Curiosidades

A história do criador do carro DeLorean

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Um dos maiores sucessos dos filmes de “De Volta para o Futuro” é a máquina do tempo. O carro usado, o DeLorean, é um dos objetos mais icônicos da história do cinema.

A ideia de transformar um carro em uma máquina do tempo é um fato que surgiu ao acaso e deu certo, o conceito original era que Marty e Doc Brown usassem uma geladeira. A maioria das pessoas quando vê um desses automóveis na rua, espera que ele corra a 88 milhas por hora e deixe um rastro de fogo antes de sumir da sua frente.

Apesar da maioria das pessoas se lembrar do carro ao pensar no filme, muitas não conhecem o homem que emprestou seu nome a esse ícone dos cinemas e da cultura pop.

O homem por trás do carro

Foto: Reprodução

John DeLorean teve uma vida bastante conturbada. Filho de imigrantes, ele cresceu durante a Grande Depressão de 1929 e, mesmo assim, se tornou bem sucedido o suficiente para ser chamado de O Príncipe da Automobilística na década de 1980 pela revista People Weekly. No entanto, esse título e glória tiveram fim.

Os carros sempre fizeram parte da vida de DeLorean. O homem nasceu em Detroit, cidade estadunidense conhecida como a capital mundial da indústria automotiva e local em que Henry Ford instalou as primeiras fábricas da Ford no início do século XX. Inclusive, o pai de John, o romeno Zachari, trabalhou em uma dessas fábricas quando chegou aos Estados Unidos.

DeLorean se formou em engenharia e logo entrou para o mundo dos carros, começando na Chrysler e depois indo para a Packard Motor Company. No entanto, foi apenas depois da sua entrada na General Motors, em 1956, que o nome “DeLorean”, começou a se tornar popular.

Uma curiosidade é que os famosos muscle cars americanos são obra dele. Dentro da GM, ele trabalhou como engenheiro-chefe na Pontiac e auxiliou a transformar a pequena parte da companhia em uma das montadoras mais populares dos EUA. O responsável por essa mudança foi Pontiac GTO, um carro potente que se tornou o sonho de todo jovem da época.

DeLorean participou da criação dos limpadores de para-brisa e a própria disposição dos faróis do carro, assim como do modelo V8 Tempest. Com isso, em 1964, as vendas do Pontiac GTO cresceram muito, o que trouxe um status para John DeLorean. Seu salário de US$ 20 mil anuais saltou para US$ 650 mil e ele se tornou o chefe da Pontiac e vice-presidente da GM.

O jornalista J. Patrick Wright descreveu o criador do carro de “De Volta para o Futuro” como alguém “vaidoso, impulsivo e, algumas vezes, arrogante”.

Por causa de seu estilo de vida, relacionamentos com estrelas de Hollywood e pela imagem de “executivo rebelde”, em 1973, ele saiu da General Motors.

A criação da montadora

Foto: Reprodução

Após a saída da GM, John DeLorean criou a sua própria montadora. No mesmo ano, ele fundou a DeLorean Motor Company – ou apenas DMC. 

Com investimentos de todo o globo, o engenheiro começou a trabalhar no primeiro modelo de sua marca, o DMC-12, o carro utilizado por Doc Emmet Brown para construir sua máquina do tempo em “De Volta para o Futuro“.

O conceito do carro era realmente algo que parecia futurista. O design era diferente do que a indústria automotiva fazia na época e o aço à prova de ferrugem chamou a atenção, assim como as portas de gaivota, que abriam para cima e não para o lado. 

Apesar do sucesso, o lançamento do DMC-12 foi bastante conturbado por uma série de problemas, começando pela demora em sua fabricação, ao todo foram dez anos de espera desde a fundação da DeLorean Motor Company.

Isso pode ser explicado pelo fato de a fábrica estar localizada na Irlanda do Norte, que não possuía mão de obra qualificada, fazendo muitos veículos serem refeitos quando chegavam aos EUA.

No entanto, a maior crítica do carro foi o seu desempenho. Apesar do filme mostrar o carro atingindo cerca de 141 km/h, a velocidade real estava longe disso. De acordo com o site Mental Floss, ele atingia de zero a 100 km/h em pouco mais de 10 segundos, o que é muito demorado.

Isso também fez com que as vendas fossem menores do que o esperado. Lançado em 1981 por US$ 26 mil, DeLorean espera vender 12 mil carros em um ano, mas conseguiu apenas um quarto disso em seis meses. Além disso, os Estados Unidos ainda enfrentaram uma crise no início da década de 1980, o que agravou ainda mais a situação da DMC.

Por causa disso, no ano seguinte, o governo britânico, que havia investido US$ 156 milhões na fábrica para estimular o desenvolvimento de empregos na Irlanda, ordenou que a fábrica fechasse.

A vida após a falência

Foto: Robin Platzer / The Life Images Collection / Getty Images

Com medo da falência, John DeLorean entrou para o mundo das drogas. O engenheiro se envolveu com o traficante William Hetrick, que trazia cocaína diretamente da Colômbia para revender nos Estados Unidos, o que chamou a atenção do FBI.

Com isso, em outubro de 1982, John foi preso depois do vazamento de uma fita que mostrava ele comprando quilos da droga. Na gravação, ele afirma que aquilo é melhor que ouro. Segundo o FBI, DeLorean pretendia mover cerca de US$ 24 milhões em cocaína pelo país.

Mesmo tendo sido absolvido de todas as acusações após dois anos, DeLorean não conseguiu resgatar a confiança dos investidores e não fez mais nenhum sucesso. Além disso, precisou pagar indenizações aos antigos acionistas da DMC e outros funcionários por fraude e sonegação fiscal. 

Já nos anos de 1980, ele foi cobrado por advogados e por outras ações judiciais que corriam contra ele. O engenheiro até tentou criar novas empresas, mas nenhuma delas teve sucesso. Em 1999, ele declarou falência pessoal.

Já em 19 de março de 2005, faleceu, vítima de complicações de um derrame. Em seu túmulo é possível observar o carro que leva seu nome com as portas abertas.

Fonte: Canaltech

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