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Entenda porque a China declarou guerra contra influencers que fazem vídeos comendo

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Há cerca de 10 anos, as redes sociais chinesas foram tomadas por um tipo de conteúdo que virou tendência na internet, o mukbang. De forma resumida, mukbang pode ser traduzido como “transmissão de comer”. E, desde sua criação, nunca foi um problema fazer, mas recentemente, a China declarou guerra contra influencers que fazem vídeos comendo e isso gerou algumas polêmicas.

De sua criação para cá, o formato de vídeo não evoluiu muito. Assim, a ideia é comer de frente, seja por ser atraente ou mesmo porque conseguir comer grandes quantidade em pouquíssimo tempo. Porém, agora, o governo chinês começou a impor uma série de restrições para esse tipo de conteúdo. Além disso, em breve, esse formato ser proibido por completo no país.

Uma forma de lutar contra o desperdício de alimentos

Atualmente, a China vive uma crise de importação de produtos básicos, como alimentos, e inundações recentes também têm afetado safras locais. Nesse sentido, a escassez de alimentos sempre foi uma grande preocupação dentro do país. Portanto, com tudo isso em mente, Xi Jinping, Secretário-Geral do Partido Comunista da China, ou presidente do país, pediu para que as pessoas “lutem contra o desperdício de alimentos”.

Com o pronunciamento, foi lançada a campanha “Prato Limpo”, que busca evitar o desperdício e ainda pretende “manter um sentimento de em relação alimentar”, afirmou Jinping. Dito isso, não demorou muito para que a mídia caísse matando em cima de quem produz conteúdo de mukbang. E, em resposta, governo também tomou uma atitude quanto a isso. Hoje, se você pesquisar termos como show da comida” ou “comendo ao vivo” irá receber textos alertando sobre a não recomendação da busca por esse tipo de entretenimento.

Donos de aplicativos também estão sendo notificados para realizar diferentes tipos de punição para criadores de conteúdos assim. No Kuaishou, as pessoas já estão sendo alertadas para “economizar comida” e  “comer corretamente”. Dessa forma, anúncios estimulando essa interação serão adicionados aos vídeos. “Valorize a comida, recuse-se a desperdiçar, coma corretamente e tenha uma vida saudável”, afirma o aplicativo sobre as medidas.

Ações que necessitam de mais apoio

Buscando entender melhor a febre do mukbang, muitos apontaram que a ideia era algo que fosse chamar a atenção no meio de tantos outros influenciadores. “Muitos vloggers têm lutado para encontrar um nicho por causa das regras rígidas sobre transmissões ao vivo nas ruas. Então os influenciadores acabam simplesmente fazendo coisas  como cantar — ou comer”, afirma Kerry Allen, analista de mídia da BBC China.

Mas, também entendendo a importância do momento, influenciadores também tomaram atitude. “Os influencers das plataformas começaram a remover seus vídeos”, afirma  Allen. “Mas, mesmo assim, eles correm o risco de serem expostos na internet“, continua. Isso porque, seus vídeos anteriores podem ser salvos por outras pessoas”, completa a pesquisadora.

Para outros influenciadores que não foram tão adeptos ao formato, a mudança foi mais simples. Por fim, usuários também se manifestaram. “Os usuários das redes sociais aproveitaram a oportunidade para começar a expor e criticar aqueles que antes faziam parte desse nicho“, afirma Allen. “De repente, passaram a ser chamados de ‘desperdiçadores’ e ‘vulgares'”, completa.

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