Ciência e Tecnologia

Viagens espaciais acabam ”revivendo” vírus em astronautas, entenda

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Viagens espaciais parecem ter um efeito colateral muito peculiar em alguns astronautas que carregam em seu organismo o vírus da Herpes. Cientistas da NASA descobriram que mais da meta dos astronautas abordo da Estação Espacial Internacional e do ônibus espacial, cujo o vírus permanecia em estado de latência, após algum tempo no espaço “ressuscitaram” o vírus.

O estudo a respeito dessa reação do vírus em astronautas foi publicado na revista científica Frontiers in Microbiology. Segundo o que foi abordado pelos autores, nem todos os astronautas desenvolveram sintomas. Entretanto, as taxas de reativação do vírus parecem aumentar com o passar do tempo – o que pode ser bem complicado quando pensamos nas futuras missões a Marte e para o espaço profundo.

O gatilho

O vírus do herpes passou milhares de anos eco-evoluindo junto À humanidade. Melhorando suas chances de sobrevivência ao lado de seu hospedeiro. Quando uma pessoa é infectada pelo vírus, ele passa a viver em um estado de latência, aparecendo apenas em períodos de estresse ou baixa no sistema imunológico.

Dessa forma, mesmo que a pessoa carregue o vírus em seu organismo, ela pode não apresentar nenhum sintoma. O herpes é tão bom em se esconder que oito tipos do vírus já parasitaram os seres humanos com taxas globais de infecção de 70 a 95%.

Assim, parece que as viagens espaciais funcionam como um gatilho para que o vírus seja reativado no organismo do astronauta. Hormônios do estresse imunossupressores, como cortisol e adrenalina, devido as situações estresse em que acabam sendo submetidas essas pessoas, surgem durante os voos espaciais, trazendo os vírus “dormentes” de volta a ativa.

“Os astronautas da NASA suportam semanas ou até meses expostos à microgravidade e à radiação cósmica – sem mencionar as extremas forças de decolagem e reentrada. Esse desafio físico é composto por fatores estressantes mais familiares, como separação social, confinamento e um ciclo alterado de sono-vigília”, disse Satish K. Mehta, da KBR Wyle no Centro Espacial Johnson e principal autor do estudo em um comunicado.

O estudo

Foram comparadas pela equipe de Mehta amostras de saliva, sangue e urina dos astronautas antes, durante e depois das missões espaciais. Eles descobriram que 53% (47 de 89) da tripulação a bordo dos voos espaciais de curta duração, entre 10 e 16 dias, eliminaram o vírus do herpes em suas amostras. O mesmo ocorreu com astronautas envolvidos em missões da EEI com duração de aproximadamente 180 dias ou mais, com os números chegando a 61% (14 de 23) da equipe.

Porém, apesar das altas porcentagens, apenas seis astronautas apresentaram sintomas reais da ação do vírus. As amostras também ajudaram os pesquisadores a identificarem os tipos de vírus do herpes que carregavam os astronautas. Foram identificados quatro tipos diferentes. O HSV, geralmente responsável pelo herpes oral e genital, VZV, responsável pela varicela e herpes, e CMV e EBV, responsáveis por diferentes cepas de mono.

As cepas de VZV e CMV continuaram a serem eliminadas por cerca de 30 dias após o retorno dos astronautas, se tornando uma potencial ameaça às pessoas na Terra imunocomprometidas ou que não foram infectadas pelo vírus.

“Essas frequências – bem como a quantidade – de derramamento viral são marcadamente maiores do que em amostras de antes ou depois do voo, ou de controles saudáveis ​​pareados. A magnitude, a frequência e a duração do derramamento viral aumentam com a duração do voo espacial”, explicou Mehta.

Outro fator que preocupa os cientistas é que esse problema não seja uma exclusividade do vírus do herpes. O mesmo poderia ocorrer em outros tipos de vírus inativos. A descoberta ainda destaca um comprometimento imunológico geral.

“A reativação de vírus latentes é um poderoso biomarcador de status imunológico para astronautas enviados ao espaço. Além disso, mais de um vírus geralmente é reativado ao mesmo tempo, potencializando as ramificações fisiológicas da reativação viral descontrolada não apenas para erupções cutâneas, mas também graves falhas nos órgãos-alvo, e perda permanente da visão e audição”, concluíram os autores do estudo.

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