Conheça o primeiro concreto do mundo que captura carbono usando resíduos industriais

O concreto é a base para praticamente todas as construções e por isso ele tem que ter uma alta qualidade para que aquilo que for construído com ele dure por muito tempo. Por isso que novas formas de fazê-lo são procuradas por pesquisadores. E, com o passar do tempo, outras questões além da resistência são colocadas nesse material.

Esse é o caso do CO2-SUICOM, que é o primeiro concreto do mundo que captura carbono. Isso porque, cada mistura diminui em mais da metade a quantidade de cimento tradicional usada, consequentemente diminuindo de forma significativa as emissões do processo de produção na construção. E o melhor é que esse novo concreto pode ser fabricado diretamente no local das indústrias de construção.

Não é de se espantar que o CO2-SUICOM seja uma criação pioneira a nível mundial e que veio revolucionar a indústria da construção por conta da sua captura de carbono no seu processo de produção.

Concreto

Euro news

Esse concreto diminui pela metade o uso do cimento tradicional, o que por sua vez reduz drasticamente as emissões que são geradas. E a elaboração dele pode ser feita de forma direta nas instalações industriais.

De acordo com os analistas de mercado, é previsto que até 2028 o mercado de materiais de concreto alcance 364 bilhões de dólares. Isso será impulsionado pelo avanço da urbanização e também pelo crescimento das atividades de desenvolvimento de infraestrutura na construção.

O CO2-SUICOM é o resultado de uma colaboração da Kajima, The Chugoku Electric Power Co., Denka e Landes Co. Ele usa resíduos industriais ao invés de cimento tradicional e cada mistura diminui a quantidade de cimento usada em mais de 50%.

Outro ponto é que ao invés de água, esse concreto usa dióxido de carbono como agente de mistura. Isso faz com que o CO2 possa ser capturado até que ele esteja completamente endurecido.

Concreto faz captura de carbono

Design boom

Como o CO2-SUICOM pode ser feito diretamente nos locais industriais de construção, ele vai canalizando as emissões de dióxido de carbono e outros gases para uma câmara de mistura ao invés de liberá-los. Conforme esses materiais vão reagindo com o dióxido de carbono, o concreto vai endurecendo e aspirando as emissões para dentro de si.

Para se ter uma noção melhor, o processo padrão de fabricação do concreto produz aproximadamente 288 quilogramas de emissões de carbono por metro cúbico. Enquanto que o CO2-SUICOM captura 18 quilogramas de carbono por metro cúbico.

Todo o processo de fabricação desse concreto gera 197 quilogramas a menos de emissões de carbono por metro cúbico comparando com o tradicional porque ele substitui o cimento por subprodutos industriais. Além disso, o CO2-SUICOM é capaz de capturar 109 quilogramas de dióxido de carbono por metro cúbico. Por conta disso é tido uma diminuição total de 306 quilogramas de emissões por metro cúbico.

Fabricação

concreto captura carbono

Loja do mecânico

Além desse concreto que captura carbono, existem outras iniciativas para descobrir outras formas de produzi-lo e que também sejam benéficas para o meio ambiente. Como essa forma testada pelos cientistas da Universidade de Kitakyushu, no Japão.

Eles usaram uma técnica que pode ser a solução para os problemas ambientais, no caso, usando fraldas descartáveis para a produção de concreto. Depois que as fraldas são higienizadas e trituradas, elas podem substituir entre nove e 40% da areia que é usada no concreto.

Geralmente, as fraldas descartáveis são um produto que acaba sendo um grande volume de lixo, já que elas ou vão para os aterros sanitários ou então para a incineração, sem muitas outras opções. Enquanto que a produção de cimento usa aproximadamente 50 bilhões de areia todos os anos, além da sua fabricação corresponder a cerca de 7% das emissões de gases de efeito estufa.

Essas duas formas de poluição não parecem que vão diminuir no futuro, já que a população mundial crescerá nas próximas décadas, ou seja, serão mais bebês usando fraldas e mais casas precisarão ser construídas com o uso do concreto.

Pensando nisso, Siswanti Zuraida, a engenheira civil por trás do projeto, pensou em uma possibilidade enquanto estava dando aula na Indonésia. No país, ela e seus colegas construíram uma casa com o concreto feito a partir de fraldas descartáveis para mostrar que essa produção funcionaria.

Para que o concreto fosse feito, fraldas foram coletadas, lavadas e secadas para depois serem trituradas em partículas pequenas. Depois disso, os cientistas misturaram esse material aos componentes do concreto em diferentes proporções para testar qual era o limite que a areia poderia ser substituída sem haver prejuízos no produto final.

Como resultado, eles viram que porcentagens diferentes de fraldas podiam ser usadas dependendo da finalidade do concreto. Para o que fosse usado em vigas e colunas, ele poderia ter 27% da areia substituída. Para construção de casas de três andares, a porcentagem caía para 10%. No caso das paredes, 40% da areia poderia ser substituída pelas fraldas. E para o concreto de pavimentação, somente 9% poderia ser substituída.

Fonte: Click petróleo e gás,  Terra

Imagens: Euro news, Design boom, Loja do mecânico

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