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Deficiente visual se surpreende ao ser atendido com tamanha paciência por funcionário de supermercado

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Atitudes como a de João Lucas Haydou, funcionário de um atacadão em Praia Grande, nos fazem ainda acreditar na humanidade. Quando um cliente deficiente visual fazia compras no estabelecimento, João o acompanhou para ajudá-lo nas compras. O momento foi registrado por um outro cliente, Maurício Luiz dos Santos. Enquanto também fazia compras, ele percebeu a situação.

Nesse caso, se recomenda prestar um atendimento diferenciado, o que exige muita dedicação e paciência do funcionário, já que ele teria que auxiliar o cliente com tudo. Segundo Maurício, o atendente foi além. Ele poderia simplesmente pegar os produtos solicitados pelo cliente e colocar no carrinho. Mas João foi atencioso o tempo todo. “O funcionário tinha um diferencial porque ele não economizava nos detalhes do produto. Não falava apenas do preço, ele deixava a cliente tocar, cheirar, apalpar a textura, sentir o tamanho, o peso enquanto falava das marcas, as mais conhecidas, as mais procuradas, custo-benefício, afinal nem sempre o produto mais caro é o melhor”, conta Maurício.

O momento

E para o cliente que registrou o momento, outra coisa o chamou a atenção. O fato de que João fazia tudo sorrindo, sem demonstrar que aquilo era apenas uma obrigação. “Ele repetia as informações sempre que o rapaz tinha alguma dúvida e no final, não influenciava na decisão. Deixava que o rapaz reunisse o máximo de informações para depois tomar a decisão final, usando os outros sentidos como olfato e tato. Achei muito legal”, revela Maurício.

João conta que o homem lhe procurou pedindo ajuda sobre um suco de garrafa. “Fui dando na mão dele, explicando que sabor que era, a validade, qual era o mais em conta. Ele perguntava para mim qual era o melhor e eu explicava para ele’’, conta o funcionário.

Para o atendente de 22 anos, o que ele fez não foi mais do que a sua obrigação, já que, segundo ele, é o seu dever ajudar qualquer cliente que apareça com alguma dificuldade. Ele conta que quando começou a trabalhar no Atacadão, ele passou por um treinamento. “Assim que eu entrei no Atacadão, a empresa me orientou não só com clientes especiais, mas com os clientes no geral também. A gente tem que tratar todos não só como clientes, mas como uma família”, diz ele.

A repercussão

Para Maurício, a atitude do rapaz é algo incomum e que infelizmente não vemos todos os dias. “Ver esse tipo de atitude renova em nós a sensação de que a humanidade tem jeito, nem tudo está perdido e que vale a pena investir nas pessoas. Porque isso é contagioso. O bem que você vê ou recebe acaba sendo repassado de você para alguém e assim por diante. Eu acredito nisso. Por isso compartilhei e falei com outras pessoas, tentei mostrar que vale a pena ser gentil”, disse ele.

João ficou surpreso com toda repercussão, já que para ele esse era um ato simples. “Quem me conhece, depois da repercussão que teve, não ficou surpreso por causa da minha atitude. Pelo contrário, eles já sabiam que eu era daquele jeito. E aquilo foi uma coisa que veio de mim, não foi tipo ‘ah, não, a pessoa é especial, vou ter que ser mais atencioso, vou ter que ficar mais tempo’. Eu sei lidar com as pessoas. Todo o tipo. Não importa a deficiência ou se é uma pessoa sem deficiência. Como eu tratei o deficiente eu trato qualquer outro. Foi uma coisa normal de dia a dia”, conta o jovem.

É sem dúvida um tipo de atendimento que todos merecem. Esperamos que a atitude de João sirva de exemplo para muitas outras pessoas.

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