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Atenção! Esse post pode provocar doses saudáveis de inveja! É que em Franca (SP), uma empresa resolveu adotar uma jornada de trabalho bem diferente do habitual. Lá, os funcionários operam por apenas 4 dias, ganhando a quarta-feira de folga. Tudo isso é feito sem retirar um centavo de seus salários.
Além disso, os trabalhadores recebem um incentivo mensal de 400 reais, os quais podem ser usados em shows, palestras, cinemas, teatros, dentre outras opções de lazer. Sendo assim, modelo mais humano de trabalhar vai vigorar na empresa até novembro deste ano, quando os diretores vão avaliar se a produtividade melhorou.
Fonte: Andrea Piacquadio
Às quartas-feiras usamos folgas
Em março, os funcionários de uma desenvolvedora de sites receberam uma boa notícia da chefia. A partir daquele mês, as jornadas semanais de trabalho seriam de quatro dias, com uma folga às quartas-feiras. De início, os funcionários podem ter pensado que seus salários iriam reduzir, porém, os ajustes nos horários não resultaram em nenhum centavo a menos.
Basicamente, a estratégia surgiu como uma forma dos colaboradores se manterem conectados com a “parte boa” do home office, que é o tempo com a família. “A gente ficou remoto até fevereiro desse ano e quando a gente retomou ao trabalho presencial, a gente não quis que as pessoas perdessem o tempo que ficavam em casa, com a família, então proporcionamos um dia na semana para que elas pudessem ficar com os familiares”, explica à EPTV o diretor da empresa Leandro Pires.
Nesse sentido, segundo o superior da empresa, a intenção do modelo é fazer com que as pessoas trabalhem com mais felicidade e vigor. Se a ideia é essa, os funcionários demonstram que a estratégia tem surtido efeitos positivos. De acordo com Larissa Hamuy, que é animadora 2D, sua equipe e ela estão mais produtivas.
“Tirar essa folga no meio da semana é indescritível, porque você tira um tempo para você. Eu estou me cuidando mais, estou descansando mais, e eu sinto que a equipe está rendendo mais. Vale a pena, recomendo para todas as empresas”, relata ela.
Por conta desse aumento no rendimento, a tendência é que a empresa adote essa jornada para além de novembro, que é quando se encerra o período de testes.
Fonte: Christina Morillo
De 5×2 para 4×3
A princípio, o esquema de 5 dias “produtivos” aos quais estamos acostumados surgiu em meados do século 20 com a montadora Ford. De lá para cá, diversas vozes defenderam a concessão de mais um dia de descanso, a fim de aumentar a produtividade dos trabalhadores.
Dessa forma, países como Islândia, Dinamarca e Japão registraram experiências semelhantes às de Franca (SP). Em território islandês, a ideia germinou e se desenvolveu de forma ainda não vista em outras nações. Entre 2015 e 2019, o governo nacional conduziu uma experiência em que 1% da população do país passaria para o sistema 4×3.
Como resultado disso, a produtividade dos trabalhadores aumentou a ponto dos sindicatos pedirem a continuidade dessa escala. O saldo positivo do experimento se juntou com certas reflexões que a pandemia trouxe, o que fez os 3 dias de folga serem um esquema que poderia vigorar em outros pontos.
Afinal, durante o isolamento, empresas e funcionários começaram a se questionar se a produtividade estaria ligada ao número de horas trabalhadas. Além disso, também se avaliou a economia de recursos que se tem com a concessão de um dia a mais de escritórios em descanso.
Fonte: Pixabay
Apesar dos benefícios aos empregadores, vale lembrar que o rendimento só aumenta se os salários forem mantidos. Dessa forma, empresas pagam a mesma quantia, porém, com uma jornada semanal de trabalho de 32 horas.
Inclusive, a distribuição dessa folga ao longo da semana possui vários formatos. Por um lado, há corporações que concedem o “day off” na sexta-feira, incorporando esse dia ao fim de semana. Por outro lado, há empresas como a de Franca (SP), que concedem o dia livre às quartas-feiras por entenderem que os funcionários começam a se fatigar conforme a semana acaba.
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