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Caverna de rei exilado por razões misteriosas foi descoberta

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A arqueologia é a ciência responsável por estudar culturas e civilizações do passado. É através das descobertas arqueológicas, que vestígios de antigas sociedades e culturas são conhecidos. Através desse trabalho pode-se compreender melhor como viveu determinado povo, quais eram seus hábitos e costumes e, axz té mesmo, o que levou ao seu fim.

Em suma, ela desvenda e responde mistérios da nossa história. Como por exemplo, essa nova descoberta de uma caverna britânica que foi identificada como sendo o refúgio de um rei anglo-saxão (região da Inglaterra) que foi exilado.

A caverna chamada Anchor Church Caves fica ao lado do rio Trent em uma parte isolado no centro da Inglaterra. Por muito tempo se considerou esse local como uma “loucura” do século XVIII. Era uma edificação muito extravagante feita somente para a ornamentação ou como uma piada.

Caverna

Contudo, um novo estudo mostrou que a caverna tinha realmente um propósito. Essa estrutura de 1.200 anos foi construída durante a vida, que foi bastante tumultuada, do rei nortumbriano Eardwulf. Ele foi perseguido e tirado do seu trono para viver como um eremita. Depois de um tempo ele até se tornou santo.

De acordo com a lenda local, Eardwulf, ou Santo Hardulph como foi conhecido mais tarde, viveu dentro dessa caverna depois que foi deposto do seu trono e exilado por conta de razões que ainda são misteriosas. Esse exílio aconteceu em 806 d.C.

Segundo uma parte de um livro do século XVI, o rei “tem uma cela em um penhasco próximo de Trent, e o rei banido foi enterrado em 830 d.C. em um local a apenas oito quilômetros da caverna”.

Estudo

O novo estudo foi liderado por Edmund Simons, arqueólogo da Royal Agricultural University, na Inglaterra. O pesquisador está convencido de que Eardwulf morou na caverna e era vigiado de perto por seus inimigos.

“As semelhanças arquitetônicas com edifícios saxões, e a associação documentada com Hardulph/Eardwulf, tornam a narrativa convincente de que essas cavernas teriam sido construídas, ou ampliadas, para abrigar o rei exilado”, disse Simons.

O rei viveu e governou durante um tempo em que a instabilidade política era bem frequente na Inglaterra medieval. Durante os séculos VII, VIII e IX, os sete reinos-chave e mais de 200 reis foram assassinados. Além disso, entravam em guerra uns contra os outros, disputando constantemente a supremacia.

Eardwulf assumiu o trono em 796, depois que seus dois antecessores imediatos foram mortos. Ele governou a Nortúmbria somente por 10 anos antes de ser deposto. Alguns estudiosos dizem que quem depôs o rei foi o seu próprio filho. E depois de sair do trono, passou o resto de seus dias no exílio.

“Não era incomum que a realeza deposta ou aposentada assumisse uma vida religiosa durante esse período, ganhando santidade e, em alguns casos, canonização. Viver em uma caverna como eremita teria sido uma maneira de alcançar isso”, explicou Simons.

Análises

Através de medidas detalhadas, uma pesquisa com drones e um estudo cuidadoso das características arquitetônicas, os pesquisadores reconstruíram o projeto original das cavernas. Elas se parecem bastante com as arquiteturas saxãs.

Até recentemente se negligenciou essas cavernas. Essas moradias nas cavernas podem ser “os únicos edifícios domésticos intactos que sobreviveram do período saxão”, disse Simons.

Ao todo, a equipe identificou mais de 20 outras cavernas no centro-oeste da Inglaterra. Elas podem ser datadas do século V. Segundo a equipe, no século XVIII se modificou a caverna Anchor Church Caves. Nessa época foi relatado que o aristocrata inglês Sir. Robert Burdett “a modificou para que ele e seus amigos pudessem jantar dentro de suas celas frias e românticas”, de acordo com os estudiosos.

“É extraordinário que edifícios domésticos com mais de 1.200 anos sobrevivam, não reconhecidos por historiadores e arqueólogos. Estamos confiantes de que outros exemplos ainda devem ser descobertos para dar uma perspectiva única sobre a Inglaterra anglo-saxã”, concluiu Mark Horton, professor de arqueologia da Universidade Agrícola Real, que está liderando escavações de restos vikings e anglo-saxões em Repton, perto das cavernas.

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