas investirem mais tempo em teorias da conspiração do que outras. Para isso, a equipe fez um questionário no inverno do hemisfério norte de 2016. Eles pediram a 883 estudantes noruegueses para responderem perguntas que determinariam seus pensamentos sobre tudo. Desde crenças paranormais até o autoritarismo de direita.

“No estudo atual, testamos as relações entre um conjunto de preditores centrais validados de crença em teorias da conspiração, incluindo traços esquizotípicos, crenças paranormais, autoritarismo de direita, orientação de dominação social e mentalidade de conspiração”, explicaram os pesquisadores.

Feito isso, os pesquisadores descobriram que nenhum traço pode marcar alguém de uma maneira confiável como teórico da conspiração. Ao invés disso, várias mudanças pequenas nessas variáveis, tomadas em conjunto, vão fazer com que a balança se incline.

Acreditar

A equipe descobriu que o principal preditor de crença nas teorias da conspiração eram traços esquizotípicos. Eles podem incluir coisas como aranóia, ansiedade social, crenças não convencionais e pensamento ou comportamento estranho.

“As descobertas sugerem que o efeito dos traços esquizotípicos nas crenças nas teorias da conspiração foi totalmente mediado por vários fatores intermediários”, escreveram os pesquisadores.

“Pessoas que não gostam de igualdade e preferem hierarquia veem a si mesmas e a seu grupo como superiores aos outros e acreditam mais em teorias de conspiração que são especificamente sobre grupos sociais externos”, disse Dyrendal.

Estudo

No seu estudo, os pesquisadores também mostram que algumas noções preconcebidas a respeito de quem são os teóricos da conspiração não são verdadeiras. Por exemplo, os teóricos da conspiração não são mais pobres. E são apenas um pouco menos educados do que aqueles que acreditam nessas teorias. Com isso, a equipe “notou que os teóricos da conspiração são um pouco mais propensos a encontrar suas fontes de notícias nas redes sociais”.

E o preditor mais forte da crença em teorias da conspiração foi a mentalidade da conspiração. Ou seja, uma crença que o mundo está cheio dos mais variados tipos de conspiração. E os resultados desse novo estudo se alinha perfeitamente com pesquisas anteriores feitas em outros países.

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