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A árvore genealógica mais antiga do mundo

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A árvore genealógica mais antiga do mundo foi reconstruída através da análise de DNA retirado de um túmulo da Idade da Pedra, localizado na Grã-Bretanha. Os DNAs foram encontrados em uma das tumbas neolíticas mais bem preservadas da ilha e revelou que a maioria das pessoas enterradas ali pertencia a cinco gerações contínuas de uma única e extensa família. O grupo viveu há aproximadamente 5.700 anos, por volta de 3700-3600 a.C.

O DNA foi extraído dos ossos e dentes de 35 indivíduos sepultados no dólmen de Hazleton North, na região de Cotswolds-Severn. Entre os 35 DNAs analisados, os cientistas constataram que 27 deles eram de parentes biológicos próximos. O estudo a respeito da árvore genealógica mais antiga já encontrada envolveu pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, da Universidade do País Basco, na Espanha, da Universidade de Viena, na Áustria, e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Segundo os investigadores, o estudo publicado em 22 de dezembro na revista científica Nature é importante porque expõe mais detalhes sobre como as famílias pré-históricas eram estruturadas e sobre as práticas de enterro durante o Período Neolítico. Além disso, a pesquisa mostra que a maioria das pessoas enterradas na tumba descendiam de quatro mulheres, que tiveram filhos com o mesmo homem.

A estrutura das tumbas

O dólmen em Hazleton North incluía duas áreas compartimentadas em forma de L que estavam localizadas ao norte e ao sul da “espinha” principal da estrutura linear. Depois de morrerem, os indivíduos foram enterrados nessas duas áreas compartimentadas. Segundo os cientistas, os homens geralmente eram enterrados mais próximos aos seus pais e aos seus irmãos. As gerações posteriores eram enterradas na tumba conectada à primeira geração inteiramente por parentes do sexo masculino.

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Duas das filhas da linhagem representada na árvore genealógica morreram na infância e foram enterradas na tumba. Por outro lado, não há nenhuma filha adulta enterrada no local, o que sugere que seus restos mortais foram colocados nas tumbas de parceiros masculinos com quem tiveram filhos, ou em outro lugar.

Embora o direito de usar a tumba estivesse vinculado a laços patrilineares, a escolha de os indivíduos serem enterrados na área das câmaras norte ou sul dependia inicialmente da mulher da primeira geração de quem descendiam. Isso sugere que as mulheres da primeira geração tinham relevância significativa na construção social da comunidade.

Também há indicações de que “enteados” foram adotados na linhagem. Isso porque há homens cuja mãe foi enterrada na tumba, mas não seu pai biológico. Além disso, a equipe não encontrou nenhuma evidência de que outros oito indivíduos fossem parentes biológicos daqueles na árvore genealógica.

Essa constatação pode indicar ainda que o parentesco biológico não era o único critério de inclusão. No entanto, três delas eram mulheres e é possível que pudessem ter tido um companheiro no túmulo, mas não tiveram filhos ou tiveram filhas que atingiram a idade adulta e deixaram a comunidade, ficando, portanto, ausentes do túmulo.

Para David Reich, pesquisador da Universidade de Harvard e um dos autores do estudo, os dados obtidos abrem as portas para a realização de mais análises genéticas semelhantes, capazes de ajudar a revelar outros detalhes relacionados aos rituais funerários de povos ancestrais e também às árvores genealógicas de famílias da antiguidade.

“Esse estudo reflete o que eu acho que é o futuro do estudo do DNA antigo: com os arqueólogos conseguindo avaliar, com qualidade, as estruturas genéticas arcaicas e podendo responder a questões que são realmente importantes para eles”, justificou Reich.

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