A história do Cristo Redentor

O Cristo Redentor, que em 2007 foi intitulado como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, é uma estátua art déco que retrata Jesus Cristo. Mas não é só isso. Em 2012, a UNESCO considerou a estátua como parte da paisagem do Rio de Janeiro incluída na lista de Patrimônios da Humanidade.

O Cristo é um monumento que chama atenção internacionalmente e é, para turistas nacionais e internacionais, uma parada obrigatória. Dessa forma, vale a pena conhecer a história da estátua, que tem vista para a maior parte da cidade do Rio de Janeiro.

O início de tudo

A ideia do Cristo Redentor foi iniciada em 1859, quando o padre lazarista francês Pierre-Marie Boss, da Igreja do Colégio Imaculada Conceição, teve o sonho de construir um monumento religioso no alto do Monte Corcovado, que tem 710 metros de altura. A escultura foi pensada pelo padre como uma homenagem para a Princesa Isabel, regente do Brasil e filha do Imperador Dom Pedro II. A ideia foi registrada no livro “Imitação de Cristo”, de 1903.

A proposta do padre começou a materializar-se pelo Círculo Católico do Rio de Janeiro, nos preparativos para o centenário da Independência do Brasil, celebrado em 1922. Um ano antes foi aberta uma disputa entre os projetos para o monumento.

Os projetos considerados para a “Estátua do Cristo” incluíam uma representação da cruz cristã, uma estátua de Jesus com um globo nas mãos e um pedestal que simbolizaria o mundo. A estátua do Cristo Redentor de braços abertos, um símbolo de paz, foi a escolhida e, assim, o vencedor foi Heitor da Silva Costa.

Nessa mesma época, mais de 22 mil mulheres fizeram um abaixo-assinado para pedir ao presidente do Brasil da época, Epitácio Pessoa, autorização para a construção do monumento. A ideia era a de que o Cristo fosse construído apenas com doações dos brasileiros.

Com essa finalidade, em 1923, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançou a Semana do Monumento. Na ocasião, foram arrecadados mil contos de réis. Anos depois, foram feitas novas arrecadações. No total, a construção custou 2.500 contos de réis, o que equivale a R$ 9,5 milhões.

A criação

Os criadores do Cristo Redentor são o desenhista Heitor da Silva Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowsky. O último foi responsável por esculpir a cabeça e as mãos do monumento.

O Cristo Redentor encontra-se de braços abertos, formando uma cruz, e tem 38 metros de altura, o que equivale a um edifício de 13 andares. Desse total, 30 metros são do monumento e oito do pedestal. Cada braço tem área de 88 metros quadrados e o pé mede 1,35 metro. Somente a cabeça pesa 30 toneladas.

O monumento foi construído no Brasil, exceto a cabeça e as mãos, que foram moldadas em Paris, na França. O corpo de Cristo foi feito de pedra-sabão, que foi cortada em milhares de triângulos. Eles foram colados à mão sobre um tecido e, depois, aplicados na estátua por pastilheiros.

A única parte projetada para o interior da construção é o coração do Cristo Redentor, que mede 1,30 metro. O interior é composto por 12 platôs, ligados por escadarias, formando andares que se abrem nos braços e na cabeça. O monumento está preparado para resistir a ventos de até 250 km/h. Ao todo, a escultura pesa 1145 toneladas.

O Cristo hoje

O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, dia em que é celebrado o dia de Nossa Senhora Aparecida. Em outubro de 2006, no 75º aniversário da conclusão da estátua, o Arcebispo do Rio de Janeiro, o cardeal Eusébio Oscar Scheid, consagrou uma capela em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, sob a estátua. Isso permite que os católicos possam realizar batismos e casamentos no local.

Em 2008, a estátua foi atingida por um raio durante uma violenta tempestade e sofreu alguns danos nos dedos, cabeça e sobrancelhas. Um esforço de restauração foi posto em prática pelo governo do estado do Rio de Janeiro para substituir algumas das camadas de pedra-sabão exteriores e reparar os para-raios instalados na estátua. O monumento foi danificado novamente por um raio em 17 janeiro de 2014, quando um dedo na mão direita foi destruído.

Considerando os desgastes aos quais a estátua sempre está exposta, inclusive à erosão, os trabalhos de restauração são contínuos. Anualmente, o monumento recebe, em média, dois milhões de turistas. Além disso, trata-se da terceira maior escultura de Cristo no mundo, menor apenas que a Estátua de Cristo Rei de Świebodzi, na Polônia, que é a maior escultura de Cristo no mundo, e a de Cristo de la Concordia, na Bolívia.