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A cannabis está relacionada com a psicose. E cientistas estão a um passo de entender como

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Há muito tempo, o mundo todo discute se a cannabis ou maconha, como é mais conhecida, deve ou não ser legalizada. E este é um assunto que sempre divide opiniões. Por mais que a maconha tenha sido usada durante muito tempo como uma erva medicinal, principalmente com função de analgésico, ela tem seu uso proibido em alguns países. Já que também é utilizada como instrumento de fumo por muitas pessoas.

E segundo pesquisas, o uso de cannabis e o surgimento de esquizofrenia e psicose em algumas pessoas estão ligados em algum nível. Contudo, qual é esse nível e como esse relacionamento funciona não é uma coisa fácil de desvendar. Já que a saúde mental e o uso de drogas estão presos em um cabo de guerra o que torna difícil separar causa e efeito.

Estudo

De acordo com um novo estudo feito por pesquisadores do Centre for Addiction and Mental Health (CAMH) e King’s College London, no Reino Unido, os genes da esquizofrenia podem ser a chave para explicar por que alguns usuários de cannabis acabam desenvolvendo psicose e outros não.

“Esses resultados são significativos porque são a primeira evidência que vimos de que pessoas geneticamente propensas à psicose podem ser desproporcionalmente afetadas pela cannabis”, disse o psiquiatra do CAMH, Michael Wainberg.

A psicose é uma condição bastante séria de saúde mental, que afeta a maneira como o cérebro constrói uma percepção do mundo a sua volta. E as consequências dela podem variar de algumas confusões, até absolutamente angustiantes, que fazem com que a pessoa interprete ou correlacione imagens e sons de formas que fazem com que fique mais difícil saber o que é real e o que não é.

Os episódios psicóticos são um sintoma chave da depressão grave, transtorno bipolar e esquizofrenia. E eles podem ser induzidos por várias substâncias psicoativas, incluindo o composto ativo da cannabis, o delta 9-tetrahidrocanabinol (delta9-THC).

A pesquisa sugere que as pessoas que usaram cannabis têm quase quatro vezes mais probabilidade de sofrer alguma forma de psicose, quando comparadas às pessoas que não usaram a substância.

Esses mesmos números podem surgir em populações onde pessoas com problemas de saúde mental usam cannabis de maneira desproporcional para tratar episódios psicóticos.

Observações

Contudo, pesquisas adicionais sugerem que é improvável que a automedicação tenha um papel significativo nessa relação. E estudos constatam, de forma consistente, que a maioria das pessoas começa a usar cannabis, não para tratar os sintomas da psicose, mas para ter uma onda.

Por mais que controle os transtornos de personalidade e o uso de antipsicóticos, o risco ainda existe. Isso torna mais difícil refutar o fato de que a cannabis parece ser o gatilho para experiências de psicose.

Entretanto, vendo de uma perspectiva diferente, a maioria das pessoas que usam cannabis nunca chega perto de experimentar um episódio psicótico. Isso mostra que é ainda mais importante descobrir exatamente onde as diferenças estão.

Os pesquisadores usaram 100 mil registros dos participantes do UK Biobank e analisaram a relação entre genética, uso de cannabis e experiências psicóticas. No total, pouco mais de 4% dos registros sem relatos de uso de cannabis apresentaram algum tipo de experiência delirante ou alucinatória. E esse número foi para 7% nos casos em que a cannabis foi usada no passado.

Mesmo assim, os estudos feitos são tendenciosas por ter focado em populações  ocidentalizadas e, em sua maioria, brancas. Por isso, ainda existe um longo caminho a percorrer antes que afirmações sejam feitas.

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