NotĂ­cias

Urubu pousa em piloto durante voo de parapente no CearĂ¡

0

O instrutor de mergulho e kitesurf, Ricardo GuimarĂ£es, registrou o momento em que um urubu pousou nas costas e nas pernas dele durante um voo de parapente no CearĂ¡. A filmagem foi feita perto da Serra de Aratanha, em Pacatuba, na RegiĂ£o Metropolitana de Fortaleza.

Apesar do registro parecer inusitado, o animal que aparece no vĂ­deo Ă© o “UrĂº”, ave criada por um amigo de Ricardo. O instrutor contou que conhece o urubu desde pequeno, jĂ¡ que ele foi resgatado ainda muito novo pelo amigo, Israel Mendes (conhecido como Pacaroots), que Ă© ambientalista e tambĂ©m piloto de parapente.

Mesmo conhecendo a ave, Ricardo afirmou que nĂ£o esperava que o urubu pousasse nele. “NĂ£o foi algo planejado e foi acontecendo aos poucos a aproximaĂ§Ă£o. Ele Ă© um urubu resgatado por um amigo, bem novinho mesmo, acho que com algumas semanas. Desde entĂ£o, ele cuidou dele”, disse.

O piloto ainda detalhou como a ave se aproximou.

“Eu jĂ¡ tinha voado duas vezes com ele, mas foi na terceira que ele pousou em mim, nas costas, ele ficou se acostumando. Na quarta vez ele jĂ¡ pousou na minha perna. Ă€s vezes, ele nĂ£o estava na rampa, mas eu começava a voar e ele me encontrava no ar”, informou o instrutor.

AdoĂ§Ă£o

Foto: Arquivo pessoal/ G1

Israel adotou o UrĂº com uma semana de vida, logo apĂ³s a ave ser resgatada pelo Instituto PrĂ³ Silvestre. O animal foi encontrado por um morador da regiĂ£o do Parque do CocĂ³, em Fortaleza. Como as autoridades nĂ£o localizaram o ninho, nĂ£o tinha como o animal se adaptar Ă  natureza e precisava ser adotado. EntĂ£o, um biĂ³logo da capital conseguiu adotar oficialmente o animal.

“Eu era louco para voar com uma ave planadora, porque eu sou ambientalista aventureiro e piloto de parapente. EntĂ£o, o Sanjay [Veiga, biĂ³logo] entrou em contato e eu disse que queria adotĂ¡-lo. Quando ele contou a histĂ³ria do UrĂº, eu atĂ© me arrepiei inteiro, me emocionei bastante”, disse o tutor do urubu.

O ambientalista ainda revelou que levou a ave, que hoje tem sete meses, para diversas atividades na natureza, principalmente o parapente, para que o animal se adaptasse. O tutor afirmou que treinou o urubu para obedecer a comandos de apitos e Ă  voz dele.

“Quando eu comecei a levĂ¡-lo, ele nĂ£o pousava em todo mundo. Ele ficava mais prĂ³ximo sĂ³ dos que conversavam mais comigo, mas tem uns que ele nĂ£o gosta de jeito nenhum. Ele começou a pousar ‘nos mais chegados’, que sĂ³ sĂ£o dois, eu acho, o Ricardo e o Rafael”, disse Israel.

RelaĂ§Ă£o com o urubu

Foto: Arquivo pessoal/ DiĂ¡rio do Nordeste

Ricardo mora em Jericoacoara, litoral oeste do CearĂ¡, mas costuma visitar Pacatuba por conta da prĂ¡tica de parapente. “Eu sempre vou voar umas duas vezes por mĂªs em Pacatuba. EntĂ£o, sempre tive esse contato, desde que ele [UrĂº] era novinho. Quando a gente pousava, ele ficava por perto, vendo as velas e se acostumando com todo mundo. EntĂ£o, ele foi criado com bastante gente em volta”, disse o instrutor.

“Muitas vezes o Rael estĂ¡ trabalhando, porque ele trabalha em dia da semana normalmente, mas ainda assim o UrĂº saĂ­a da casa dele e voava uns 10 km atĂ© a montanha. Era comum nĂ£o ter ninguĂ©m nos dias que eu voava, entĂ£o ele parava na rampa [de voo livre da Munguba] e ficava se aproximando, Ă s vezes, eu passava a mĂ£o nele”, acrescentou Ricardo.

O piloto contou que o primeiro vĂ­deo que fez do urubu o animal nĂ£o pulou nele, que aos poucos eles construĂ­ram essa relaĂ§Ă£o. Ricardo ainda acrescentou que em determinado dia, o animal jĂ¡ estava esperando por eles na trilha, que leva cerca de 15 minutos do local em que eles estacionam o carro para onde eles partem para o voo.

Crescimento com o tutor

Foto: Arquivo pessoal/ DiĂ¡rio do Nordeste

Depois do resgate da ave, UrĂº ficou sob responsabilidade do BatalhĂ£o de PolĂ­cia Ambiental do CearĂ¡ enquanto Israel finalizava o processo de adoĂ§Ă£o do animal. ApĂ³s essa etapa, o ambientalista foi aconselhado pelo biĂ³logo Sanjay Veiga sobre como cuidar da ave, devido Ă s especificidades no trato de um urubu.

“Ele foi crescendo e eu fui alimentando, com carne fresca de gado ou frango. Ele nĂ£o come nenhum tipo de carniça”, disse o tutor. 

Israel tambĂ©m contou que  trata o animal como um filho e que jĂ¡ chegou atrasado no trabalho porque precisa sair escondido de casa, senĂ£o UrĂº voava atrĂ¡s dele. O urubu possui um perfil no Instagram com quase dez mil seguidores.

“Ele foi crescendo comigo, quando eu ia para a rampa de parapente, eu levava ele comigo em uma caixa, para ele ir vendo o movimento dos equipamentos decolando. Depois, descia para o pouso para ele ver todo o processo”, disse Israel.

Para o biĂ³logo, todo esse processo de adaptaĂ§Ă£o foi fundamental para o desenvolvimento do animal e para reforçar o laço entre eles. “Eu passei muito tempo ‘preso’, sem sair de casa atĂ© para trabalhar em cantos mais afastados da minha cidade”, disse o tutor do urubu.

Fonte: G1

Esses soldado nĂ£o dormiu por 40 anos depois de ser baleado na cabeça

Artigo anterior

Crianças Ă³rfĂ£s de Uganda ganham 1,3 milhões de seguidores com dança na internet

PrĂ³ximo artigo

ComentĂ¡rios

ComentĂ¡rios nĂ£o permitido