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Aposentada de 92 anos tricotou mais de 1.000 cachecóis para população de rua de Curitiba

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Há diversas formas de ajudar a população de rua e, para Josephina Arriola, sua ajuda é em forma de tricô. Isso porque, desde que se aposentou, em 2017, ela dedica boa parte de seu dia tricotando cachecóis para a população de rua de Curitiba, onde ela mora.

Dessa forma, nos últimos cinco anos, ela já tricotou e doou mais de 1.000 peças para aquecer as pessoas em situação de rua. Chamada de Dona Phina na sua comunidade, a aposentada é apaixonada pela arte de tricotar. Com muita paciência e atenção, ela entrelaça os fios de forma a criar peças variadas, entre elas, os cachecóis.

Antes que os cachecóis cheguem nas mãos das pessoas, eles colorem a sala de Dona Phina, que é onde ela trabalha nas peças.

Campanha de arrecadação

RPC

Em uma entrevista à emissora RPC, Dona Phina contou que aprendeu a tricotar quando era adolescente. Assim, ao se aposentar, ela se viu motivada a usar seu tempo livre para ajudar as pessoas.

“Isso aqui aparece, né? E o serviço da casa não aparece nunca. Você faz e desmancha, faz e desmancha, você mesmo faz e você mesmo desmancha tudo”, brincou. Após produzir cada peça com cuidado, as filhas da paranaense colhem os cachecóis e os distribuem pela cidade.

Além disso, são elas que comprem a lã para que Dona Phina possa produzir os cachecóis para a população de rua. “Eu acho que se eu fizer alguma coisa que tem utilidade, eu acho que já tô feliz da vida […] fazer sem olhar pra quem”.

De acordo com a Prefeitura de Curitiba, há pelo menos 3 mil famílias em situação de rua na cidade. O número representa um aumento de 15% em relação ao registro do início da pandemia do coronavírus, em 2020.

População de rua

Essas pessoas são vistas ao redor do país. Se aglomeram embaixo de pontes, nas praças e nas portas de estabelecimentos em grandes avenidas para conseguir um pouco de calor e paz na hora de dormir. Deitados no chão, as vezes com uma fina coberta, deixam seus poucos pertences ao seu lado, atentos caso alguém se aproxime, e tentam descansar.

No entanto, na primeira hora da manhã, um segurança chega gritando, mandando ir para longe. Isso se uma pessoa não sair da balada pela madrugada e passar atirando garrafas em sua direção. Pela manhã, andam sem rumo pela cidade, procurando ajuda para conseguir um prato de comida e água. Muitos buscam alívio temporário por meio dos vícios, em um ciclo infinito, sem conseguir sair dessa situação. Essa é a rotina da população de rua.

Dessa forma, com a pandemia, o número de pessoas que se encontram em situação de rua cresceu. O Distrito Federal, uma das unidades mais ricas do Brasil, registrou o maior crescimento da pobreza do país. Em janeiro de 2021, havia 170.871 famílias de baixa renda na capital brasileira, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Em abril de 2022, o número foi a 222.430.

Galdino Jesus dos Santos

Em Brasília, a história de Galdino Jesus dos Santos é sempre lembrada entre a população de rua. Líder indígena da etnia pataxó-hã-hã-hãe, ele viajou para Brasília com o objetivo de tratar da demarcação de terras no sul da Bahia, em 1997. Porém, depois de não conseguir entrar na pensão por causa do horário, ele se abrigou em uma parada de ônibus na W3 Sul. Então, cinco homens da elite brasiliense atearam fogo nele.

“De madrugada, os filhos de ricos, bêbados, que passam a noite na balada, passam por aqui gritando da janela dos carros: ‘Vamos botar fogo em vocês, seus vagabundos, suas putas’. Jogam vidros de bebidas”, contam Nilva, 45 e Edilene, 42, que vivem num gramado que beira a via de acesso à L4. “Não importa quantas pessoas vivem aqui, se tem criança ou não. Ninguém se importa.”

Portanto, ações como a de Dona Phina oferecem uma esperança nesse cenário tão devastador.

Fonte: Razões para acreditar

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