Ciência e Tecnologia

Vulcões de gelo gigantes em Plutão indicam que pode haver vida no planeta anão

0

As imagens de Plutão que a missão New Horizons da Nasa capturou revelaram informações interessante que podem mudar o futuro da ciência: vulcões de gelo.

Pode não parecer grande coisa para a população não-especializada, mas a espaçonave realizou um sobrevoo de Plutão e suas luas em julho de 2015. Com isso, os estudos feitos até então estão influenciando em quase tudo que cientistas sabem sobre o planeta anão.

Dessa forma, em 2006, Plutão foi destituído de seu status como planeta e recebeu o título de planeta anão. Na ocasião, a União Astronômica Internacional criou um novo sistema de definição para planetas. Com isso, Plutão já não se encaixava mais nos critérios.

O planeta anão está na borda do nosso Sistema Solar no Cinturão de Kuiper, sendo o maior entre os objetos congelados que orbitam com maior distância do Sol. Em Plutão, com uma temperatura média de -232ºC, abriga-se montanhas, vales, geleiras, planícies e crateras. Da superfície, é possível ver um céu azul e uma neve vermelha.

Assim, uma nova análise das fotos da missão da Nasa mostrou uma região acidentada em Plutão que não se parece com o restante do planeta anão congelado e nem com o resto da vizinhança cósmica.

“Encontramos um campo de vulcões gelados muito grandes que não se parecem com nada que já vimos no sistema solar”, relatou a autora do estudo Kelsi Singer, cientista de pesquisa do Southwest Research Institute em Boulder, Colorado, no Estados Unidos.

A revista Nature Communications publicou um estudo detalhando as descobertas na última terça-feira (29). Assim, a região em que fizeram o achado está localizada a sudoeste da camada de elo chamada Sputnik Planitia, que cobre uma antiga cratera de impacto que se estende por 1.000 km de diâmetro.

Vulcões de gelo no Plutão

Além de ser feito de gelo de água irregular, o lugar está cheio de cúpulas vulcânicas. Dessa forma, dois dos maiores registrados são conhecidos como Wright Mons e Paccard Mons.

O primeiro, Wright Mons, possui cerca de 4 a 5 quilômetros de altura e se estende por 150 quilômetros. Já Piccard Monds possui cerca de 7 quilômetros de altura e tem 225 quilômetros de largura.

Wright é considerado pelos cientistas como semelhante em volume ao vulcão Mauna Loa, no Havaí, sendo um dos maiores que temos na Terra. Além disso, alguns dos morros que identificaram se fundem e formam montanhas ainda maiores, segundo Singer.

Dessa forma, vulcões de gelo foram observados também em outras partes do Sistema Solar. Os vulcões movem o material do subsolo para a superfície e, assim, criam um novo terreno. Logo, neste caso, a água rapidamente se tornou gelo quando atingiu as temperaturas da superfície do planeta anão.

“A aparência dessas características é muito diferente de quaisquer vulcões do sistema solar, sejam exemplos de gelo ou vulcões rochosos”, disse Singer.

Por mais que Plutão tenha um núcleo rochoso, os pesquisadores acreditaram que o planeta não possuía aquecimento interior, o que seria necessário para estimular o aparecimento de vulcões. Para criar a região que Singer e sua equipe estudaram, haveria diversos locais de erupção.

Novas descobertas

Nasa

Assim sendo, a equipe de pesquisa também observou que a área não possui crateras de impacto, que podem ser vistas na superfície do planeta anão. Isso sugere que os vulcões de gelo estavam ativos há pouco tempo, relativamente, e também que o interior de Plutão tem mais calor residual do que inicialmente esperado, de acordo com Singer.

De acordo com os pesquisadores, os vulcões de gelo provavelmente se formaram após uma série de episódios. Além disso, acreditam que estiveram ativos há 100 milhões a 200 milhões de anos, o que é recente em termos geológicos.

O material gelado era provavelmente mais uma mistura lamacenta de gelo e água ou mais como pasta de dente enquanto fluía de uma abertura vulcânica para a superfície de Plutão”, disse Singer.

“É tão frio na superfície de Plutão que a água líquida não pode permanecer lá por muito tempo. Em alguns casos, o fluxo de material formou as montanhas maciças que vemos, bem como o terreno irregular encontrado em toda a região”.

“Eles podem ser como vulcões na Terra que permanecem adormecidos por algum tempo e depois estão ativos novamente”, disse ela. Encontrar esses vulcões de gelo pode sugerir que o oceano subterrâneo que Plutão já teve ainda pode estar presente e que a água líquida pode estar perto da superfície.

Com a ideia de que o interior do planeta anão é mais quente do que se acreditava, as descobertas sugerem a possibilidade de vida em Plutão.

“Ainda há muitos desafios para qualquer organismo que tente sobreviver lá”, disse Singer. “Eles ainda precisariam de alguma fonte de nutrientes contínuos e, se o vulcanismo for episódico e, portanto, a disponibilidade de calor e água for variável, às vezes também é difícil para os organismos”.

Fonte: CNN

Cliente resgata R$ 1,65 milhão que estava “esquecido” no Banco Central

Artigo anterior

8 filmes que foram verdadeiros fracassos de bilheteria

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido