Os desafios criados na internet voltaram a ser pauta recentemente depois da notícia da morte de uma menina de 12 anos na Argentina. De acordo com a família da menina, ela morreu depois de tentar fazer o chamado “desafio do apagão” no TikTok.
Esse desafio, que também é chamado de “Blackout Challenge”, faz seus participantes transmitirem ao vivo, ou então publicar um vídeo de eles mesmos sendo enforcados. Eles interrompem a respiração, usando cordas, cintos, ou alguma coisa parecida, e tentam escapar dessa armadilha.
Parar a respiração já é perigoso por si só. Contudo, o que faz esse desafio ficar ainda mais perigoso é que, geralmente, as pessoas que o fazem, normalmente jovens, fazem-no sozinhos, longe dos pais ou responsáveis. Isso torna mais difícil a chegada a tempo do socorro caso o desafio dê errado. Esse foi justamente o caso que aconteceu com a menina de 12 anos.
Na última sexta-feira, a jovem foi encontrada morta no seu quatro, na cidade de Capitán Bermúdez, na província de Santa Fé. Até o momento, a morte dela está sendo investigada como suicídio porque a polícia conseguiu encontrar o vídeo que ela mesmo fez. No entanto, o motivo para isso ainda está sendo investigado.
Ei nerd
Por mais triste que seja a morte dessa jovem de 12 anos, infelizmente, ela não foi a única. Em 2021, o desafio do apagão fez outra vítima, uma criança de 10 anos. A mãe da criança entrou com uma ação na Justiça conta a ByteDance, dona do TikTok. Nela, a mãe apontava que foi a rede social quem recomendou o conteúdo para sua filha.
“Eles usaram seu aplicativo e algoritmo para encaminhar um vídeo de desafio de blecaute para uma criança de 10 anos”, disse o advogado da família.
“Algo tem que mudar, algo tem que parar porque eu não gostaria que nenhum outro pai passasse pelo que estou passando”, disse a mãe da criança.
Na visão do especialista em Tecnologia e Inovação Arthur Igreja, o TikTok não pode ser culpado por essas mortes. No entanto, ele questiona o motivo de esse conteúdo continuar a ser propagado na rede social.
Ainda de acordo com Arthur, para tentar prevenir esse tipo de caso, “a plataforma pode identificar hashtags, postagens e este tipo de vídeo para derrubar esse conteúdo e não incentivar que outros continuem fazendo”.
Diário de notícias
“Sentimos muito pela trágica perda desta família. A segurança da nossa comunidade é prioridade e levamos muito a sério qualquer ocorrência sobre um desafio perigoso. Conteúdos dessa natureza são proibidos em nossa plataforma e serão removidos caso sejam encontrados”, disse um porta-voz do TikTok.
Além disso, a plataforma também disse que o desafio do apagão não começou na rede social e que eles nunca encontraram nenhum tipo de tendência com esse assunto dentro do TikTok.
O TikTok ressaltou que eles removem todos os conteúdos que ferem a política da rede social e que podem incentivar que os seus usuários tomem atitudes nocivas. Tanto é que, de acordo com eles, quando eles têm conhecimento das “hashtags que têm o potencial de promover desafios perigosos”, elas são bloqueadas.
“Removemos avisos alarmistas sobre boatos de suicídio ou automutilação que poderiam causar danos ao tratá-los como reais. Continuaremos a permitir conversas que visam dissipar o pânico e promover informações precisas”, disse a rede social.
Nesse ponto, eles pontuaram que no terceiro trimestre de 2022, de todos os vídeos que foram removidos da plataforma por conta de violações contra sua política, 96,7% deles “foram removidos por nós de forma proativa sem terem sido denunciados, 91,6% antes de terem qualquer visualização e 91,1% em até 24 horas após a postagem”.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Ei nerd, Diário de notícias