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Urso das cavernas de 30 mil anos apareceu no permafrost siberiano

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Quando morremos, pouco importa se você foi um rei, um guerreiro, um monarca, um dinossauro ou um cidadão comum. O destino, geralmente, costuma ser o mesmo, debaixo da terra. Mas às vezes, dependendo da forma como você morreu, você pode parar em um museu para o simples prazer dos turistas ou ser motivo de estudo.

A cada dia que se passa, as mudanças climáticas ficam ainda mais em evidência. E isso é algo extremamente prejudicial para a sobrevivência e permanência da região do Círculo Ártico. À medida que as geleiras vão derretendo, além de colocarem a vida animal em risco, também revelam vários mistérios que deixam cientistas do mundo inteiro intrigados.

Em cima do Círculo Polar Ártico está um grupo de ilhas remotas da Sibéria. Nelas, os comerciantes de marfim e cientistas enfrentam temperaturas muito frias abaixo de zero na busca por animais extintos e preservados no derretimento do permafrost.

E foi nessas ilhas remostas que uma descoberta sem precedentes foi feita. Eles descobriram um urso-das-cavernas que morreu entre 22.000 e 39.500 anos atrás. O animal é da espécie Ursus spelaeus. Esse animal viveu na última idade do gelo, e teve sua extinção há 15 mil anos.

Quem descobriu a carcaça do animal foram pastores de rena. E logo que eles descobriram alertaram os pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste (NEFU) em Yakutsk, Rússia.

“Esta é a primeira e única descoberta desse tipo. Uma carcaça de urso inteira com tecidos moles”, disse a pesquisadora do NEFU Lena Grigorieva.

Os cientistas tinham descoberto, até agora, somente esqueletos de urso-das-cavernas. E nunca tinham achado uma espécie totalmente intacta.

Urso

Os ursos-das-cavernas andavam na época que a maior parte da Europa e da Ásia estavam cobertas por geleiras. Eles compartilhavam a paisagem com mamutes, tigres-dente-de-sabre e preguiças gigantes.

Esses animais eram enormes, com os machos podendo pesar até uma tonelada. Segundo Grigorieva e sua equipe, a idade do urso é uma estimativa. E vão saber com certeza quando a datação por carbono disser uma idade mais precisa. Além disso, eles também querem estudar a carcaça mais detalhadamente e fazer uma análise genética.

Uma outra carcaça de urso-das-cavernas, dessa vez um filhote, foi encontrada recentemente em Yakutia, na Rússia. Então, os cientistas querem comparar o DNA desses dois animais.

Degelo do permafrost

Conforme a Terra vai aquecendo, o permafrost siberiano, que é um solo congelado o ano todo, vai derretendo. E à medida que ele derrete, as criaturas da idade do gelo que foram enterradas nele começam a serem desenterradas. E claro, o mais interessante é que elas ficaram congeladas por dezenas de milhares de anos.

As ilhas Lyakhovsky, que foi onde o urso foi encontrado, estão cheias de restos de mamutes da última idade do gelo. Em 2019, os cientistas descobriram uma cabeça de lobo decepada de 40 mil anos. E ela estava completa com pelos, dentes, cérebro e tecido facial. Ela foi descoberta nas margens de um rio em Yakutia.

Além dessa cabeça, outras criaturas antigas foram encontradas no gelo de Yakutia. Dentre elas, dois filhotes de leão da caverna extintos e um potro de 42 mil anos. Conforme as temperaturas vão subindo, mais vestígios provavelmente serão encontrados.

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