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Entenda o porquê de alguns vulcões serem mais perigosos que outros

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Não há dois vulcões iguais no mundo, e o potencial de devastação de cada um está relacionado a diversos fatores. Entre eles estão histórico de erupções, o tipo de magma, o tipo de formação e quantas pessoas vivem nas proximidades.

Para começar, é preciso destacar que, de acordo com Erik Klemetti, da Universidade Denison, em Ohio, nos Estados Unidos, é difícil prever a gravidade de uma erupção.

“Quando você está monitorando vulcões, os sinais de uma grande erupção e de uma pequena erupção podem ser muito parecidos”, explicou ele à BBC.

Os indicadores que avisam sobre uma erupção iminente, segundo Klemetti, são “terremotos, liberações de gás e expansão”. Eles acontecem quando existe uma protuberância ou elevação na superfície de um vulcão, provocada por uma massa de lava nova abrindo caminho até a superfície e deslocando pedras antigas para os lados e para cima.

“Há duas coisas que você está tentando equilibrar (na análise)”, diz Klemetti: “o momento da erupção e o tamanho dela – e é difícil conseguir os dois.”

Identificando o perigo dos vulcões

Foto: Getty Images/ BBC

Os cientistas afirmam que é difícil classificar os vulcões, isso porque o mais ativo pode não ser o mais perigoso.

Estima-se que o Maciço de Tamu seja o maior vulcão da Terra, com tamanho estimado comparável ao do Novo México ou das Ilhas Britânicas. No entanto, ele não é considerado a maior ameaça aos seres humanos, pois está localizado sob o Oceano Pacífico, cerca de 1.600 km a leste do Japão.

Como algumas das maiores erupções aconteceram no meio do nada, elas não representam risco direto à vida humana.

Histórico de erupções dos vulcões

Foto: Getty Images/ BBC

A história de um vulcão pode ser de anos. Apesar de ela não fornecer uma previsão exata do que vai acontecer no futuro, pode ajudar com informações sobre como ele se comporta. Entre elas, está o raio da superfície que erupções anteriores afetaram. 

O tipo de vulcão também influencia no potencial de danos. Um cone de cinzas tem menos potencial de dano que um vulcão composto ou do tipo caldeira. A categoria de magma, a rocha derretida no vulcão, também pode influenciar.

O magma balsático tem menos probabilidade de provocar uma erupção explosiva do que um magma mais pegajoso e mais rico em sílica.

População perto dos vulcões

Foto: Getty Images/ BBC

Quanto maior a densidade da população perto de um vulcão, maior o risco de vítimas. Mas também deve ser considerado que a “proximidade” pode ser um conceito relativo: um rio de lava pode se estender por dezenas de quilômetros.

Um vulcão propenso a explosões poderosas aumentará seu raio de danos em até 100 km.

Monitoramento

Foto: Getty Images/ BBC

Mesmo que as erupções vulcânicas sejam difíceis de prever com precisão, existem indicadores confiáveis que podem disparar o alarme. Caso uma área esteja em risco, as autoridades locais têm a chance de se preparar para o pior cenário possível.

Quando esses sinais não são monitorados, ou ignorados, a população local enfrenta um risco maior.

Também é importante ter um plano de emergência para reduzir muito o risco de vítimas. Além disso, outra ajuda é educar a população local para o caso de uma erupção.

Deve ser considerado como se pode minimizar o risco de outros perigos associados à atividade vulcânica: como gás, nuvens de cinzas, terremotos e falhas de energia associadas, entre outros.

Quatro grandes riscos diferentes

Foto: Getty Images/ BBC

Os vulcões matam de várias formas. A lava é responsável por relativamente poucas mortes, no entanto. Como costuma se mover lentamente, as pessoas normalmente conseguem sair do local a tempo. Porém, existem outras quatro maneiras principais pelas quais as erupções podem ser fatais.

Uma das consequências são os deslizamentos. Por exemplo, em 1985, o vulcão Nevado del Ruiz, em Columbia, entrou em erupção, liberando material piroclástico quente. Isso fez derreter milhões de toneladas de gelo e neve nas encostas do vulcão, resultando em uma série de deslizamentos de terra vulcânicos.

Por causa disso, povoados próximos foram soterrados, o que resultou em cerca de 20 mil mortes.

O segundo fator que pode causar morte é o fluxo piroclástico – uma corrente rápida de gases quentes e pedaços de rocha. Em 79 d.C., o Monte Vesúvio entrou em erupção e o fluxo piroclástico desse vulcão matou quase 15 mil pessoas que moravam nas proximidades.

Outra causa de morte relacionada aos vulcões são as nuvens de cinzas. Por exemplo, a maioria das 350 mortes por causa da explosão do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em junho de 1991, foi provocada pelas nuvens de cinzas que, quando saturadas com a água da chuva, provocou desabamentos, matando os moradores que estavam em suas casas.

A quarta causa de morte provocada por um vulcão está relacionada ao gás venenoso. Em 1986, uma série de mortes inexplicáveis em Camarões foi atribuída a uma atividade vulcânica sob o Lago Nyos, no alto, a noroeste do país.

Esse fenômeno liberou enormes quantidades de dióxido de carbono, que subiu à superfície e caiu sobre as aldeias vizinhas, sufocando aproximadamente 1.700 pessoas enquanto dormiam.

Fonte: BBC

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