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Depois de 12 anos, menina que cresceu em hospital pode ir para casa

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Todos os dias, somos bombardeados pelas manchetes dos jornais e programas de televisão, com tantas coisas ruins que aconteceram pelo mundo. É tão verdade que, por vezes, as coisas boas parecem não mais existir. Ou, ao menos, não estão sendo evidenciadas como deveriam. Afinal, muitas vezes, as boas notícias nos dão forças para acreditar que bons tempos virão. Do mesmo modo, elas nos ajudam a não perder a esperança. Assim, uma delas é sobre uma menina, chamada Letícia Kerollen de Souza Oliveira, de 14 anos.

Ela passou 12 anos internada em um hospital de Manaus e, recentemente, recebeu alta e finalmente pôde ir para casa. A conquista foi celebrada por seus familiares e pelos funcionários do Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste, que acabaram se tornando a sua segunda família.

A menina foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME) quando tinha 1 ano e 7 meses de vida. Contrariando as expectativas primárias de vida, Letícia, basicamente, viveu toda a sua vida, porém, dentro do hospital. Ao longo de todo esse tempo, ela esteve na companhia dos médicos, enfermeiros, entre outros colaboradores da unidade, e de seus familiares que iam visitá-la.

Antes de apresentar os primeiros sintomas da doença degenerativa, a menina morava com seus pais em Coari, no Amazonas. Depois de passar por convulsões, dificuldade para respirar e desmaios, Letícia foi internada. Durante anos, ela viveu sobre um leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Na última sexta-feira (18), a menina recebeu alta e foi para sua casa.

“Só sairia se ela tivesse cuidado domiciliar, que na época não existia. Foi um momento muito difícil para nós”, disse Irlene de Souza, mãe de Letícia, ao portal G1.

Uma nova vida

A AME é uma doença irreversível e exige uma série de cuidados especiais, como aparelho de respiração, sugador, sonda alimentar e fraldas. Além do mais, Letícia precisará ter seu tratamento acompanhado por profissionais, como terapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e enfermeiro.

A ida da menina para casa só foi possível através do programa Melhor Em casa, que fornece serviços de uma equipe multidisciplinar. Além disso, a mãe da garota, Irlene, dará continuidade ao tratamento da menina em sua residência. Para ela, a volta de sua filha para casa é a “realização de um sonho, graças a Deus e a todos do hospital que cuidaram dela desde bebezinha”.

Nesse ínterim, depois que Letícia recebeu alta da UTI e foi para um quarto hospitalar na unidade de saúde, ela realizou alguns passeios fora do hospital. De acordo com Núbia Belfort, técnica em enfermagem da unidade, além de passeios em frente ao pronto-socorro, a menina, acompanhada de uma equipe médica, foi ao shopping e à igreja durante uma época de festividades natalinas. Contudo, sempre retornando para o leito do hospital.

A comoção na unidade de saúde com a saída definitiva de Letícia foi imensa. “A gente nunca pensou que esse dia fosse chegar. Eu trabalhei com ela desde quando chegou na UTI. Para mim, ela é como uma filha”, disse Belfort. O pediatra, Luiz Afonso, ressaltou o quão grandioso é este momento na vida da menina.

Desenvolvimento

“A expectativa de vida é em torno de 20 anos. Darmos alta a um paciente, com este tipo de doença, é difícil por conta de todo contexto, onde a criança precisa de respirador, de enfermeiros e de uma equipe multi”, disse o médico.

A doença de Letícia, apesar de comprometer sua capacidade motora, não impede seu desempenho cognitivo.

“Ela estuda, tem aulas no quarto e faz provas. Ela é muito inteligente e extremamente vaidosa. Ama pintar as unhas, passar maquiagem, fazer ‘chapinha’ e usar lacinhos. É uma menina normal, só não tem os movimentos”, disse Morgana Peixoto, fisioterapeuta.

“Todas as crianças aqui, com a mesma condição, têm a face 100% paralisada, mas a Letícia consegue sorrir. Ela responde muito bem ao tratamento de fisioterapeuta e fonoaudiologia”, afirmou.

Em suma, Letícia foi recebida com uma grande festa em casa. Lá, estavam reunidos familiares, amigos e funcionários do hospital. “Vai ser nosso primeiro Natal. É um sonho realizado, trazer a Letícia pra casa e poder conviver com ela”, disse Thiago Santos de Lima, padrasto da menina.

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