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Exu: conheça o orixá que foi tema da Grande Rio

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O samba-enredo “Fala, Majeté! As sete chaves de Exu”, que a Acadêmicos da Grande Rio levou à Sapucaí, conquistou o público neste domingo (24/04). O desfile colocou a escola entre as favoritas ao título do carnaval carioca em 2022. 

A Grande Rio representou Exu com carros alegóricos luxuosos, que apresentavam as oferendas e os alimentos dedicados ao orixá. Além disso, mostrou os lugares significativos para a manifestação da entidade e um abre-alas que trazia uma grande encruzilhada. 

A música e a apresentação também abordaram uma das figuras mais famosas entre as divindades das religiões de matriz africana populares no Brasil, como a Umbanda e o Candomblé. O Exu é o responsável por abrir caminhos e construir a comunicação entre os humanos e os seres divinos – os orixás. 

Na Grande Rio, o objetivo era desmistificar a imagem ruim que alguns têm de Exu desde alguns anos atrás. No ano de 2018, a escola trouxe integrantes da comissão de frente da escola vestidos com a capa e a coroa de Exu e, em 2019, um dançarino de destaque com as vestimentas em referência ao orixá.

“Nosso enredo busca quebrar esses estereótipos negativos que são ligados à figura e ao poder de Exu”, disse o carnavalesco Gabriel Haddad, em entrevista ao UOL. 

Veja abaixo algumas curiosidades sobre o primeiro dos orixás.

Quem é o Exu? 

Imagem: Reprodução

Como uma figura central em debates teológicos, Exu é um ser misterioso, responsável por abrir caminhos, superar dificuldades e atingir objetivos.

O orixá desperta diferentes interpretações. Algumas delas, preconceituosas, apresentam o Exu como uma entidade sem valores morais, como o diabo, que pode fazer o bem ou o mal, desde que seja mimado por seus fiéis, ou ser vingativo, caso não seja recompensado. 

De acordo com o antropólogo Vagner Gonçalves da Silva, professor da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “Exu, o Guardião da Casa do Futuro” (2015), o Exu é a mais polêmica das divindades por estar ligado à sexualidade e fertilidade.

Os preconceitos e mal-entendidos começaram no século 19, quando os europeus tiveram os primeiros contatos com as religiões de origem africana e leram o Exu a partir da visão europeia. Existiu um “diálogo intenso com o catolicismo de moral maniqueísta”, apontou o especialista. 

No entanto, a mitologia entende o Exu como uma entidade mensageira, guardiã dos orixás, que faz a comunicação entre os deuses e os homens e pode protegê-los contra os espíritos mal-intencionados. 

Outras representações são a de que ele ajuda a abrir caminhos e atrair prosperidade. Além disso, está associado à força de viver, à virilidade e ao sexo. 

Também é descrito como um ser brincalhão. Exu ainda é apontado como dono de uma disciplina ímpar e grande senso de justiça.

Por que alimentar esse orixá? 

Foto: Reprodução

Exu não aceita pedidos de ajuda gratuitos, por isso, ele exige uma oferenda. Na maioria das vezes, são ofertados alimentos como farinha de mandioca, azeite de dendê, galo, mel e cachaça.

Ele é conhecido por comer de tudo e é o primeiro a ser servido nos rituais do candomblé. 

Por causa do seu papel de mensageiro entre o mundo dos vivos e o plano espiritual, as oferendas costumam ser deixadas em cemitérios e no cruzamento de estradas. 

Quando dividem o alimento, as pessoas se aproximam das entidades. Essa é uma forma de fazer um pedido ou de agradecer, além de manter uma relação saudável entre os devotos e os orixás.

De acordo com Janaina Couvo Teixeira Maia de Aguiar, da Universidade Federal da Bahia, no artigo “Os orixás, o imaginário e a comida no Candomblé”, todo o ritual no candomblé tem uma relação com o alimento.

A pesquisadora acrescenta que deve-se prestar muita atenção ao preparar uma oferenda, já que caso não haja “os cuidados necessários, isso pode resultar em problemas futuros com o orixá”.

Fonte: UOL

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